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caixas de madeira para vinho em risco

joseseg

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Indústria nacional de caixas de madeira para vinho em risco por decisão comunitária - adverte empresário

Os fabricantes de caixas de madeira para vinho alertaram hoje para a paralisação do sector desde Dezembro, por impossibilidade de cumprimento de uma directiva comunitária, o que coloca em risco mais de sete mil postos de trabalho.

"Está a acabar um indústria secular porque ninguém neste país é capaz de explicar aos técnicos da Comissão Europeia que o que eles defendem não tem viabilidade técnica", alertou hoje Artur Magalhães, proprietário de uma fábrica de caixas de madeira para vinho, em declarações à Lusa.

O empresário, que afirmou falar em nome das cerca de dezena e meia de fábricas existentes no país, lamentou o fracasso de "todas as tentativas feitas para resolver o problema", salientando que a actual presença em Portugal de técnicos da Comissão Europeia "deveria ser aproveitada nesse sentido".

O problema teve origem em 1999, quando foram detectados, na zona de Setúbal, dois focos de infestação de pinheiros braços com o nemátodo da madeira de pinho.

Na sequência dessa descoberta, a Direcção-Geral de Florestas criou uma zona tampão para impedir o alastramento da doença, que provoca a morte dos pinheiros, a outras regiões do país.

"Infelizmente, esta medida não resultou e a doença alastrou a todo o país", salientou Artur Magalhães, recordando a Portaria 553-B/2008, de 27 de Junho, que considera todo o território nacional afectado pela doença.

Como consequência, passou a ser obrigatório que todas as embalagens de madeira tenham tratamento fitossanitário, determinando a Comissão Europeia, numa decisão de 15 de Dezembro de 2008, que as caixas devem ser montadas primeiro, tratadas depois e, só no final deste processo, poderão ser marcadas como estando de acordo com as exigências.

É esta exigência que está a comprometer o futuro do sector em Portugal, já que, segundo Artur Magalhães, os fabricantes de caixas de madeira para vinho "sempre utilizaram madeira previamente tratada, com secagem artificial, fornecida por operadores registados".

Segundo o empresário, o tratamento desta madeira é feito durante a secagem, sendo "o período exigido de permanência a determinada temperatura largamente ultrapassado".

"A decisão da Comissão Europeia não permite fazer mais caixas de madeira para vinho em Portugal, já que a caixa, depois de montada, se for novamente sujeita a tratamento, fica empenada e, consequentemente, inutilizada", afirmou.

"O que nos exigem é completamente impossível de realizar", frisou.

Perante a atitude irredutível da Comissão Europeia, os fabricantes de caixas de madeira para vinho "estão impossibilitados" de trabalhar desde 17 de Dezembro, o que coloca em causa cerca de sete mil postos de trabalho, directos e indirectos.

Artur Magalhães acrescentou que este problema não se limita apenas aos fabricantes de caixas de madeira para vinho, salientando que há casos em que "os custos de transporte para realizar o tratamento são superiores ao custo da embalagem".

Para resolver o problema, os empresários do sector avançam duas soluções, uma das quais implica que a Comissão Europeia "reconheça a especificidade das caixas de madeira para vinho e admita que só podem ser feitas com madeira pré-tratada".

A outra solução seria a Comissão Europeia "considerar que estas caixas são expositores, deixando-se fora das exigências que foram criadas para as embalagens de madeira".

"A verdade é que as caixas de madeira para vinho não são embalagens normais, mas expositores", afirmou, salientando que, "na maior parte dos casos, as garrafas de vinho são expostas ao público nas caixas de madeira".

Artur Magalhães admitiu que os empresários do sector "não receberam nenhuma promessa" do governo no sentido de resolver este problema, mas alertou que "já há empresas a fechar e muitas encomendas já foram perdidas".

FR.

Lusa/fim
 
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