• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

A qualidade do ar dentro dos edifícios

xicca

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Abr 10, 2008
Mensagens
3,080
Gostos Recebidos
1
Ar interior afecta milhares de pessoas em Portugal


Invisíveis e silenciosos, mas não inofesivos. É desta forma que se podem caracterizar alguns dos poluentes que existem no interior dos edifícios. A falta de qualidade do ar interior tem tido um impacto crescente na saúde dos seus ocupantes.

A lista de doenças ou sintomas é quase infindável, manifestando-se sob as mais diversas formas: dores de cabeça, náuseas, irritação nos olhos, bronquite, gripe, pneumonia, conjuntivites ou, a longo prazo, problemas imunológicos e do sistema nervoso, defeitos congénitos, dificuldades reprodutivas ou cancro.

Em Portugal não existem estatisticas acerca da qualidade do ar interior «porque esses dados não são revelados pelas empresas prestadoras de serviços devido a cláusulas de confidencialidade com os clientes», revela Helena Krippal, técnica da Ambientális.


Embora não tenha dados concretos, Eduardo Oliveira Fernandes, que dirige o Laboratório da Qualidade do Ar Interior, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (LQAI-FEUP), estima que sejam «milhares» as pessoas afectadas em Portugal pela qualidade do ar interior, com a «agravante de que a má qualidade do ar interior se identifica, infeliz e particularmente, com pobreza, habitação social, habitação de pessoas idosas». Segundo o especialista, este é «um Portugal “submerso” no ar interior da má ventilação, dos gases de combustão, dos fungos das humidades por condensação e infiltrações de água».

Para João Jesus Ferreira, da Jesus Ferreira Consultores, «é dramático» o número de pessoas afectadas. «Constata-se que na maioria dos edifícios onde as pessoas trabalham há deficiências, mais ou menos graves, na qualidade do ar interior. Assim, sem exageros, a grande maioria da nossa população activa está sujeita a uma má qualidade do ar interior, quer nos locais onde trabalha, quer (em muito menor quantidade) nas habitações onde reside. Quase todos nós somos afectados, na saúde, pela má qualidade do ar interior!», salienta.

Ar interior pior do que ar exterior

Um documento recente da Organização Mundial de Saúde dá conta de que «as concentrações de poluentes no ar interior, como óxido de azoto ou monóxido de carbono, são frequentemente muito superiores às concentrações que se encontram no ar exterior». Também segundo a Agência de Protecção do Meio Ambiente (EPA), o ar interior é duas a dez vezes mais perigoso que o ar exterior.

A poluição do ar interior não é, contudo, um problema que só tenha despertado a atenção nos dias de hoje. Já no início do século XVIII higienistas afirmavam que uma ventilação inadequada causava graves problemas de saúde. Dois séculos depois, no início da década de 70, trabalhadores de centenas de modernos edifícios fechados na América do Norte e na Europa Ocidental começaram a relatar uma infinidade de queixas relativas à saúde e conforto. Daí que se tenha generalizado o conceito de síndroma do edifício doente, que designa as situações em que os ocupantes de um edifício apresentam queixas de saúde e desconforto que aparentemente estão ligadas ao tempo que passam no interior de um determinado edifício.

É nos países menos desenvolvidos, contudo, que a poluição do ar interior é mais mortífera. Mais de metade da população mundial depende da queima de combustíveis, como madeira ou carvão, para aquecer as suas casas e cozinhar os seus alimentos. O resultado são 1,6 milhões de mortes todos os anos.



Portal Ambiente Online
 
Topo