• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Compras justas no Natal

xicca

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Abr 10, 2008
Mensagens
3,080
Gostos Recebidos
1

O Natal aproxima-se e com ele o consumismo próprio da época. As famílias portuguesas deverão moderar as suas compras de Natal este ano e gastar menos 4,8 por cento do que em 2007, revela um estudo elaborado pela consultora Deloitte. No entanto, nesta altura do ano a corrida aos presentes costuma ser grande. As compras em lojas de comércio justo podem ser uma boa opção para esta época.

Desengane-se quem pensa que o comércio justo é um conceito contemporâneo, fruto de um despertar da sociedade para os males do capitalismo. A primeira loja formal surgiu em 1958 nos Estados Unidos, e, mesmo antes de surgir o conceito, algumas iniciativas de comércio isoladas já se enquadravam no seu espírito, nomeadamente nas instituições religiosas, que compravam a produtores dos países pobres para vender na América do Norte e na Europa.

Mas, afinal, o que são produtos de comércio justo e porque vêm todos do chamado «sul do mundo»? São produtos que o «norte do mundo» consome em abundância, mas que são produzidos no hemisfério sul, como café, chá ou chocolate. O objectivo é que sejam «alternativos» àqueles que chegam aos consumidores através dos circuitos internacionais do comércio tradicional.

De acordo com Inês Pereira, presidente da associação portuguesa de comércio justo Cores do Globo, os circuitos habituais são «complexos e com um grande número de intermediários», o que desfavorece os produtores dos países do sul. Por exemplo, no circuito comercial normal do café o produtor recebe 5 por cento, ou menos, do lucro, enquanto que no comércio justo as margens de lucro para os pequenos produtores variam entre 20 e 40 por cento. Esta é a génese do conceito, materializado através de uma melhor repartição dos lucros e da diminuição do número de intermediários.

Os critérios de avaliação do comércio justo agrupam-se em três grandes grupos: as condições dignas de trabalho, dentro das quais a não exploração do trabalho infantil, igualdade de remuneração entre homens e mulheres, e um horário digno de trabalho; uma distribuição justa do lucro, pagando um preço justo aos produtores, a diminuição do número de intermediários, e a promoção de uma relação de longo prazo entre o importador e o produtor; e a vertente ambiental, através da preservação dos recursos e da utilização de métodos como a agricultura biológica.

Expansão em Portugal

Em Portugal, só no final da década de 90 se começou a falar desta rede alternativa ao comércio convencional. Actualmente, existem 12 organizações, entre associações e cooperativas. Este conceito ainda é desconhecido para uma grande maioria dos consumidores portugueses, dado que estes são ainda pouco exigentes, principalmente quando comparados com os consumidores da Alemanha, Holanda ou, cada vez mais, da vizinha Espanha.

No entanto, o comércio justo está em expansão em território nacional. Em alguns centros urbanos «continua a desenvolver-se a bom ritmo, mas necessita de uma dose importante de voluntariado», assegura José Bettencourt, da cooperativa Terra Justa. A conjuntura económica portuguesa aliada à falta de tradição de voluntariado coloca desafios nesta área, tanto mais que os clientes portugueses destas lojas se restringem a um nicho de mercado constituído por pessoas entre 25 e 45 anos, com capacidade financeira e nível de escolaridade superior.




Portal Ambiente Online
 
Topo