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Debate sobre eutanásia tem de envolver doente

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Set 24, 2006
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Debate sobre eutanásia tem de envolver doente

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O presidente da Associação Portuguesa de Bioética defendeu ontem que o debate sobre a eutanásia deve iniciar-se pela aprovação do testamento vital O presidente da Associação Portuguesa de Bioética defendeu ontem que o debate sobre a eutanásia deve iniciar-se pela aprovação do testamento vital, um documento através do qual o doente manifesta a sua vontade de não ser submetido a tratamentos degradantes.
Rui Nunes, que ontem apresentou estas conclusões em conferência de imprensa, considera imperativa uma hierarquia de prioridades legislativas no que respeita a questões como o testamento vital, as ordens de não-reanimar, a assistência médica ao suicídio ou a eutanásia.
O especialista em Bioética, director do Serviço de Bioética e Ética Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e presidente da Associação Portuguesa de Bioética (APB), reage assim à proposta de um conjunto de personalidades do Partido Socialista sobre a prática da eutanásia.
Este debate, defende, deve começar pela legalização neste ciclo legislativo do testamento vital e só depois, talvez nos próximos dois anos, apostar no debate sobre a eutanásia.
“Se não houver esta calendarização, vamos discutir o tema a correr por questões de aproveitamento político. Parece tudo simples, mas tecnicamente é delicado, quer do ponto de vista ético, quer do ponto de vista jurídico”, disse o presidente da Associação Portuguesa de Bioética à Lusa.
A eutanásia, explicou, é uma questão residual tendo em conta o número de pessoas que a ela pretende recorrer.
O testamento vital, adiantou, é uma boa prática médica e não é residual porque as pessoas não têm medo de morrer mas sim de sofrer.
Segundo Rui Nunes, a Associação Portuguesa de Bioética iniciou há dois anos junto da sociedade civil a discussão de temas relacionados com a morte.
Passado este tempo, adiantou, existe agora consciência de que vale a pena iniciar um debate, mas com uma hierarquia de prioridades.
“Temos de separar matérias. Tem de ser tudo ponderado e a eutanásia é o ultimo recurso que tende a desaparecer”, disse Rui Nunes.
“Sob o chapéu-de-chuva da eutanásia há temas que têm de ser discutidos de forma independente, não perturbando uma discussão que se quer cristalina e transparente”, frisou.
Rui Nunes defende que não se deve repetir o erro que ocorreu quando a sociedade portuguesa discutiu a interrupção voluntária da gravidez, misturando-se “no mesmo saco outras matérias como a maternidade de substituição”.
Já no que respeita ao próximo ciclo legislativo, o especialista em bioética defende que poderá ser discutida a assistência médica ao suicídio.
No congresso do PS que irá realizar-se no final do mês será discutida uma moção sectorial sobre eutanásia, subscrita pelo deputado socialista Marcos Sá, pelo presidente do PS, Almeida Santos e pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro. ||

Fonte:Açoriano Oriental


 
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