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Morre ao salvar amigos no mar

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RoterTeufel

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Costa de Caparica: Jovens não eram frequentadores da Praia do Rei
Morre ao salvar amigos no mar


Ao ver os dois amigos, uma rapariga e um rapaz, com dificuldades em sair da água, João Cheta, 20 anos, não pensou duas vezes. Lançou-se ao mar da praia do Rei, Costa de Caparica, Almada, e tentou socorrer o casal que estava a praticar bodyboard e que foi arrastado pela força das ondas. O que o jovem não sabia é que estava a traçar a sua sentença de morte.



João Cheta estava a apanhar banhos de sol e apenas tentou ajudar os amigos – ambos da sua idade – a contrariar a força do agueiro. Acabou por não conseguir sair da água e morreu afogado. O corpo esteve desaparecido durante 24 horas, mas foi encontrado ontem ao final da tarde, muito próximo do local onde desapareceu.

Ao que o CM conseguiu apurar junto de um colega de João Cheta – residente no Pinhal Novo, em Palmela –, os três jovens não eram frequentadores habituais daquela praia, razão que poderá ter ditado a pouca sorte do jovem.

"O mar da Caparica engana bastante. As pessoas e, principalmente os jovens, lançam-se ao mar sem conhecerem a força das correntes e quando dão por si já estão a ser arrastados", disse ao CM Matos Nogueira, comandante da Polícia Marítima.

Os dois amigos de João Cheta entraram em pânico ao se aperceberem de que o jovem tinha ficado para trás, mas nada puderam fazer para evitar o desfecho trágico.

"Estavam completamente desorientados, sem saber o que fazer. Foi para eles uma aflição muito grande ver o amigo a desaparecer no mar", referiu ao CM uma fonte dos bombeiros de Cacilhas, que auxiliaram a Polícia Marítima nas buscas.

Os familiares de João Cheta estiveram durante todo o dia de ontem na praia do Rei, onde se mostraram desesperados com o desaparecimento do rapaz e escusaram-se a prestar quaisquer declarações. No local estiveram também alguns amigos do jovem estudante de 20 anos.

AGUEIROS SÃO RATOEIRAS PARA OS BANHISTAS

Considerados como ratoeiras para os banhistas, os agueiros são responsáveis pela maioria das mortes nas praias portuguesas, sobretudo nas que não têm vigilância. À medida que as ondas se aproximam da praia, a profundidade do mar vai diminuindo até que resulta na rebentação da onda. Como ao longo da praia a altura da rebentação não é uniforme, esta desigualdade vai provocar a origem dos agueiros. Quando as condições do mar são calmas as correntes são fracas. No entanto, conforme o estado do mar se agrava os agueiros vão ficando mais fortes. Estas correntes são capazes de arrastar uma pessoa para lá da zona de rebentação. Os três jovens foram mais três vítimas dos agueiros. Dois deles escaparam, mas João Cheta acabou por não resistir à força da corrente.

"FIZEMOS DE TUDO PARA SALVAR O RAPAZ"

O alerta do desaparecimento de João Cheta foi dado pouco depois das 15h00 de quarta-feira. Desde logo foram enviados para o terreno um Aviocar da Força Aérea, duas lanchas da Marinha, uma moto4, um salva-vidas, duas viaturas todo-o-terreno e cerca de dez agentes que fizeram as patrulhas por terra. O comandante Matos Nogueira, da Polícia Marítima, garantiu ao CM terem sido disponibilizados todos os meios para encontrar o jovem de apenas 20 anos. "Fizemos de tudo para salvar o rapaz", salientou. Para além destes recursos, estiveram no local os Bombeiros de Cacilhas.

PORMENORES

INCONSOLÁVEIS

Os familiares do rapaz encontrado morto na praia do Rei, na Costa de Caparica, estavam inconsoláveis e não conseguiam conter as lágrimas sempre que olhavam para o mar.

ESTUDAVA À NOITE

João Cheta estudava na Escola Secundária 3.º C.E.B. do Pinhal Novo e estava a concluir o 12.º ano à noite.

BUSCAS NÃO PARARAM

O corpo do rapaz foi recuperado em 24 horas. As buscas não pararam nos dois dias.
 
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