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A Cidade Proibida

xicca

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Não há nenhuma propaganda falsa aqui. A Cidade Proibida em Pequim era exatamente o que se dizia ser.​



Este labirinto de 800 edifícios era uma zona proibida para pobres mortais, sendo território exclusivo dos imperadores da China e de suas cortes durante 500 anos. Chineses comuns eram proibidos até mesmo de se aproximarem das muralhas. Este complexo era, às vezes, chamado de "local com 9.999 quartos e meio" porque somente o palácio dos céus poderia ter uma perfeição de 10.000 salas, mas, na verdade, ele tem cerca de 8.700 salas e salões.


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Nenhum complexo de edifícios históricos na China é maior
ou melhor preservado do que a Cidade Proibida


Com sua construção iniciada no início do século 15, pelo imperador Yongle, o qual colocou 200.000 operários para trabalhar no projeto, a Cidade Proibida foi o lar de 24 imperadores sucessivos Ming e Qing até o final de 1924. Cercada por um fosso defensivo e muralhas de 9 metros de altura, os "Filhos do Céu" ficavam acima das questões terrenas, um fato refletido na arquitetura do palácio. Os salões cerimoniais estão situados sobre uma coluna de pedestal de mármore vários metros acima do pátio que os circunda.

Bem planejada, a arquitetura da Cidade Proibida mantém um senso harmonioso de equilíbrio entre os edifícios e o espaço aberto. O complexo é simetricamente equilibrado ao longo de um eixo norte-sul, mas o design nunca é rígido nem monótono.

O vasto pátio externo, também conhecido como "Mar de Ladrilhos", tinha espaço para um público imperial de 100.000 pessoas. Como um oceano, ele avança ao redor de três grandes salões que formam o coração cerimonial da Cidade Proibida.

O maior deles, o Salão da Harmonia Suprema, era reservado para ocasiões majestosas como coroações ou a celebração do aniversário do imperador, por exemplo. Apenas o próprio regente poderia utilizar a rampa de entrada de mármore adornada com dragões esculpidos. No salão, em meio aos sons do gongo e a nuvens de incenso, cortesãos humilhados deveriam bater no chão nove vezes com suas testas. Sem sombra de dúvida, o imperador causou uma impressão maravilhosa.

O salão ostenta tesouros como os carrilhões musicais de jade e o Trono do Dragão esplendidamente ornamentado, a partir do qual o imperador emitia suas decisões absolutas. Do lado de fora do salão, uma tartaruga de bronze, simbolizando vida longa, bafeja fumaça de incenso de sua boca. Acredita-se que os dragões ornamentais localizados no teto - estendendo-se cerca de 3,5 metros acima e pesando 4,5 toneladas - protejam o edifício do fogo por atraírem nuvens e chuva.

O regente fazia uso do Salão da Harmonia Preservada como vestiário antes de cerimônias importantes. Ele também saudava importantes convidados e discursava para os descendentes reais, filhos nascidos de suas esposas e de muitas concubinas.

No Salão da Harmonia Preservada, os candidatos realizavam provas para o primeiro serviço civil burocrático do mundo. Dentro desse salão, encontra-se um imenso bloco de mármore entalhado com motivos de dragões e nuvens. Pesando 250 toneladas, era transportado até Pequim em uma trilha de gelo criada pelo fluxo das águas nas estradas, no inverno.


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Leões são considerados excelentes guardiões e podem ser
encontrados com freqüência na China, protegendo
diversas entradas de espíritos malignos


Além destes recintos externos encontra-se o pátio interno da Cidade Proibida, cujos três palácios serviram de residências imperiais às Dinastias Ming e Qing. O Palácio da Pureza Celestial, residência do imperador, é guardado por queimadores de incenso em formas de aves e tartarugas. Imperadores e imperatrizes consumavam seus casamentos no Palácio da Tranqüilidade Terrestre, cuja pequena câmara de casamento é completamente pintada de vermelho. O aposento foi utilizado pela última vez em 1922, após o casamento de Pu-yi, imperador-criança da Dinastia Manchu, que comparou a decoração pomposa a "uma vela de cera vermelha derretida".

Sentindo-se desconfortável, Pu-yi abandonou sua câmara de casamento pelo mais familiar Salão da Cultivação Mental. Os imperadores passavam a maior parte de seu tempo vivendo e trabalhando em seus aposentos. Durante os anos de 1800, a Imperatriz Dowager Cixi recebia visitantes escondida atrás de um biombo, visto que não era permitido a estrangeiros nem a chineses de castas inferiores colocar os olhos em uma pessoa tão eminente.

Em muitos aspectos, o imperador e sua corte viveram em uma prisão luxuosa. Eles raramente se atreviam a aventurar-se além das muralhas da Cidade Proibida e, quando o faziam, tomavam muitas precauções. O imperador era transportado em uma liteira, espécie de leito reclinado, fechado e coberto, carregado por quatro servos. Guardas militares, o serviço secreto escoltando a rota, além de uma política de nunca revelar qual liteira transportava o imperador, eram apenas alguns dos estratagemas utilizados para proteger o regente fora do Palácio Imperial.

O Jardim Imperial era um dos poucos lugares onde as pessoas enclausuradas no complexo podiam ir para relaxar. Ao vagar pelos pavilhões e lagos, pinheiros, flores e bambu - todos símbolos clássicos da jardinagem chinesa - os habitantes tinham uma experiência totalmente extraordinária da natureza, o tipo de prazer simples desfrutado pelas pessoas comuns todos os dias. Entretanto, isso ocorria no mundo externo, além das altas muralhas da Cidade Proibida.­





por Jerry Camarillo Dunn Jr. - traduzido por HowStuffWorks Brasil​
 
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