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Saúde: Nova variante da doença de Creutzfeldt-Jacob matou cerca de 200 no mundo
A variante da doença de Creutzfeldt-Jakob, provocada pela doença das ‘vacas loucas’ (BSE), que quinta-feira matou o segundo jovem em Portugal, pode fazer mais vítimas. Embora o Ministério da Agricultura garanta a segurança da carne à venda, o período de incubação da doença atinge os 16 anos, pelo que a carne contaminada consumida em 1993 ainda pode despoletar a doença.
Segundo informação do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas desde '1997 que são removidos todos os tecidos dos bovinos abatidos para consumo que podem constituir risco de transmissão'.
O problema das vacas está assim ultrapassado, porque a doença está extinta há vários anos, mas a duração do período de incubação para as pessoas ainda não terminou. 'É devido a esse longo período que só agora apareceram os primeiros dois casos em Portugal', referiu Pedro Simas, que dirige a Unidade de Patogénese Viral do Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa. Pedro Simas acrescentou que 'em Portugal é esperado o que aconteceu no Reino Unido, mas com uma magnitude dez a cem vezes menor'. Neste país morreram 164 pessoas dos cerca de 200 casos no Mundo.
NÃO SÃO CONHECIDOS NOVOS CASOS
O director-geral da Saúde, Francisco George, garante que não há mais casos notificados da variante humana da doença das vacas loucas, mas , sublinha que continua activo o programa de vigilância. 'Não acredito que os médicos, perante uma presunção de diagnóstico desta doença, não notifiquem as autoridades, até por razões de segurança', disse o director-geral sublinhando que os médicos 'notificam e procuram saber as normas e procedimentos, quer nacionais quer europeus, desta doença que é muito rara', refere. 'Os dois jovens falecidos terão consumido carne contaminada antes dos programas sanitários de vigilância para evitar esse consumo', acrescenta o director-geral da Saúde.
PAIS DE SARA PONDERAM PROCESSO
Os pais de Sara Patrícia, a jovem de 16 anos que morreu na quinta-feira vítima da variante da Creutzfeldt-Jacob, vão aguardar os resultados da autópsia para decidirem se avançam com uma queixa contra o Estado. David Pereira, pai da adolescente, queixa-se de falta de apoio por parte das entidades portuguesas durante o tempo em que a filha esteve doente. Critica ainda da falta de apoio psicológico, nomeadamente ao filho de dez anos, que acompanhou o drama da irmã. 'Ele é o mais afectado e tem muitos problemas de aprendizagem na escola', disse ao CM David Pereira. A família de Sara vive na freguesia de Bairro, Famalicão, numa casa modesta e ficou quase sem rendimentos para cuidar da filha. O pai está desempregado e a mãe de baixa há vários anos.
PRIMEIRA VÍTIMA
A morte do primeiro jovem, também residente no concelho de Famalicão, ocorreu em Abril de 2007. Tinha 14 anos.
GADO CONTAMINADO
Desde 1984 surgiram 959 casos de gado contaminado. Mas o número recuou de 176 em 2003 para 18 em 2008.
CARNE SEGURA
A partir de 2000, os bovinos abatidos com mais de 30 meses de idade são testados para detecção prévia da doença. Nos casos positivos, as carnes são incineradas, sem possibilidade de serem consumidas.
FIM DA DOENÇA
O neurologista Cortez Pimentel admite a possibilidade de novos casos, mas estima que a doença venha a desaparecer.
PROTEÍNA DESTRUIDORA
BSE: A LIGAÇÃO AO HOMEM?
A nova variante da Doença de Creutzfeld-Jacob destrói o cérebro pela presença nas células nervosas de uma proteína denominada prião, que sofre uma mutação e que adquire a capacidade infecciosa.
1990 – Surgem os primeiros casos de jovens infectados com a doença de Creutzfeld-Jacob, doença que até então atingia pessoas com mais de 60 anos;
Cientistas descobrem uma nova variante da doença despoletada por priões provenientes de carne de vaca infectada com BSE que entra no organismo humano através da alimentação
As enzimas digerem as proteínas de priões normais. Estas proteínas infectadas resistem aos ataques das enzimas e são conduzidas pelo sangue ao cérebro.
COMO UMA PROTEÍNA DESTRUIDORA PODE INFECTAR O CÉREBRO
Proteína de prião normal: Uma cadeia destas moléculas contém 230 aminoácidos;
Proteína de prião invasora: Como um colar de pérolas, que a certa altura se começa a enrolar de uma forma diferente do normal, tornando-se infecciosa.
CM
A variante da doença de Creutzfeldt-Jakob, provocada pela doença das ‘vacas loucas’ (BSE), que quinta-feira matou o segundo jovem em Portugal, pode fazer mais vítimas. Embora o Ministério da Agricultura garanta a segurança da carne à venda, o período de incubação da doença atinge os 16 anos, pelo que a carne contaminada consumida em 1993 ainda pode despoletar a doença.
Segundo informação do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas desde '1997 que são removidos todos os tecidos dos bovinos abatidos para consumo que podem constituir risco de transmissão'.
O problema das vacas está assim ultrapassado, porque a doença está extinta há vários anos, mas a duração do período de incubação para as pessoas ainda não terminou. 'É devido a esse longo período que só agora apareceram os primeiros dois casos em Portugal', referiu Pedro Simas, que dirige a Unidade de Patogénese Viral do Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa. Pedro Simas acrescentou que 'em Portugal é esperado o que aconteceu no Reino Unido, mas com uma magnitude dez a cem vezes menor'. Neste país morreram 164 pessoas dos cerca de 200 casos no Mundo.
NÃO SÃO CONHECIDOS NOVOS CASOS
O director-geral da Saúde, Francisco George, garante que não há mais casos notificados da variante humana da doença das vacas loucas, mas , sublinha que continua activo o programa de vigilância. 'Não acredito que os médicos, perante uma presunção de diagnóstico desta doença, não notifiquem as autoridades, até por razões de segurança', disse o director-geral sublinhando que os médicos 'notificam e procuram saber as normas e procedimentos, quer nacionais quer europeus, desta doença que é muito rara', refere. 'Os dois jovens falecidos terão consumido carne contaminada antes dos programas sanitários de vigilância para evitar esse consumo', acrescenta o director-geral da Saúde.
PAIS DE SARA PONDERAM PROCESSO
Os pais de Sara Patrícia, a jovem de 16 anos que morreu na quinta-feira vítima da variante da Creutzfeldt-Jacob, vão aguardar os resultados da autópsia para decidirem se avançam com uma queixa contra o Estado. David Pereira, pai da adolescente, queixa-se de falta de apoio por parte das entidades portuguesas durante o tempo em que a filha esteve doente. Critica ainda da falta de apoio psicológico, nomeadamente ao filho de dez anos, que acompanhou o drama da irmã. 'Ele é o mais afectado e tem muitos problemas de aprendizagem na escola', disse ao CM David Pereira. A família de Sara vive na freguesia de Bairro, Famalicão, numa casa modesta e ficou quase sem rendimentos para cuidar da filha. O pai está desempregado e a mãe de baixa há vários anos.
PRIMEIRA VÍTIMA
A morte do primeiro jovem, também residente no concelho de Famalicão, ocorreu em Abril de 2007. Tinha 14 anos.
GADO CONTAMINADO
Desde 1984 surgiram 959 casos de gado contaminado. Mas o número recuou de 176 em 2003 para 18 em 2008.
CARNE SEGURA
A partir de 2000, os bovinos abatidos com mais de 30 meses de idade são testados para detecção prévia da doença. Nos casos positivos, as carnes são incineradas, sem possibilidade de serem consumidas.
FIM DA DOENÇA
O neurologista Cortez Pimentel admite a possibilidade de novos casos, mas estima que a doença venha a desaparecer.
PROTEÍNA DESTRUIDORA
BSE: A LIGAÇÃO AO HOMEM?
A nova variante da Doença de Creutzfeld-Jacob destrói o cérebro pela presença nas células nervosas de uma proteína denominada prião, que sofre uma mutação e que adquire a capacidade infecciosa.
1990 – Surgem os primeiros casos de jovens infectados com a doença de Creutzfeld-Jacob, doença que até então atingia pessoas com mais de 60 anos;
Cientistas descobrem uma nova variante da doença despoletada por priões provenientes de carne de vaca infectada com BSE que entra no organismo humano através da alimentação
As enzimas digerem as proteínas de priões normais. Estas proteínas infectadas resistem aos ataques das enzimas e são conduzidas pelo sangue ao cérebro.
COMO UMA PROTEÍNA DESTRUIDORA PODE INFECTAR O CÉREBRO
Proteína de prião normal: Uma cadeia destas moléculas contém 230 aminoácidos;
Proteína de prião invasora: Como um colar de pérolas, que a certa altura se começa a enrolar de uma forma diferente do normal, tornando-se infecciosa.
CM