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Angola, novo Eldorado para a saída da crise

joseseg

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Mai 26, 2007
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São já mais de 80 mil os portugueses emigrados em Angola. Aquele país africano é visto como o novo Eldorado para trabalhadores e empresários portugueses. Dois voos diários são já insuficientes.

Porto, 4 de Fevereiro, 10 horas. Ana Rodrigues, 49 anos, impacienta-se frente ao balcão da Consulta do Viajante. Há mais de um mês que tem marcada a consulta médica indispensável para obter o visto que, em breve, lhe vai permitir ir trabalhar para Angola. Mas tem de aguentar. Os centros de saúde apenas com muita dificuldade conseguem dar vazão a tantos pedidos de vacinação. Ana, administrativa no Marco de Canaveses, reconforta-se com um pensamento: em breve, vai viver num clima quente, como gosta, e passar a auferir 2300 euros mensais contra os miseráveis 750 que tem levado para casa.

Porto, Hotel Sheraton, 5 de Fevereiro, 10 horas. Centenas de empresários nortenhos enchem um vasto salão para ouvirem falar sobre as relações económicas entre Portugal e Angola. Para gáudio da assistência, uma instituição bancária acena-lhes com possibilidades de crédito para a internacionalização das empresas. Na mesa, um perito aguça-lhes o apetite com números: as exportações para Angola cresceram mais de 30% só nos primeiros 10 meses do ano passado. Contudo, alguém alerta: "Angola não é uma nova árvore das patacas. É um mercado exigente, que requer muito trabalho e qualidade".

Ana Rodrigues e as centenas de empresários que, no Porto, sonham com Angola representam a esperança com que muitos milhares de portugueses de Norte a Sul do país olham a ex-colónia portuguesa. O desemprego e a falta de oportunidades parecem estar a encontrar respostas naquele país africano, onde a árdua tarefa de reconstrução nacional exige braços esforçados e grandes investimentos.

Os dois voos diários para Luanda - operados pela TAP e TAAG - são já insuficientes para tamanha debandada. Isabel Palma, do Gabinete de Comunicação da TAP, confirmou ao JN que, no ano passado, a companhia tranasportou mais de 156 mil passageiros na rota Lisboa-Luanda-Lisboa. Ou seja, um aumento de 13% face a 2007. O objectivo da companhia é o aumento do número de voos semanais de forma a dar resposta à elevada procura. Também na TAAG, Agnela Wilper confirmou ao JN a intensa procura que tem sido registada nos voos entre Lisboa e Luanda.

E como para a obtenção do visto de entrada em Angola é obrigatória uma vacinação prévia, as consultas do viajante de todo o país estão a ter grande dificuldade em dar vazão a tantos pedidos. Delfina Antunes, directora do Departamento de Saúde Pública do Norte, confirmou ao JN que dos 13500 utentes atendidos em 2008 nos cinco centros da região com consulta de viajante (três no Porto, um em Braga e um em Viana do Castelo), 9500 tinham como destino o continente africano. Destes, 70% rumavam a Angola.

Para aumentar a rapidez de atendimento - no momento, a marcação de uma consulta pode demorar cerca de um mês - serão abertos mais dois centros de saúde em Bragança e Vila Real, além de alargados os períodos de funcionamento e instalado um programa informático de gestão integrada de marcação de consultas.

Rui Encarnação, responsável pelo portal Netempregos, revelou ao JN que tem tido cerca de 150 ofertas de emprego por mês para Angola. "Em média, para cada oferta de emprego, recebemos cerca de 450 candidaturas", realçou.

E o futuro trará ainda mais oportunidades aos portugueses, como afirmou ao JN Basílio Horta, presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal.

JN
 
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