EUA: Avião que caiu no Hudson foi atingido por pássaros, segundo o piloto - Inquérito
18 de Janeiro de 2009, 04:02
Nova Iorque, 18 Jan (Lusa) - O comandante de bordo do Airbus A320, forçado a amarar no Rio Hudson em Nova Iorque, indicou à torre de controlo que os reactores foram atingidos por pássaros, anunciaram sábado os investigadores, confirmando a tese privilegiada até agora.
O piloto, Chesley Sullenberger, disse à torre de controlo: "Chocámos com pássaros. Os dois motores perderam a sua potência. Fazemos meia-volta", revelou Kitty Higgins, do National Transport Safety Board (NTSB), organismo federal responsável pelo inquérito sobre o acidente, após as audições dos controladores aéreos presentes no momento do acidente.
A grande velocidade, as colisões com pássaros provocam impactos destrutivos em especial nas pás - finas lamelas de metal - dos motores de reacção.
O choque aconteceu a cerca de 914 metros de altitude, numa altura que o avião da US Airways, que tinha acabado de deixar o aeroporto nova-iorquino de LaGuardia para Charlotte (Carolina do norte), estava em plena ascensão, destacou.
Segundo Higgins, Sullenberger e os agentes no solo discutiram então, calmamente, as opções que permitiam aterrar o avião, cujos motores ainda funcionavam parcialmente.
"O controlador perguntou se o piloto queria aterrar em LaGuardia na pista 13 e o piloto respondeu: «Não podemos. Vamos descer no Hudson»", disse o investigador, acrescentando que o comandante excluiu a hipótese de se dirigir para um outro aeroporto.
Quando a torre de controlo "perguntou ao piloto em qual pista queria aterrar, ele respondeu: «Vamos aterrar no Hudson. E esta é a última comunicação do avião»", prosseguiu Higgins.
Apenas cinco minutos passaram entre a descolagem do avião e a sua amaragem no rio, disse.
As operações efectuadas com mestria pelo piloto, de 57 anos, e a rapidez das operações de salvamento permitiram salvar os 155 ocupantes do voo 1549 do US Airways.
O sangue frio e a habilidade do piloto valeram-lhe as felicitações do presidente cessante George W. Bush e do seu sucessor Barack Obama.
Amarrado a um cais de Nova Iorque, o Airbus continuava sábado imergido no Hudson, pois os socorristas não conseguiram libertar a carlinga das águas parcialmente congeladas do rio.
Inicialmente prevista para as 10:00 locais (15:00 em Lisboa), a sua saída da água foi adiada de várias horas, indicaram as autoridades.
O exame do avião a seco é crucial para poder confirmar as causas do acidente.
Os investigadores poderão igualmente recuperar as caixas negras do avião, que situadas na cauda submersa do aparelho, continuam inacessíveis.
Os investigadores encontraram sábado um dos dois motores desaparecidos do avião, pendurado... na asa do aparelho.
"O motor direito continua unido à asa", indicou um porta-voz do NTSB, Peter Knudson.
O facto da asa estar completamente submersa poderá explicar porque não foi descoberto anteriormente.
Ajudados por sondas, mergulhadores prosseguiram as suas investigações no Hudson para encontrar o segundo reactor.
Os investigadores temeram que os dois reactores se destacassem e naufragassem nas profundidades do rio após a amaragem.
LMP
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