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População de Carvalho de Rei já conseguiu hoje comprar bens essenciais

brunocardoso

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População de Carvalho de Rei já conseguiu hoje comprar bens essenciais




Amarante, 13 Jan (Lusa) - A população de Carvalho de Rei, situada numa encosta da serra da Aboboreira, conseguiu hoje, pela primeira vez desde o nevão de há quatro dias, adquirir bens essenciais, como o pão e o leite.

Fernando Mendes, dono da única mercearia da aldeia, que abre todas as manhãs para abastecer pouco mais de meia centena de clientes, já conseguiu subir à serra com a sua carrinha na manhã de hoje, depois de tentativas infrutíferas no domingo e segunda-feira.

A estrada asfaltada estava intransitável desde o forte nevão de 09 de Janeiro, como já não se via na aldeia desde 1977, já lá vão 32 anos segundo a ainda fresca memória de um antigo emigrante nos Estado Unidos.

Só esta manhã foi permitido o trânsito a veículos não dotados de tracção às quatro rodas.

A intervenção do pessoal camarário, com colocação de sal nos pontos com mais gelo e as fortes chuvadas da noite e madrugada ajudaram a desobstruir a quase totalidade da estrada, trazendo a normalidade à aldeia.

A falta de bens alimentares essenciais levou segunda-feira o presidente da junta, Ilídio Pinto, a pedir a intervenção da Protecção Civil para abastecer a aldeia com água engarrafada, pão e leite, tarefa que teve a colaboração dos bombeiros para o respectivo transporte.

Além de merceeiro da aldeia, Fernando Mendes presta outras ajudas aos 200 habitantes de Carvalho de Rei, pagando-lhes as reformas, como ainda hoje fez a alguns idosos.

Artur Vieira, septuagenário ainda bem desenvolto, fez hoje compras para alguns dias, levando para casa a garrafa de sumo, um saco de pão de quatro cantos, típico de Padronelo, e o imprescindível garrafão de tinto.

"Desde sexta-feira que não conseguia fazer compras e já cá fazia falta a mercearia", disse o ancião.

Depois de dois dias de férias forçadas, a vida regressará quarta-feira à normalidade para os cerca de oito mil alunos do ensino básico e secundário de Amarante, devido à suspensão da rede de transportes nos primeiros dois dias da semana, determinada pela câmara e pela protecção civil locais.

Na segunda-feira ainda abriram algumas escolas, mas o número de alunos que assistiu às aulas foi quase residual.

O director executivo da Secundária de Amarante, que hoje optou por dispensar todos os alunos, disse à Lusa que segunda-feira não vieram mais do que uma centena num universo de 1.300 alunos, entre cursos profissionais e das outras vias de ensino, do sétimo ao 12º anos.

"Alguns miúdos chegaram ao portão [dos que vão à escola por meios próprios] e como não viram os autocarros escolares perceberam que não havia aulas. Já não entraram", esclareceu o responsável escolar, que reconhece que a autarquia tomou a medida acertada.

"Decidimos que não valia a pena arriscar. As estradas tinham muito gelo e dificilmente os autocarros escolares poderiam circular em segurança", justificou à Lusa Armindo Abreu os dois dias de suspensão das actividades lectivas no concelho.

Segundo o autarca, os agrupamentos escolares que decidiram abrir algumas escolas acabaram por arrepender-se por terem posto em perigo as crianças, que não tinham sequer condições de segurança para brincar no recreio.

"Numa escola da cidade, chegaram a andar de picareta a quebrar o gelo que se tinha acumulado no recreio", enfatizou.

"Não é dramático fechar dois dias no ano e para nós o mais importante é a segurança dos alunos", sustentou Armindo Abreu, que garante que a normalidade "regressa na quarta-feira com a reabertura de todas as escolas".

"As previsões meteorológicas apontam para queda de neve mas só acima dos 800 metros e já não devemos ser atingidos", assegurou o autarca de Amarante.

JDS

Fonte:Lusa/fim
 
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