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Imigração: Famílias ressentem-se da crise financeira

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Mai 27, 2007
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Lisboa, os imigrantes em Portugal sentem-se atingidos pela crise económica mundial no seu dia-a-dia e reclamam do custo de vida, da impossibilidade de ter uma poupança ou do decréscimo no envio de dinheiro para familiares.

"Portugal deixou de ser aquele país do futuro que todos imaginam", disse à Agência Lusa o brasileiro José Gildo de Santana, que vive em Lisboa desde 2003 e trabalha como empregado de balcão num café.

Santana acrescentou que, nos últimos dois anos, está cada vez mais difícil manter-se em Portugal devido ao encarecimento do custo de vida em geral, acrescentando que há menos condições de poupar dinheiro ou de enviar euros para os familiares.

"Para mim está sendo muito difícil. Uns anos atrás era melhor. Meu salário continua o mesmo e os produtos aumentaram muito, como a comida e a gasolina por exemplo", referiu, por seu lado, a cabo-verdiana Polomina Tavares.

"Eu tinha sempre um dinheiro no banco, mas agora não. A meio do mês, eu já nem tenho um iogurte. O meu filho diz sempre 'mãe quero isso, quero aquilo', tenho pena mas não posso dar", apontou a cozinheira, que reside em Portugal há oito anos.

José Gildo Santana e Polomina Tavares concordam que o objectivo dos trabalhadores estrangeiros é conseguir uma vida melhor, angariar uma poupança, ajudar a família e, posteriormente, retornar ao país de origem.

"Vai continuar vindo gente (para Portugal) com aquele sonho de um futuro melhor, a imigração nunca pára", disse Santana, que reside em Portugal com a mulher, os dois filhos e a cunhada.

Os dois imigrantes concordam que estrangeiros continuam a chegar a Portugal, mas decepcionam-se rapidamente com a situação económica que encontram no país.

Santana acrescentou ainda que muitos "quebram a cara" e retornam ao Brasil. Os que não têm família estão a deixar Portugal e dirigem-se para Espanha, França e até mesmo Angola.

"Se eu não tivesse família, também iria trabalhar para outro país. Portugal tem o menor salário mínimo da Europa", disse o brasileiro.

"Aqueles que têm a vida realizada vão para Cabo Verde, os outros que estão legalizados ou com nacionalidade (portuguesa) estão indo para outros países, como a Suíça, França e Holanda", indicou ainda Polomina Tavares, que vive em Portugal com o marido e dois filhos.

Quanto à discriminação, José Gildo Santana e Polomina Tavares referem que esta sempre existiu e nada será diferente com a crise económica.

A perda do emprego por ser estrangeira é uma preocupação da cabo-verdiana, entretanto, o brasileiro acredita que o desemprego é igual para todos.

Santana também pensa que os imigrantes são fundamentais para a economia portuguesa.

"Queremos fazer isso aqui melhorar, porque também fazemos parte. Nós pagamos muita coisa e ajudamos Portugal a melhorar, não estamos a atrapalhar como muitos pensam. Os imigrantes ajudam o país a crescer e, se não fossem os imigrantes, acho que isso (economia de Portugal) não estaria grande coisa", finalizou José Gildo Santana.

CSR.

Lusa/Fim
 
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