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Guiné-Bissau: Luta armada começou há 46 anos

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Mai 27, 2007
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Bissau, a luta armada pela independência da Guiné-Bissau, iniciada a 23 de Janeiro de 1963, faz hoje 46 anos, teve êxito, mas o pós-independência saldou-se em fracasso, defendeu o analista político guineense Delfim da Silva.

"A luta armada teve sucesso, senão não teríamos a independência e o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) acabou por influenciar o desfecho de todas as lutas de libertação", afirmou à Agência Lusa Delfim da Silva, licenciado em Filosofia e História.

"O objectivo(da independência),que era construir uma sociedade de progresso, de desenvolvimento económico, de saúde, educação e cultura foi, francamente, um período de fracasso", salientou o analista político que foi ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau até à guerra civil de 1998-99.

Segundo Delfim da Silva, passados 46 anos sobre o início da luta armada "falta luz, água, as estradas são péssimas, há salários em atraso e o país está nos últimos lugares do índice de desenvolvimento humano".

"Portanto, é lamentável dizer isto, mas o balanço da independência em termos dos objectivos é francamente negativo", afirmou.

Segundo o analista guineense, é preciso os dirigentes políticos fazerem uma "corajosa autocrítica e perceberem porque falharam".

"É preciso perceber porque é que falhámos para tentar corrigir os erros e arrancar para o desenvolvimento", afirmou.

O analista, que actualmente integra o "Bureau" Político do PAIGC, defendeu igualmente que a resolução dos problemas existentes na Guiné-Bissau passa pelo desenvolvimento económico.

"Se não houver crescimento económico vai ser completamente impossível satisfazer as reivindicações de justiça social", referiu.

"Se não houver desenvolvimento económico o país não vai conseguir satisfazer essas exigências e se não houver desenvolvimento económico corremos o risco de agravar a tensão política na sociedade com situações que podem ter consequências imprevisíveis", alertou Delfim da Silva.

"Isto é só para realçar que o factor principal hoje é ver se o país cresce economicamente e paga os salários", disse.

Para Delfim da Silva, é também fundamental mudar o modelo económico do país, nomeadamente "diversificar a produção e reduzir a dependência da importação de arroz e exportação de castanha de caju".

"Se não conseguirmos mudar o modelo económico vai ser muito difícil recuperar para combater a pobreza e construir a paz", concluiu.

MSE.

Lusa/Fim
 
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