• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Manuel Pedro nega “pagamentos ilícitos”

ZON

GF Ouro
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
1,797
Gostos Recebidos
0
O semanário Sol publicou uma troca de e-mails que sugere a prática de corrupção no licenciamento do Freeport de Alcochete

Manuel Pedro, antigo associado da consultora responsável pelo licenciamento do Freeport de Alcochete, reage às notícias sobre indícios de corrupção com a garantia de que não procedeu a quaisquer “pagamentos ilícitos”. O antigo sócio da Smith & Pedro afirma que se encontrou com José Sócrates por uma única ocasião, quando foi chamado a uma reunião no Ministério do Ambiente, a pedido da Câmara de Alcochete.Em comunicado ontem difundido, o empresário Manuel Pedro garante que “jamais” participou em "qualquer encontro de cariz pessoal ou profissional com o actual primeiro-ministro".

“Nunca procedi a pagamentos ilícitos e nem em circunstância alguma referi a terceiros ter pago verbas a políticos, governantes ou quaisquer pessoas no exercício de funções públicas”, sublinha o antigo associado da Smith & Pedro, a empresa consultora contratada para garantir as aprovações necessárias à construção do outlet de Alcochete.

Manuel Pedro afirma que só falou pessoalmente com José Sócrates durante uma reunião no Ministério do Ambiente.


“Nesse encontro e para além do senhor ministro do Ambiente, estiveram presentes o senhor secretário de Estado, doutor Rui Gonçalves, dois administradores do Freeport, senhores Gary Russel e Jonathan Rawsnley, representantes do ICN [Instituto de Conservação da Natureza] e CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional] e, naturalmente, o senhor presidente da Câmara de Alcochete, José Inocêncio”, lê-se no comunicado do empresário.

Quanto às investigações em curso, Manuel Pedro promete prestar “declarações no momento e circunstâncias próprias, ou seja, no âmbito do processo judicial que corre em termos e quando para tal for solicitado pelas autoridades competentes”.

Troca de e-mails “fatais”

O semanário Sol publicou ontem excertos de uma troca de correspondência electrónica que sugere o pagamento de subornos com vista a garantir a chancela do Ministério do Ambiente na Declaração de Impacto Ambiental que viabilizou a construção do Freeport de Alcochete.

O Sol obteve e-mails que terão sido trocados entre responsáveis da empresa Freeport e o britânico Charles Smith, associado da consultora Smith & Pedro.
Uma das mensagens de correio electrónico enviadas por Smith ao administrador Gary Russel solicita que o dinheiro seja remetido a Portugal em duas tranches: “Aconselho-o a enviar a taxa esta semana em duas partes, uma para o EIA [Estudo de Impacto Ambiental] e outra para os protocolos. Tenho as pessoas sob controlo graças a essa transferência”.

O nome do ministro do Ambiente no Executivo de gestão de António Guterres não é citado nos e-mails revelados pelo Sol. No entanto, uma das mensagens electrónicas atribuídas a Charles Smith, enviada ao promotor imobiliário Billy McKinney, alude a um ministro: “Tenho estado sob ordens muito rígidas do ministro no sentido de não dizer nada antes da recepção do documento e do relatório”.

O semanário cita também a existência de uma figura preponderante para o objectivo de facilitar o processo de licenciamento do complexo comercial de Alcochete, a quem os administradores britânicos teriam atribuído o nome de código de “Pinóquio”.

No sábado, à saída da cerimónia de assinatura do contrato de concessão do Baixo Alentejo, o primeiro-ministro foi confrontado com as últimas notícias avançadas pela imprensa. José Sócrates começou por se escusar a tecer comentários. Mas acabou por se dizer “preparado para resistir a todas as ignomínias desta campanha”.

Pouco antes, o Presidente da República recusara-se a comentar o caso Freeport, que não deixou de classificar como um “assunto de Estado”.

Manuel Alegre condena “nebulosa”

O deputado socialista Manuel Alegre saiu ontem em defesa de uma investigação célere sobre o processo de licenciamento do empreendimento de Alcochete, uma vez que “há uma suspeição sobre as pessoas e uma suspeição generalizada sobre a política e isso afecta gravemente a democracia”.
“Parece que em Portugal há dificuldade em investigar. As coisas demoram muito tempo e depois ninguém é acusado e ninguém é inocentado”, assinalou o antigo candidato à Presidência da República, à entrada para a inauguração da sede do Movimento de Intervenção e Cidadania no Porto.

“Vive-se numa nebulosa e isso não é bom para a democracia. Este é o momento de fazer uma reflexão sobre isso. O que eu desejo é que não se instale nas pessoas a convicção de que a justiça não funciona e que a democracia não é adulta, porque isso é mau para a democracia”, insistiu Alegre.

rtp
 
Topo