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PSP está a morrer com urina de rato

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Nov 18, 2007
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Seria só mais uma operação contra o tráfico de droga da PSP, mas para o agente António Gonçalves, 36 anos, a madrugada do último dia 15 de Fevereiro foi mais do que isso. Desceu ao esgoto atrás de provas, droga que um traficante atirara pela sanita de casa, e terá contraído leptospirose – a infecção considerada fatal que é provocada pelo contacto com a urina de ratos.

António Gonçalves continua internado em coma induzido há mais de uma semana no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, e o seu estado de saúde inspira graves cuidados médicos: os sinais vitais estão fracos e um rim e um pulmão já não funcionam. Todos os sintomas apontam para a grave doença.

Tudo aconteceu durante uma operaç ão levada a cabo pela Divisão de Instrução Criminal da PSP de Rio Tinto, no Bairro do Largateiro, em Campanhã, no Porto – e que teve como resultado a detenção de 15 pessoas e a apreensão de 15 mil doses de haxixe, 400 de heroína e cem de cocaína.

Numa das buscas realizadas a residências, um suspeito deitou a droga que tinha pela sanita. António e mais dois agentes decidiram descer ao esgoto para recuperarem o estupefaciente e foi aí que o agente Gonçalves terá estado em contacto directo com urina de rato, acabando por contrair a doença.

No dia seguinte, dirigiu-se ao hospital militar, queixando-se de febre, fortes dores de cabeça e dores abdominais. Foi medicado com um antibiótico, mas como os sintomas não passavam dirigiu-se outra vez ao médico, que o transferiu de imediato para o Hospital Pedro Hispano, onde continua internado entre a vida e a morte. A unidade, contactada pelo CM, limita--se a confirmar o internamento.

Na esquadra de Rio Tinto a preocupação é enorme. "Só queremos que ele recupere rapidamente, é boa pessoa e bom agente, faz muita falta na esquadra." Os colegas já tentaram visitá-lo, mas o grave estado de saúde não permite visitas.

ADMIRADO E RESPEITADO PELOS COLEGAS

Separado da mulher há mais de um ano, António Gonçalves vive sozinho desde então. Os colegas afirmam que o agente da PSP, 36 anos, terá uma namorada com quem se começou a relacionar há poucos meses. Durante mais de 17 anos residiu em Valbom com a mulher e o filho de 16 anos. Os antigos vizinhos já pouco o vêem – aparece na rua de vez em quando "apenas para ver o filho, porque a ex-mulher não quer ter nada a ver com ele", conta ao CM uma moradora do prédio. A trabalhar há já cinco anos na Esquadra de Investigação Criminal da PSP de Rio Tinto, António trabalhou durante mais de dez anos na Esquadra do Infante, onde sempre foi muito respeitado e admirado pelos seus colegas de trabalho.

"PSP TEM FALTA DE CONDIÇÕES": Paulo Rodrigues Líder Sindical da ASPP-PSP

Correio da Manhã – Os agentes têm a protecção necessária?

Paulo Rodrigues – Isto é mais uma prova de que os agentes correm riscos graves que o Governo não quer ver. O problema não é só serem baleados ou agredidos, há outros riscos não acautelados. Não há condições de protecção na PSP.

– Há falta de meios na polícia?

– Há, em especial na Investigação. Não há protecção [luvas]. O material que tiverem sai do próprio bolso.

– Qual é o sentimento entre polícias?

– Estão desgastados. Sofrem com o deverque cumprem. O António ficou doente numa acção em que desmantelou uma rede de tráfico.

SAIBA MAIS

INFECÇÃO DOS RATOS

A leptospirose é infecção causada por bactéria transmitida pela urina de ratos. Destrói os órgãos.

11,1 casos por 100 000 habitantes nos Açores, incidência dez vezes superior ao Continente.

200 casos por ano nos EUA.

EXPOSTOS AO RISCO

Trabalhadores de condutas e esgotos mais expostos a risco.
Ana Isabel Fonseca / Pedro Sales Dias
 
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