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Electricidade: Consumo doméstico é mais caro em Portugal do que em Espanha

Hdi

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Set 10, 2007
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Os preços de electricidade para os consumidores domésticos são mais caros 7,8 por cento em Portugal do que em Espanha, mas as tarifas pagas pelos industriais portuguesas são mais baratas 5,7 por cento, segundo dados do Eurostat.

Esta variação é obtida com base nos dados do Eurostat, relativos às tarifas de venda a clientes finais (com impostos) do primeiro semestre de 2008, ponderados pelo consumo. Os mesmos dados ponderados mostram que as tarifas de vendas a clientes finais em Portugal estão 1,1 por cento abaixo da média da União Europeia a 27 Estados-membros no caso dos consumidores domésticos, sendo mais barata 2,5 por cento no caso dos clientes industriais.

O facto das tarifas para os consumidores domésticos serem mais baratas em Espanha do que em Portugal é justificada por vários especialistas do sector energético com o facto de em Espanha os preços de electricidade estarem longe de reflectir os custos de produção. Por esse motivo, o Governo espanhol já assumiu a existência de um défice tarifário de 16.500 milhões de euros em 2008, que deverá atingir os 22.500 milhões de euros no final deste ano.

Em Portugal, o valor do défice é de 2,1 mil milhões de euros. Outra justificação para a discrepância de preços entre os dois países prende-se com o "mix" energético existente nos dois países, o qual é mais favorável em Espanha, referem os especialistas.

Além de Espanha ter energia nuclear, a sua produção a partir de centrais a carvão e de ciclo combinado a gás natural é mais eficiente que a portuguesa, devido aos avultados investimentos efectuados. A situação tenderá a mudar quando em Portugal entrarem em funcionamento as novas barragens já projectadas e as centrais de ciclo combinado mais eficientes.

Por último, a diferença de preços é explicada também pelo congestionamento das linhas eléctricas, devido à insuficiente capacidade de interligação entre os dois países. Também esta situação será ultrapassada por volta de 2014 quando a capacidade de interligação duplicar para os 3.200 megawatts (MW).

A existência de um mercado liberalizado mais desenvolvido em Espanha do que em Portugal é também apontada como um dos factores para a diferença de preços, mas o assunto não é pacífico.

Em Portugal, a percentagem de consumo de energia em regime de mercado, que chegou a ser de 20 por cento há cerca de 5 anos, recuou para 1,8 por cento em final de 2008, segundo um especialista.

Em Espanha, apesar da percentagem ser maior, a rondar os 15 por cento, nota-se também desde 2005/2006 um abandono do mercado livre, sobretudo por parte dos consumidores de baixa tensão.

Além disso, há quem defenda que a liberalização do mercado em Espanha tem um efeito meramente estatístico, porque as empresas incumbentes em cada uma das regiões espanholas são dominantes nessas regiões. Ou seja, nessas regiões as empresas asseguram a comercialização livre, o que significa que os consumidores têm pouca escolha.

SAPO/Lusa
 
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