• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

BPN: Director de Operações confirma movimentos para o Insular, mas diz que vinham de

brunocardoso

GForum VIP
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
5,612
Gostos Recebidos
0
BPN: Director de Operações confirma movimentos para o Insular, mas diz que vinham de cima

Lisboa, 07 Fev (Lusa) - O ex-director de Operações do BPN Ricardo Pinheiro, de quem António Duarte disse receber ordens sobre o Banco Insular, confirma ter ordenado as operações desde 2002, mas ressalvou que estas também lhe vinham de cima, da "hierarquia".

Na terça-feira, numa audição na comissão parlamentar de inquérito ao Banco Português de Negócios (BPN), António José Duarte, antigo assessor dos conselhos de administração de José de Oliveira Costa e Abdool Vakil, declarou aos deputados que "houve várias centenas de movimentos entre o BPN e o Insular entre 2002 e 2009".

António José Duarte, que entre 1999 e 2006 exerceu funções como administrativo na direcção de operações, afirmou ainda que "registava operações para o BPN, BPN Cayman, BPN IFI, em Cabo Verde e Banco Insular" por ordem dos seus superiores na Direcção de Operações do BPN, António Franco e Ricardo Pinheiro.

Em declarações à Lusa a partir de Angola, onde trabalha no Banco Sol, Ricardo Pinheiro confirmou ter dado essas ordens, que - ressalvou - lhe chegavam de cima, "da hierarquia".

"Havia uma hierarquia, as instruções vinham da administração e passavam. Na altura, o António Duarte trabalhava nas operações, da mesma forma que eu recebia as instruções passava-as às pessoas que trabalhavam comigo", declarou Ricardo Pinheiro, também ele um dos antigos quadros do BPN que pelo menos o CDS-PP quer ouvir na comissão de inquérito.

Ricardo Pinheiro contou à Lusa que entrou para o BPN em 1999, com António Franco, com quem esteve na Direcção de Operações até este subir à administração do BPN, em 2005. Nessa altura - António Franco só acabaria por assumir funções de administrador em Fevereiro de 2006 - Ricardo Pinheiro assumiu o cargo de Director de Operações, onde se manteve até inícios de 2007.

O ex-director de operações adiantou também que tomou conhecimento do Banco Insular em 2002 (tal como tinha declarado António Duarte), tendo "assumido como um facto" que o banco de Cabo Verde pertencia ao universo BPN/Sociedade Lusa de Negócios (SLN), "adquirido no pacote de compra da FINCOR".

"Se formalmente ele pertence ao BPN eu também nunca vi documentação que o provasse. Internamente sempre o vimos como um banco da SLN ou do BPN, nunca tive nenhuma dúvida sobre isso", sublinhou. "Nunca ninguém dentro do banco, até ao momento em que saí [2007, para Angola], questionou a titularidade do Banco Insular".

O BPN comprou 80 por cento da empresa financeira FINCOR SGPS (que detinha o Banco Insular) em Abril de 2002. O ex-vice-governador do Banco de Portugal António Marta declarou na comissão há dias que avisou Oliveira e Costa de que o supervisor impediria o negócio se este incluísse o Insular.

"Nunca vi nada que comprovasse que o Insular era do BPN ou da SLN, mas também nunca houve ninguém que dissesse que não era. Nós todos assumíamos isso como sendo um facto", contou Ricardo Pinheiro.

Depois de anos na "clandestinidade", a titularidade do Banco Insular acabou por ser assumida pelos antigos administradores-executivos da SLN Abdool Vakil (numa carta ao Banco de Portugal, que o questionava sobre isso) e Miguel Cadilhe.

A actual administração do BPN, designada após a nacionalização, declarou também há dias na comissão de inquérito que "formalmente o Banco Insular" não lhes pertence, apesar de assumir as suas perdas.

Ricardo Pinheiro, que disse ter avisado alguns accionistas de referência da SLN em inícios de 2007 sobre operações em off-shores não relevadas nas contas, disse que também estes pareciam saber do banco nessa altura.

"Eu tive duas conversas curtas com os accionistas (inícios de 2007). Quando se falou de algumas situações e do Banco Insular de uma forma genérica ninguém me perguntou se era ou não era [do universo BPN/SLN]", recordou.

NVI.
Fonte Inf: Lusa/Fim
 
Topo