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Mais 124 mil nas Urgências

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Nov 18, 2007
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Em apenas um ano, as Urgências dos hospitais atenderam mais 124 mil pessoas, o que corresponde a um acréscimo de 340 casos, em média, por dia. Os dados são do anuário sobre Recursos e Produção do Serviço Nacional de Saúde, que é hoje divulgado pela Direcção-Geral da Saúde e ao qual o CM teve acesso.



Os números mostram que a procura destes serviços não ocorre só em situações de gripe. Em 2007 – ano em que encerraram Serviços de Atendimento Permanente (SAP) de centros de saúde – subiu em quase dois por cento o número de portugueses que recorreram a uma Urgência de um hospital. Foram 6,6 milhões no total dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, quando, no ano anterior, este valor rondava os 6,47 milhões.

A procura de Urgências nos hospitais é tida pelos especialistas como um mau sinal: estes serviços devem ser utilizados apenas para os casos graves (urgentes e emergentes), mas muitas vezes são a primeira escolha de doentes que não conseguem ir ao seu médico de família.

Para inverter estas situações, o Governo, ainda com Correia de Campos na pasta da Saúde, decidiu avançar com mudanças. Entre elas, lançar Unidades de Saúde Familiar (USF) e reduzir o número de portugueses sem médico de família. Foi ainda criada a Linha de Saúde 24 em Maio de 2007 para, ao fim de um ano, retirar "156 mil pessoas das Urgências". Contudo, estas medidas não tiveram ainda o impacto esperado, atendendo aos números agora divulgados.

Quando em Setembro lançou um livro sobre os anos em que esteve à frente do Ministério da Saúde, Correia de Campos foi o primeiro a admitir que "a procura de Urgências, muito elevada em Portugal em comparação com outros países da Europa, continua a aumentar".

Luís Pisco, coordenador da Missão para a Reforma dos Cuidados Primários, refere que ainda é cedo para medir o impacto da abertura de USF (pequenos centros de saúde com uma organização diferente e que conseguem atender os utentes no próprio dia). Até porque, refere, abrangem apenas 20% da população e a maioria dos portugueses sem médico de família ainda é servida por centros de saúde.

ENGRIPADOS OPTAM PELOS CENTROS

Apesar de o número de portugueses com gripe estar a aumentar (são já 140 por cada cem mil habitantes), a corrida às Urgências parou. Mário Carreira, coordenador da Direcção-Geral da Saúde, refere que as pessoas perceberam a mensagem e que estão a optar por ir aos centros de saúde em vez de aos hospitais. Na segunda-feira, o número de casos atendidos foi de 32 949. Destes, 12 661 deram entrada nos hospitais e 20 mil nos centros de saúde. "As pessoas tinham perdido a confiança nos centros de saúde. Mas hoje estas unidades estão muito melhor do que há uns anos", defende o responsável.

MÉDICOS NO PÚBLICO SOBEM EM SETE ANOS

O número de médicos a trabalhar nos hospitais e centros de saúde públicos é, de acordo com os dados da DGS, 23 518. São mais 648 do que aqueles de que dispunha o Serviço Nacional de Saúde no ano de 2000. Destes, sete mil estão nos Cuidados Primários e 16 485 nos hospitais. De acordo com o levantamento feito pelo organismo (que elabora um anuário juntamente com o Instituto Nacional de Estatística), a variação dos profissionais a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde tem sido residual nestes últimos anos. No final de 2007, eram menos 127 do que no ano anterior. Este valor inclui também os médicos internos (que estão ainda em formação, apesar de já trabalharem nas unidades).

5,2 MILHÕES DE EUROS GASTOS EM REMÉDIOS PARA A GRIPE

Nos últimos 12 meses, os portugueses gastaram 5,2 milhões de euros em medicamentos para tratar a gripe, que são desaconselhados pelos médicos, porque não oferecem nenhuma vantagem em relação ao simples paracetamol. De acordo com os dados da consultora IMS Heath, saíram dos armazenistas para serem vendidos nas farmácias 1,85 milhões de embalagens no último ano. Mas as vendas estão a baixar. Em 2007, este grupo de remédios tinha rendido 8,5 milhões de euros, tendo baixado agora para 5,2 milhões. Também o número de embalagens passou de três milhões para 1,85 milhões. Os especialistas explicam que os medicamentos mais indicados são os que contêm só uma substância activa, sendo que estes associam o paracetamol a outros compostos, como a cafeína, ácido ascórbico ou codeína.

NÚMEROS

3,7 milhões

de doentes (a maioria) foram atendidos nos hospitais distritais do País.

2,1 milhões

chegaram às Urgências dos hospitais centrais (os maiores e mais especializados).

5,8 milhões

dos atendidos em Urgência foram enviados para casa e não ficaram internados.

130 mil

dos casos foram motivados por acidentes de trabalho, 67 mil de viação e cinco milhões por doença.

REFORMAS

70 SAP ENCERRADoS

A Reforma da Saúde do antigo ministro Correia de Campos previa o encerramento de 70 Serviços de Atendimento Permanente (SAP) que recebiam menos de dez pessoas/noite.

MOTIVOS DO FECHO

A tutela encerrou os 70 SAP porque estes consumiam trabalho médico, que deveria ser aplicado durante o dia, e não tinham capacidade de resposta às verdadeiras urgências.

URGÊNCIAS

As críticas, na altura, foram que, com os 70 SAP encerrados, os doentes iam sobrecarregar as Urgências dos hospitais.

NOTAS

AJUDA: LINHA SAÚDE 24

Para evitar recorrer às Urgências deve pedir ajuda ligando para a linha de Saúde 24 – 808 24 24 24. A gripe manifesta-se através de febre, dores de cabeça e de garganta, tosse e mal-estar geral.

GRIPE: SERVIÇOS ABERTOS

Os centros de saúde das cidades de Coimbra, Leiria, Viseu e Aveiro estão abertos no feriado de amanhã e no fim-de-semana, para controlar a situação resultante do surto de gripe.

VÍRUS: PERÍODO DE INCUBAÇÃO

O período de incubação do vírus (tempo que decorre entre o momento da infecção e o aparecimento dos primeiros sintomas) é, geralmente, de dois dias, mas pode variar entre um e 5 dias.


Rute Araújo
 
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