“Só Jesus nos pode valer”

A família de Andreia Araújo, de 13 anos, desaparecida há 22 dias da aldeia de Boalhosa, Ponte de Lima, está a ficar desesperada com o desaparecimento da menor. "Já não sabemos o que fazer, apenas Jesus nos pode valer nesta altura, tenho rezado muito para que ela volte" disse Glória Fernandes, tia da menor, visivelmente transtornada.

A família está convicta de que a menor fugiu de casa com o namorado, Stephane, de 21 anos. No entanto, nunca suspeitou de nada até porque Stephane e Andreia são primos em segundo grau.

Stephane vivia há dois meses na residencial Limiar Confort, antiga residencial São Gonçalo, em Ponte de Lima. A funcionária da residencial viu duas vezes a menor. "Ela esteve aqui duas vezes mas nunca dormiu cá", garantiu. O jovem desapareceu da residencial no mesmo dia em que Andreia foi vista pela última vez. Horas antes do desaparecimento, a GNR de Ponte de Lima tinha estado na residência a falar com Stephane.

Oito dias depois, o rapaz voltou à residência para ir buscar os seus pertences e pagar o que devia. A funcionária da residencial, que já tinha sido alertada do desaparecimento, ligou à GNR, mas Stephane conseguiu fugir a pé, deixando no local todos os seus haveres, entre eles uma mota.

Os pais da menor não acreditam que Andreia tenha sido obrigada a fugir. "A Andreia foi porque quis, ele é falador e de fracas ideias, convenceu-a a ir com ele, se está bem, se está mal não sabemos", afirmou Glória.

As últimas pessoas a verem Andreia foram duas amigas que a acompanharam no dia do desaparecimento à escola. Andreia esperava o autocarro para casa com as amigas, que apenas se ausentaram por uns minutos para irem a um café. Quando voltaram à paragem, Andreia já não estava no local. "O que aconteceu é um enorme desgosto para nós, só queremos que ela esteja viva e que volte para casa", acrescentou a tia.

PORMENORES

GUARDA-ROUPA

Andreia desapareceu no dia 16 de Dezembro apenas com a roupa que levava no corpo. Nesse dia usava um casaco com capuz e tinha botas e camisola cor-de-rosa.

RAPARIGA SIMPLES

A menor é boa aluna e nunca faltava às aulas. A jovem ajudava muito em casa e sabia cozinhar muito bem. A família diz que é uma rapariga muito simples e muito calada.

NAMORO NO VERÃO

Stephane começou a falar com Andreia no início de Junho. Apesar de a relação não ser oficial, Andreia encontrava-se várias vezes com Stephane no café da aldeia.

TRABALHO

Apesar de afirmar que trabalhava em Braga, Stephane passava o dia na residencial. Todos os dias saía por volta das 17h00 e voltava à 01h00. Ninguém sabe ao certo o que fazia, apenas que vivia do dinheiro herdado após a morte da mãe.




Ana Isabel Fonseca