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Material para a pesca à pluma no mar

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Escrito por José Rodrigues






Quando o objectivo é pescar no mar, é necessário ter em conta alguns factores no momento da escolha do material que vamos usar.
Já é sabido que as espécies de mar são espécies muito poderosas, e que atingem grandes tamanhos, mas nem sempre podemos escolher o material tendo em conta apenas o tamanho do peixe que pretendemos pescar.
 

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A escolha da cana:

Se o objectivo é pescar à pluma espécies de grande tamanho, necessitamos obrigatoriamente de material mais forte, não só para se conseguir lutar com o peixe, mas também para se poder lançar as grandes plumas que muitas vezes são utilizadas. É importante salientar que a numeração das canas de pluma utilizadas no mar varia entre o número #7 e o número #16.





As canas de pluma utilizadas para a pesca de mar possuem algumas diferenças em relação às canas utilizadas na pesca em água doce. É importante referir que nada impede que as canas de mar sejam utilizadas em pesca de água doce, mas o contrário não é de todo aconselhado. Algumas das diferenças que saltam logo à vista são o formato do punho, o tamanho dos anéis e a acção da cana.
Em relação ao punho, este tem um formato um pouco diferente, que permite que a mão e o dedo polegar sejam colocados de uma forma que facilita a transmissão de força à cana e, por consequência, ao lançamento. As canas para linha #12 e superiores possuem ainda um segundo punho de combate, situado logo acima do punho principal que trará conforto durante uma longa luta com um grande peixe. Os anéis também são um pouco diferentes. Normalmente, os dois primeiros que estão junto ao punho, são um pouco mais largos que os das canas de água doce e são também mais robustos e preparados para resistir ao contacto com o sal. A acção também é um pouco diferente. É uma acção rápida, mas este factor dependerá da marca e mesmo dos modelos. Claro que existem canas de água doce com acção rápida, mas sem dúvida que são acções diferentes, e nota-se, sobretudo quando estamos a lançar plumas grandes utilizando linhas WF para o mar, que, normalmente e como falarei mais adiante, possuem um perfil diferente das linhas de água doce.


canas-mar.jpg
 

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Se quisermos praticar uma pesca de mar ligeira, que pode ser praticada em toda a nossa costa, em que o objectivo é a captura de espécies pequenas, a numeração das canas pode variar entre o número #7 e o #9, com um comprimento de 9 pés. Por norma, com uma cana para linha #8 de acção rápida, conseguimos realizar lançamentos rápidos e capturar bons exemplares. Mas é importante salientar que, por vezes, é necessário optar por material mais forte. Digo isto porque, como já referi no início deste artigo, existem outros factores a ter em conta para além do tamanho peixe. Um primeiro factor poderá ser o local onde vamos pescar e um segundo factor, também muito importante, são as condições climatéricas, mais especificamente o vento, que irá de certeza complicar no momento do lançamento.
Sendo assim, se, por exemplo, o objectivo é pescar na costa, onde existe rebentação e onde temos normalmente de realizar lançamentos longos e, para complicar mais um pouco, temos de estar muito concentrados, onde temos ainda de conseguir controlar a linha no meio das ondas, enquanto recolhemos a pluma, devemos de optar por material mais pesado, como, por exemplo, uma cana para linha #10 ou #11. Se optarmos por uma cana desta numeração, ainda que o conjunto se torne mais pesado, iremos conseguir lançamentos mais longos com menos esforço e conseguiremos atenuar um pouco a força do vento.
 

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Se o objectivo for capturar espécies maiores e mais poderosas, é imprescindível a utilização uma cana mais potente, que pode variar entre o número #10 e o #16. Na maioria das situações, é necessário lançar grandes e volumosas plumas, algumas com 20cm de comprimento ou mais. No momento da escolha da cana, os modelos mais versáteis e que podemos utilizar no maior número de situações e espécies são os modelos #10, #11 e o #12. É importante referir que uma cana para linha #12 já é uma cana muito forte e potente, capaz de resistir a grandes lutas, e permite realizar lançamentos rápidos com conforto e facilidade e a várias distâncias, sendo normalmente utilizadas para apanhar peixes de tamanho médio em alto mar, ou então outras espécies igualmente grandes e poderosas que se encontram junto à costa ou em águas baixas. Canas para cima do número #12 já são canas para situações muito específicas e com peixes realmente grandes.
 

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A escolha do carreto e do backing:

Na pesca à pluma no mar, o carreto tem uma importância fundamental. Não tanto quando falo em pesca ligeira, ainda que, para algumas espécies que se capturam com material ligeiro, seja mesmo necessário, devido à sua grande luta, mas sim quando falo na pesca à pluma de peixes de grande tamanho.
Uma das principais exigências no momento da aquisição de um carreto para é o travão. Compreendo que muitos não estão habituados a utilizar o travão de um carreto, até porque, infelizmente, são poucas as espécies das nossas águas que realmente o irão utilizar. Mas, na luta com um peixe de médio tamanho, o carreto irá ser certamente usado, ajudando em todo o combate, obrigando o peixe a abrandar durante as longas corridas e cansando o peixe mais facilmente.
Cada marca utiliza tipos diferentes de travões, uns feitos à base de cortiça, teflon, outros de materiais mais avançados e outros possuem sistemas mais complexos que, à primeira vista, podem parecer exagerados para o efeito. Mas, na minha modesta opinião e de muitos outros pescadores, os melhores carretos são, sem dúvida, os carretos mais simples, os que possuem menos peças amovíveis, existindo assim menos possibilidades de falhas em momentos cruciais.


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Quanto à capacidade dos carretos, esta varia de igual forma de fabricante para fabricante. Quando se escolhe um carreto, este, para além de ter de albergar a linha de pluma, também deverá ter capacidade para o backing. O backing é uma linha de reserva, de cor viva, para ser facilmente avistado a longas distâncias, com elasticidade praticamente nula, cujas resistências variam, sendo as mais comuns as de 20 e 30Lb. Com a evolução dos materiais, surgiram alguns tipos de backing mais fortes e mais finos (Gel Spun), permitindo aumentar o número de metros de backing no carreto. Como mínimo dos mínimos, o backing que se deve colocar no carreto são 100m. Em primeiro lugar, estes 100m vão ajudar muito na luta com um peixe de bom tamanho, mas, para além disso, irá também ajudar a encher o carreto, fazendo com que a linha ganhe menos memória. Claro está que devemos de ter em conta ainda o volume da linha quando colocada no carreto, daí que devemos seguir sempre a indicação do fabricante.
Ainda falando da capacidade de um carreto, esta por norma varia consoante a sua numeração. Por exemplo, um carreto para linha #8 pode levar 200m de backing de 20Lb, enquanto que um carreto para linha #10, é normal levar 200m de backing de 30Lb, enquanto que um carreto para linha 12 pode levar 350m de backing de 30Lb, e por aí adiante. Mas lá está, com o tal backing de maior capacidade que falei anteriormente, este carreto para linha #12 apresentado como exemplo iria poder levar 450 ou 500m de backing de 50Lb, em vez dos 350m de 30Lb.
 

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A escolha da linha (seda):

Existe no mercado uma imensidão de linhas que podem ser utilizadas no mar. Estas linhas, do tipo WF, passam por processos de construção específicos e são preparadas para a pesca em águas quentes e salgadas, possuindo também um design específico para condições extremas, facilitando, por exemplo, o lançamento a longa distância em locais ventosos, o que no mar é uma constante. As linhas de mar existem em diversas cores, podem ser cores claras ou vivas, podem ter uma parte colorida e a ponta transparente ou, então, totalmente transparentes. A variedade de linhas que existem, permite cobrir praticamente todas as condições de pesca. Mas, mesmo dentro da gama de linhas para o mar, existem muitas diferenças que fazem com que estas linhas se adaptem a diversas situações. Mas estas características, por vezes desconhecidas, causam alguma confusão no momento da compra. Vamos falar um pouco dos vários tipos de linhas que podemos encontrar na montra de uma loja.


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Linhas flutuantes: As linhas flutuantes são, sem dúvida, um dos tipos de linha mais utilizados na pesca à pluma no mar. Estas linhas, como o próprio nome indica, são linhas que flutuam, sendo ideais para a pesca na superfície e para a pesca em águas baixas, em que são, por vezes, necessárias apresentações mais delicadas. Podem ser tanto utilizadas com plumas de superfície como com streammers.

Linhas intermédias: As linhas intermédias também são muito utilizadas. Estas linhas possuem diferentes velocidades de afundamento. Podem, por exemplo, variar entre o 1 e 3 polegadas por segundo. Em acção de pesca, é uma linha muito utilizada quando necessitamos de colocar a pluma logo abaixo da superfície da água, num curto espaço de tempo. Os menos experientes podem pensar: “então, mas se eu com um streammer deixar afundar, consigo trazer a pluma a 1 metro de profundidade”. Em certa medida, isto é verdade, mas é necessário ter em atenção que, na pesca de mar, são muito poucas as vezes em que necessitamos de trabalhar a pluma muito devagar e, ao necessitarmos que a pluma trabalhe rapidamente abaixo da superfície, vamos necessitar de uma linha que mantenha a pluma à profundidade desejada durante a rápida recolha. Neste caso, se utilizássemos uma linha flutuante, a pluma com a velocidade da recolha, iria voltar para a superfície de imediato. Existem ainda outras linhas que, em vez de serem totalmente intermédias, são de ponta intermédia, ou seja, em vez de afundarem em todo o seu comprimento, afundam apenas os primeiros metros da linha.


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Linhas afundantes: Uma linha afundante como o nome indica, é uma linha muito pesada, em que o objectivo é levar a pluma para águas mais profundas. Estas linhas, dependendo do tipo e marca, podem afundar até a 6 polegadas por segundo, o que as torna muito pesadas e ideais para situação mais específicas. Estas linhas afundantes são muito utilizadas na pesca à pluma de mar, mas a sua utilização apenas quase, repito, quase se aplica à pesca de grandes espécies, mesmo quando se pesca com plumas de superfície. Alguém pode pensar: “mas se a pesca destes grandes peixes é feita na superfície, porquê utilizar linhas afundantes…”. A resposta é muito simples: basta repararem que esta pesca é feita sobretudo de barco, em alto mar, onde existe ondulação, onde é necessário lançar grandes plumas, muitas delas contendo um cilindro de foam no chock tippet, para que a pluma funcione como uma espécie de popper, causando distúrbios na superfície da água. Ora, por outro lado, com uma linha afundante, poderá ser mais fácil lançar uma pluma deste tamanho e, depois, a sua característica super-afundante vai permitir que a nossa pluma se mantenha na superfície da água enquanto a recolhemos, ou seja, o peso da linha irá garantir que a pluma se mantenha assente na água e não que salte por cima das ondas, cada vez que dermos um puxão na linha. Outras vezes, necessitamos de colocar um streammer mais pequeno em águas mais profundas e, nestes casos, estas linhas serão ideais.
Se, por exemplo, procurarmos pescar robalos na nossa costa, em zonas de pedra, a partir de um barco, será um tipo de linha que devemos ter sempre connosco, já que, muitas vezes, os robalos não estão na superfície e apenas desta maneira podemos chegar aos locais onde eles se encontram, e acreditem que poderá fazer a diferença.
 

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A escolha dos baixos de linha:

No mar, tanto existe a possibilidade de estarmos numa situação em que necessitamos de ter um lançamento preciso, como numa situação em que temos é de conseguir pôr a pluma o mais longe e mais rapidamente possível, sem que a precisão seja o mais importante. E aqui, mais uma vez, a escolha de um baixo de linha vai depender muito da espécie que vamos pescar e das condições que vamos encontrar.
Aqui, a minha opinião pessoal é a mesma: a simplicidade é fundamental para o sucesso. Quando se começa com grandes invenções, há sempre alguma coisa que irá correr mal e, no pior dos casos, irá comprometer a captura. E, no caso de ser a provável captura de uma vida, irá certamente servir de lição e ser aprendida da pior forma.


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No mercado, existem diferentes tipos de baixos de linha para o mar, desenhados para espécies específicas, com diferentes tamanhos e resistências. Por vezes, é comum utilizarem-se estes baixos na pesca de outras espécies, que não para a que foram desenhados. Basta que se adaptem à situação que pretendemos, é isso o mais importante.

Podemos também optar por fazer os nossos próprios baixos de linha, ainda que, para algumas espécies, seremos mesmo obrigados a fazê-los. Um baixo de linha feito da maneira mais simples possui dois ou três segmentos unidos entre si. Utilizando duas secções apenas, vamos ter um baixo curto, de 7 a 9 pés, mas funcional, que permite a realização de bons lançamentos com precisão, se utilizarmos plumas de tamanho médio. O mesmo acontecerá com um baixo de três secções, que poderá ter 10 ou 12 pés. Iremos ter na mesma boa precisão e melhor apresentação perante espécies mais desconfiadas.
Normalmente, os baixos de linha de duas secções são constituídos por uma secção mais grossa, a “butt section” que vai ligar à linha principal e por outra mais fina que irá atar à pluma. Mas, por vezes, é necessário fazer o inverso: podemos, por exemplo, utilizar primeiro uma parte mais fina, e depois utilizar uma mais grossa que irá atar à pluma, funcionando esta parte mais grossa como o shock-tippet. Estes baixos podem ser muito bons, se não forem necessários lançamentos extremamente longos e com necessidade de muito precisão na apresentação.
 

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Falando agora um pouco do shock-tippet, este pode ser feito de aço ou de nylon/ fluocarbono. No caso do nylon e fluocarbono, é de grande diâmetro e resistência, podendo ir até 100Lb de resistência. É colocado entre o tippet e a pluma. O shock tippet é utilizado na pesca de diversas espécies, principalmente daquelas que possuem pequenos ou grandes dentes e que podem, durante a luta, cortar o tippet de diâmetro mais fino. Claro que, para além de poder proteger o tippet dos dentes do peixe, poderá ser vital durante o decorrer da pesca, protegendo o tippet também da abrasão do contacto com o peixe ou do contacto com o fundo ou com qualquer outro objecto. Quando utilizamos shock-tippet, devemos atar a pluma de forma a que esta nade livremente, se o fizermos, o peixe de certeza que não irá detectar o mesmo e irá atacar a pluma.
 

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Nunca é demais falar dos nós. Estes devem ser muito bem feitos, porque, no caso da pesca à pluma, o baixo de linha é muito curto e a linha de lançamento não tem elasticidade, ou seja, o nosso baixo de linha será posto à prova e terá de aguentar com toda a tensão da luta. E o baixo de linha, sendo cónico, terá diferentes resistências em todo o seu comprimento, sendo a parte mais delicada os nós que unem o tippet ao baixo de linha e à pluma, ou ao shock tippet, caso este exista. Daí que devemos de treinar muito bem os nós e testar muito bem o nó, antes de lançar a pluma para a água, sobretudo quando o alvo são grandes peixes. Nunca usem um nó, se sentem que não ficou bem. Confiem nos vossos instintos, façam de novo.
Não vou ensinar a fazer os nós, até porque existem bons sites onde se podem aprender e, inclusive, ler artigos muito interessantes sobre que nós utilizar em diferentes tipos de linha e de situações, e como varia a resistência dos mesmos. Falando de nomes, são estes os nós que devemos conhecer, saber fazer e saber quando utilizar: “Perfect Knot”, “Seurgeon Knot”, “Albrigth Knot”, “Palomar Knot”, “Blood Knot”, “Trillene Knot”, “Bimini Twist” e o “Slim Beauty Knot”.

Espero que o conteúdo deste artigo vos ajude no momento de comprarem o vosso próximo conjunto para pescar no mar à pluma.
 
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