Matou um, feriu mais três e suicidou-se com um tiro
Matou um, feriu mais três e suicidou-se com um tiro
Sexagenário tinha doença terminal e mostrara uma lista de pessoas com quem queria "acertarcontas". Em duas horas espalhou o terror por localidades dos concelhos da Batalha e de Ourém
Sofria de doença terminal e já havia dito que antes de morrer queria acertar contas. Tinha uma lista de alvos a abater. Esta quinta-feira, em duas horas, Quintino pegou na pistola e matou um homem, baleou mais três pessoas e suicidou-se.
Há algum tempo que o sexagenário se sentia incomodado com o corte de árvores que lhe sujavam a propriedade, localizada na estrada de Nossa Senhora de Fátima, que liga S. Mamede, no concelho da Batalha, a Fátima. O confronto com os madeireiros era quase diário mas ninguém conseguiu prever a tragédia, apesar dos sinais. Algum tempo antes tinha até mostrado, num café, uma lista de alvos a abater, que incluía também familiares.
Ontem, cerca das 15.30 horas, Quintino Júlio, 63 anos, travou-se novamente de razões com os dois madeireiros e da conversa rapidamente se passou para as agressões. O sexagenário foi a casa, pegou na sua pistola de calibre 6.35 e disparou contra um trabalhador, enquanto o outro fugia. Ainda estava de arma em punho quando um automobilista, que por ali passava, parou para para ajudar o ferido. Acabou por ser baleado por Quintino e acredita-se que tenha morrido ainda no local. Era um cidadão ucraniano, de 32 anos, pai de um bebé de meses e que não residia na zona.
Já com o sexagenário refugiado em casa, o madeireiro, que havia fugido, alerta os bombeiros. Os dois homens foram transportados para o Centro de Saúde de S. Mamede. O madeireiro baleado, com cerca de 40 anos, foi evacuado por um helicóptero do INEM para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
O agressor saiu de casa e dirigiu-se ao Centro de Saúde e perguntou por um familiar que ali trabalha. Graça, 47 anos, atendeu-o e disse-lhe o familiar não estava. Quintino disparou contra a mulher, baleando-a na cabeça. Graça foi levada para o hospital de Leiria. Tinha a bala alojada entre a pele e o crânio e foi operada. Teve alta de madrugada.
Quintino decide “ajustar outras contas” e, na sua viatura, um Mercedes, dirige-se a Zambujeiro, aldeia de Ourém. É lá que encontra um vizinho e conhecido, de 73 anos, moleiro de profissão e residente na freguesia de S. Mamede.
São 16.12 horas. O idoso espera-o na rua, como tinham combinado pouco antes. Quintino sai da viatura e, empunhando a pistola, dispara contra o vizinho, ferindo-o na zona do pescoço. A vítima foi transportada para o hospital de Leiria e mais tarde transferido para os Hospitais da Universidade de Coimbra.
Já de volta à sua viatura, o suspeito recebe um telefonema da GNR. Os militares tentam acalmá-lo, mas ele responde que “tudo na vida tem solução, até a morte”, e admite saber que já está a ser seguido.
De facto, uma viatura descaracterizada da GNR de Ourém seguia o Mercedes. O suspeito atravessa a cidade e dirige-se para Tomar. A meio do percurso segue em direcção ao Agroal. Já com a Polícia Judiciária de Leiria e mais GNR também no seu encalce, Quintino decide prosseguir viagem até Rio de Couros, freguesia da Freixianda.
A cerca de 30 metros de um cruzamento, o caminho está barrado por duas viaturas da GNR. Decide parar o automóvel e, ali mesmo, no meio da estrada, encostou a arma à cabeça, do lado direito, e disparou. Eram 17. 45 horas.
Fonte Inf:
JN