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Estilistas portugueses não se queixam da crise (Parte II)

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GF Ouro
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Set 26, 2006
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Embora os sinais dos tempos não sejam os melhores, no mundo da moda nacional os estilistas revelam-se tranquilos.


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A crise e a recessão económica fazem, diariamente manchetes na imprensa nacional e mundial. E se, em Nova Iorque, os estilistas já se sentem afectados, por cá, os criadores nacionais revelam-se tranquilos.

O Moda e Social falou com os estilistas Miguel Vieira e Isilda Pelicano sobre o tema. Controlar alguns custos e apostar numa política de manutenção de preços são duas medidas adoptadas. Mas ambos partilham da ideia comum de que o mercado da roupa de autor está bem e recomenda-se. As vendas até subiram!

Aos dois colocámos as seguintes questões:

1- A crise económica tem tido consequências no seu ramo? De que forma? As vendas têm registado quebras?
2- Que estratégias tem adoptado para fazer face às dificuldades?
3- Os desfiles têm tido menos público?
4-Tem tentado reduzir as despesas? De que forma?

Isilda Pelicano

1-De certo modo as marcas de topo ou as que se dirigem a um target de gama média e média/alta, como é o caso da marca Isilda Pelicano, não estão imunes à crise. No entanto, este target teoricamente é menos ou nada afectado e, não ressentimos significativamente o declínio de consumo. Poderá ser notado um pequeno abrandamento, mas avaliando o balanço de cada estação, prevemos que não haverá decréscimos significativos nas próximas. Felizmente não tivemos decréscimo no volume de vendas, antes pelo contrário, conseguimos subir. O comportamento do consumidor português, em geral é deveras curioso, na medida em que num período em que se fala insistentemente em crise o mês de Dezembro registou o maior volume em levantamentos mas sobretudo pagamentos via multibanco, ou seja pagamentos em dinheiro disponível.

2-Cada marca terá a sua abordagem em função do tipo de cliente. No nosso caso a melhoria do serviço personalizado de atendimento às clientes, o lançamento de colecções de dimensão mais pequena entre as estações, de modo a renovar regularmente o interesse das clientes ao longo da estação. Uma política de manutenção de preços (sem aumentos desnecessários) são alguns dos meios que levam a fidelizar as clientes e a manter um ritmo de vendas que se pretende estável.

4-Creio que a forma como cada um de nós lida com a crise é distinta. A nossa estratégia ainda se centra no contacto com os clientes e, se haverá consumidores que decidem adiar algumas compras, outros haverá que mantêm as suas decisões de compra pois por se tratar de produtos de moda. No nosso caso são produtos por estações pelo que se a consumidora se sente atraída por eles não pode adiar a decisão de compra para uma melhor oportunidade pois nessa altura já não estará disponível. Por outro lado o facto de comprar uma peça de roupa, ou um acessório, num período em que somos bombardeados com notícias sobre a crise, acaba por ser uma forma de nos aumentar os níveis de confiança e sensação de que apesar de tudo ainda conseguimos comprar algo de que gostamos e que nos dá prazer.

Miguel Vieira

1-Não. As vendas têm registado aumentos significativos de estação para estação.

2-Temos seguido a conduta que tem sido adoptada ao longo dos anos. Sentimos dificuldades é, em certos obstáculos que se tem apresentado ao longo dos anos, nomeadamente, o aumento dos transportes (que por sua vez se reflecte num agravamento dos tecidos e matérias primas). Um maior gasto financeiro, nos eventos que produzimos tais como, decoração de stands, campanhas publicitárias, gabinetes de imprensa, etc

3-Não. Pelo contrário. Cada vez mais nos é solicitado convites para o público assistir aos nossos desfiles, bem como a imprensa em geral.

4-Reduzir despesas é uma frase que tem muito peso no dia-à-dia no nosso atelier. Cada vez menos recorremos a serviços externos e fazemo-los internamente. No entanto, é importante não descurar as despesas inerentes à qualidade do que nos propomos fazer para que o cliente se sinta contente













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