PSP com medo de represálias

Pelo menos desde a madrugada de segunda-feira que os agentes das esquadras da PSP na zona da Amadora têm ordens para reforçar a segurança das instalações policiais e para não patrulhar o interior dos bairros problemáticos do concelho.

A morte de Elson Sanches, o rapaz de 14 anos que no domingo à noite foi atingido a tiro por um agente de investigação criminal da PSP da Amadora, no bairro da Quinta da Lage, levou o Departamento de Operações do Comando da PSP de Lisboa a fundamentar, com informações recolhidas no terreno, um alerta de represálias.

Indivíduos referenciados, residentes nos bairros problemáticos do concelho, estariam a planear ataques a esquadras da PSP e a agentes em patrulha, tal como o CM ontem noticiou.

Por isso, o comando da Divisão policial da Amadora deu ordens aos agentes para evitar confrontos com os residentes dos bairros, limitando as patrulhas às áreas das esquadras.

Na noite de quinta-feira, o alerta dado inicialmente só para a zona da Amadora generalizou-se a toda a área de Lisboa. Patrulheiros e agentes que fazem a segurança dos transportes públicos receberam ordens para regressar às esquadras e reforçar a segurança destas instalações. Os únicos incidentes ocorreram ontem na Quinta da Lage, onde contentores do lixo foram incendiados.

Entretanto, dezenas de familiares, amigos e vizinhos juntaram-se ontem na igreja da Brandoa para velar o corpo de Elson Sanches. O funeral realiza-se pelas 16h30 de hoje no cemitério de Benfica.
Miguel Curado