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Lençol a dizer "lá vai morto" cobriu doente na Urgência do "S. João"

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Caso ocorreu na Urgência do "S. João". Hospital pede desculpa e responsabiliza serviço de lavandaria

INÊS SCHRECK



Um lençol com letras vermelhas a dizer "Lá vai morto" foi usado, no sábado passado, para cobrir uma doente na Urgência do "S. João". O familiar não queria acreditar. O hospital pede desculpa e responsabiliza o serviço de lavandaria.

Abílio Vasconcelos ficou perplexo quando viu a sogra, Carolina Ferreira da Silva, deitada numa maca, num corredor do serviço de Urgência do Hospital de S. João, coberta com um lençol pintado com a frase de mau gosto: "Lá vai morto!" escrito com marcador vermelho em zona bem visível. A doente encontra-se em estado terminal.

Indignado com o que viu, o familiar questionou um profissional de saúde, alegadamente um enfermeiro, sobre as letras no lençol. Segundo Abílio Vasconcelos, o enfermeiro mostrou surpresa, mas antes que o lençol fosse retirado, o familiar ainda teve tempo de ir ao carro, estacionado na Circunvalação, buscar um telemóvel com câmara fotográfica e tirar a imagem que cedeu ao "Jornal de Notícias".





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Familiar da doente não queria acreditar


Abílio Vasconcelos apresentou uma reclamação por escrito no hospital. Até ontem, dia em que o JN contactou o "S. João", não tinha resposta.

Depois de alertado pelo JN para o episódio, o Hospital de S. João assumiu "a responsabilidade de não ter detectado o lençol naquelas péssimas condições", mas não livrou de culpas a SUCH (Serviço de Utilização Comum dos Hospitais), empresa externa responsável pelo serviço de lavandaria daquela unidade de saúde.

"A SUCH tem obrigação de garantir que todos os lençóis estejam em óptimas condições", alega a Administração do "S. João". Ainda ontem, o Conselho de Administração do hospital apresentou uma queixa à SUCH e a enfermeira-chefe, responsável pela Urgência no sábado passado, entrou em contacto com o familiar da doente para pedir desculpas pelo sucedido.

Segundo uma fonte do Hospital de S. João, a mesma enfermeira-chefe combinou encontrar-se, ontem à tarde, com Abílio Vasconcelos para pedir desculpas pessoalmente e ouvir todos os pormenores do caso para apurar eventuais responsáveis.

Também a SUCH lamenta o sucedido e admite abrir um processo para esclarecer o caso, que classifica de "inédito e de muito mau gosto". A empresa explica que o processo de recolha, transporte, lavagem, secagem e entrega da roupa nos hospitais é quase totalmente automatizado, ou seja, implica pouca intervenção humana. Reconhece, no entanto, que, apesar de automático, o sistema "não é infalível" e que será difícil seguir o rasto do lençol.

"Os lençóis são submetidos a lavagens com altas temperaturas, mas a tinta pode ter resistido e ao ser dobrado pode ter ficado virado para baixo e ninguém ter visto", admite fonte da empresa de comunicação que representa a SUCH, que não aceita assumir sozinha as culpas imputadas pelo Hospital de S. João.

Para a SUCH, não deve ser descartada a hipótese da frase ter sido escrita no momento, quando a doente estava deitada na maca, e lembra que os auxiliares do hospital têm "a função de verificar o estado da roupa que recebem e detectar eventuais falhas". O controlo das várias toneladas de roupa que o sistema processa por dia é feito por amostragem em lote.






















JN
 
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