Cravinho não apoia ninguém no congresso

Cravinho não apoia ninguém no congresso

Ex-ministro não comenta moção de Sócrates

O ex-deputado socialista e ex-ministro João Cravinho revelou quinta-feira que não pretende subscrever nenhuma das moções apresentadas no congresso do partido, em Fevereiro, por razões “óbvias”.


“Acho que este congresso é muito diferente do último que tivemos, a conjuntura é diferente, os problemas que temos a resolver também se perfilam de outra maneira, sobretudo em termos de manifesto eleitoral, mais do que a nível de manifesto de candidatura a secretário-geral, que é única”, disse o actual presidente do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento, à margem de um debate em Cascais.

“A questão importante é ver o manifesto eleitoral, as propostas de governação que o PS porá como legislador e como executivo, visto que naturalmente o PS pedirá maioria absoluta de novo”, acrescentou.

João Cravinho não quis comentar a moção que irá ser apresentada por José Sócrates, alegando que não a conhece e assumindo que tem “visões diferentes” do secretário-geral do partido. “Gostaria de ver, em alguns campos, outro tipo de visão, outro tipo de proposta. Não me parece que seja cordial, antes de ler a moção, estar a dizer quais. Por uma questão de projecção, de comportamento e de percepção do que é a dinâmica destes processos, não me parece cordial que eu, que fui derrotado em toda a linha nomeadamente na questão da corrupção, venha agora dizer que está tudo bem”, sublinhou.

NECESSÁRIO “ATAQUE” AO “PROBLEMA DOS OFF’SHORES”

Durante o debate promovido pelo clube de reflexão político ‘A Linha’, João Cravinho defendeu que a regulação do sistema financeiro mundial terá de incluir um “ataque” ao “problema dos off’shores”. “Temos o caso BCP, o caso BPN, em todos esses percebemos que os off’shores estão no centro. É absolutamente fundamental nesta crise que se ataque o problema dos off’shores, porque a sua razão de existir é o segredo que permite toda a espécie de malfeitorias. Não há outra razão”, defendeu.

O ex-ministro de António Guterres considerou que José Sócrates tem capacidade para intervir nesta matéria, não só devido à cooperação internacional, mas também por existir em Portugal, nomeadamente na Madeira

Fonte: CM