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Crise corta entusiasmo e ameaça afectar a popularidade de Lula

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Crise corta entusiasmo e ameaça afectar a popularidade de Lula


SÉRGIO BARRETO MOTTA, Rio de Janeiro


Brasil. Presidente tinha dito que país não seria atingido pelos problemas económicos

Sectores como a indústria automóvel ou a agricultura ressentem-se

Perante as primeiras notícias, pensou--se que a crise era dos EUA e do mundo desenvolvido. O Presidente brasileiro, Lula da Silva, chegou a dizer que seria um tsunami no mundo, mas uma "marolinha" (pequena onda) no Brasil. Mas a onda está a ficar forte e tudo indica que em 2009 haverá aumento da insatisfação, do desemprego e, consequentemente, redução do incrível índice de 80% de popularidade de Lula.

Há dias, o cientista político Leonardo Barreto, professor da Universidade de Brasília, sentenciou: "A aprovação ao Presidente deve diminuir com desemprego em alta e cenário ruim na economia." Já o senador Romero Jucá, aliado de Lula, afirma que, mesmo com a crise, a aprovação ficará acima de 60%, o que é raro. "O povo sente que Lula é um aliado dos pobres e do povo em geral."

Mas as demissões já preocupam. A indústria automóvel chegou a ter 300 mil veículos em stock e o Governo reduziu os impostos para aliviar o problema, mas a solução definitiva só virá com melhoria do mercado. As grandes fábricas estão em férias colectivas e anunciam demissões para o início do ano.

Os especialistas dizem que, embora o coração da crise esteja nos EUA, são os países emergentes que mais estão a sofrer. Uns com a queda do preço do petróleo outros por falta de crédito. As empresas estrangeiras estão a retirar dinheiro do Brasil, para fortalecer as matrizes; da bolsa de valores já saíram este ano mais de três mil milhões de euros; e os bancos internacionais ou estão com menos recursos ou pensam mil vezes antes de fazer um empréstimo.

O presidente da Confederação Nacional do Comércio, Antonio Oli- veira Santos, disse ao DN que espera uma redução de 20% na movimen- tação económica, em 2009. Já um ex-ministro da Economia, Ernane Galvêas, foi menos firme. Afirmou que os factos estão nebulosos e ninguém sabe até onde o Brasil será afectado.

A maioria dos economistas teme que o efeito será duro, pois inúmeros sectores em que o Brasil é um expoente estão em crise. Na agricultura, por exemplo, a produção é alta, mas os mercados compradores retraem-se e o preço cai. O Brasil é também o maior produtor mundial de cana, seja para fazer açúcar ou combustível (etanol), mas os preços estão em queda. Além disso, com petróleo em baixa, o uso do álcool como combustível perdeu todo o seu encanto.

DN
 
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