O comandante que viu a morte

Cinco meses após o grave acidente que quase lhe tirou a vida, Carlos Duarte, 42 anos, comandante da PSP de S. João da Madeira, começa a recuperar e, apesar de ainda muito limitado, garante que o objectivo é "voltar a ser um operacional". A queda do telhado do Pavilhão Paulo Pinto, quando averiguava uma falsa ameaça de bomba e perseguia um grupo de assaltantes ainda está bem presente na memória de Carlos Duarte, o subcomissário que "viu a morte".



Não culpa os agentes que o chamaram quando estava em casa na noite de 28 de Julho, antes pelo contrário, eram as ordens que tinham: "Já estava traçado no meu destino. Se não fosse naquela noite seria noutra altura qualquer". Seguiu-se um mês em coma, entre a vida e a morte, e, até agora, quatro de lenta recuperação.

As lesões ainda são bem visíveis e a recuperação está a ser feita com auxílio da fisioterapia e até já pôde deixar o Hospital da Prelada, no Porto, e passar o Natal a casa.

No final de mais uma sessão de fisioterapia conseguiu mais uma vitória: levantar uma perna sem qualquer ajuda. "Aprendi a dar valor a coisas que antes nem me apercebia que eram importantes, como por exemplo, levantar uma perna, calçar umas meias ou tomar banho sozinho", explica, realçando que quer voltar ao serviço "logo que consiga andar de muletas".
Francisco Manue