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«Bancos de sementes não são obrigatórios»

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«Bancos de sementes não são obrigatórios»

Esclarecimento foi feito pelo Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade


O Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) esclareceu esta sexta-feira que a Convenção sobre a Diversidade Biológica não obriga à criação de bancos de sementes, conforme defendeu a responsável pelo Departamento de Botânica de Universidade de Coimbra, escreve a Lusa.

A professora Helena Freitas afirmou, quarta-feira, que Portugal está a desrespeitar os compromissos internacionais, ao não possuir um banco de sementes da flora nacional.

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«Apesar de Portugal ter assumido o compromisso de criar um banco de sementes, com a Convenção da Biodiversidade Biológica, em 1992, ainda não o fez», afirmou a bióloga, em declarações à Lusa.

Num comunicado enviado à agência Lusa, o ICNB esclarece que, «em 2002, no âmbito desta Convenção, foi adoptada uma Estratégia Global de Protecção das Plantas que tem como uma das suas metas, até 2010, reunir 60 por cento das plantas ameaçadas em colecções acessíveis, de preferência no país de origem».

O ICNB reconhece que, em Portugal, «existe ainda um trabalho a fazer nesta área, designadamente ao nível da sustentabilidade financeira, reforço e articulação das estruturas existentes», realçando que «alguns Jardins Botânicos nacionais têm avançado na criação de bancos de germoplasma vegetal (definição mais abrangente, não restrita a sementes), como são os casos do banco dedicado à flora selvagem autóctone a funcionar no Jardim Botânico da Universidade de Lisboa».

Convenção sobre a Diversidade Biológica

Realça ainda a necessidade de assegurar que «as diversas instituições que operam nesta área, e que disponibilizam material genético para intercâmbio internacional com fins científicos, deverão ter em conta as disposições da Convenção sobre a Diversidade Biológica, nomeadamente no que se relaciona com a soberania do Estado Português sobre os recursos genéticos nacionais».

Desde há cerca de 140 anos que o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra recolhe sementes da flora portuguesa, disponibilizando, anualmente, um catálogo das espécies, para intercâmbio internacional com fins científicos.

No Botânico de Coimbra encontram-se 1.500 espécies, incluindo 20 por cento das consagradas na Directiva Habitats (92/43/CEE), o que representa cerca de metade da flora portuguesa, referiu a professora Helena Freiras, ex-provedora do Ambiente de Coimbra, citando o exemplo de Inglaterra, que possui um banco de sementes com expressão mundial.

«Portugal devia ter, por todas as razões, um banco de sementes, que é fundamental para a preservação a longo prazo dos recursos genéticos, não só a flora de uma forma geral mas também as variedades agrícolas», sustentou.

A investigadora Helena Freitas sublinhou que as espécies preservadas em Coimbra são «muito procuradas por países de todo o mundo», chegando ao Botânico «milhares de pedidos por ano», com destaque para Alemanha, França e Austrália.


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