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Uma rede, que durante um ano arrecadou milhares de euros com centenas de furtos no aeroporto Francisco Sá Carneiro, começa hoje a ser julgada no Palácio da Justiça do Porto. No total, vinte arguidos, cinco dos quais eram elementos da Brigada Fiscal da GNR ao serviço no terminal de carga, são acusados de receptação dolosa, furto qualificado e corrupção activa.
Durante todo o ano de 2004, a rede conseguiu colocar o seu plano em curso sem os entraves das autoridades. Vários funcionários da Groundforce – empresa que na altura tratava da gestão da carga no complexo – dois dos quais irmãos, contavam com a colaboração da GNR. Os militares recebiam pela sua cumplicidade alguns dos artigos roubados na carga: telemóveis, relógios de luxo, artigos em ouro e prata e roupa de marca cara. Os produtos eram retirados das malas de passageiros, passados para o exterior do aeroporto e vendidos.
A rede conseguiu milhares de euros antes de ser descoberta a partir de uma transacção de material. Um ourives do Porto ajudou as autoridades a descobrir o esquema. Os suspeitos tentaram vender relógios de luxo raros ao ourives que ficou surpreendido quando verificou a preciosidade que tinha em mãos. Os relógios estavam numerados e o comerciante ficou perplexo. O achado iniciou a investigação e levou a polícia aos restantes elementos. Após várias buscas domiciliárias, um dos suspeitos confessou.
Entre os mais de 300 artigos furtados, há gargantilhas de prata, botões de punho em ouro e equipamento oficial de selecções de futebol. O megaprocesso do Tribunal Judicial da Maia, que é julgado no Porto por falta de espaço, conta com cerca de 70 testemunhas de acusação.
Pedro Sales Dias