Zanga causou morte à facada

Uma discussão, associada a alguma debilidade mental, poderá explicar a atitude do homem, de 78 anos, que na quinta-feira matou à facada a mulher, de 82 anos, com quem vivia em Teixoso, na Covilhã. Nos últimos dias, o suspeito, Manuel Pais, andava acordado de madrugada a bater à porta dos vizinhos por motivos sem nexo.

Em duas noites seguidas, pareceu andar "meio perturbado", tendo pedido a vizinhos, entre as 01h00 e as 03h00, que o ajudassem porque "ouvia barulhos estranhos". A um dos moradores pediu que "lhe fosse cortar o cabo da electricidade".

Na quinta-feira, pelas 10h00, Manuel Pais saiu de casa, de mota, mas a chaminé da lareira "não deitava fumo", ao contrário do habitual, contou ontem uma vizinha, Maria do Céu, adiantando: "Pensámos que ela poderia ter adoecido, mas nunca que a tivesse matado." À tarde regressou a casa, com a nora, Gracinda, que encontrou o corpo de Maria Graça Fonseca na cozinha. Mais tarde, a PJ viria a apurar que foi assassinada com golpes de uma faca de cozinha, na cabeça e no pescoço.

Os idosos viviam juntos há menos de dez anos, após a morte dos cônjuges e, segundo uma neta, Diana, "não havia nada que fizesse suspeitar de uma má relação". O Tribunal da Covilhã determinou a prisão preventiva do suspeito, acusado de homicídio qualificado.
José Paiva