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Insuficiência cardíaca é maior entre os negros, diz estudo

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Insuficiência cardíaca é maior entre os negros, diz estudo

Os adultos negros sofrem de insuficiência cardíaca por espantosos 2.000% a mais do que os brancos, e morrem dessa doença décadas antes que a condição tipicamente afete um branco, reportaram pesquisadores. A insuficiência cardíaca tipicamente acontece entre os idosos, e é rara entre os adultos jovens. Os pesquisadores não esperavam ver incidência elevada da doença entre os 5.115 jovens brancos e negros, divididos igualmente em termos de raça e sexo, que vinham acompanhando para estudar as causas de doenças cardíacas.

Mas depois de 20 anos, 27 dos participantes do estudo haviam desenvolvido insuficiência cardíaca, e apenas um deles era branco. A maior parte dos pacientes negros de insuficiência cardíaca eram pessoas de seus 30 e 40 anos. Três homens e duas mulheres negros que sofriam de insuficiência cardíaca morreram ao longo do período de estudo.

Os pesquisadores estimaram que a insuficiência cardíaca atinge um em cada 100 negros com menos de 50 anos de idade nos Estados Unidos. O estudo foi publicado na edição de quinta-feira do New England Journal of Medicine.

"Os negros que faziam parte de nosso estudo e estavam na faixa dos 30 e 40 anos apresentavam incidência de insuficiência cardíaca semelhante à dos brancos com 50 ou 60 anos", disse a Dra. Kirsten Bibbins-Domingo, diretora científica do estudo, que era parte de um estudo conhecido como CARDIA, sobre o desenvolvimento de risco arterial coronário em adultos jovens, patrocinado pelo National Heart, Lung and Blood Institute e pela Robert Wood Johnson Foundation.

"Trata-se de pessoas no auge da vida, que deveriam estar contribuindo para o mundo de todas as maneiras", acrescentou Bibbins-Domingo, "e por isso a doença tem um efeito devastador, não apenas sobre o paciente individual mas sobre sua família, a comunidade e a sociedade em geral".

As pessoas que desenvolvem insuficiência cardíaca têm maior probabilidade de sofrer de pressão arterial elevada, diabetes e doenças crônicas dos rins do que as pessoas que não sofrem da doença. Também apresentam maior probabilidade de obesidade e níveis mais baixos de HDL, o chamado "bom colesterol".

A insuficiência cardíaca é uma condição crônica e de tratamento difícil, e muitas vezes resulta em morte prematura. Os pacientes que sofrem da doença se cansam com facilidade, perdem o fôlego, e em geral são incapazes de trabalhar e recebem pensões governamentais por incapacidade. David Mullens, 57, de San Francisco, é negro e não participou do estudo.

Há 15 anos, quando ele começou a apresentar falta de fôlego, os médicos consideraram que ele fosse jovem demais para insuficiência cardíaca, e inicialmente supuseram que ele tivesse asma. "Eu perdia o fôlego ao subir uma escada, e isso me surpreendia. Eu pensava que, aos 42 anos, não era velho o bastante para isso", conta Mullins, que é considerado incapacitado para o trabalho há 15 anos.

O Dr. Eric Peterson, cardiologista do Centro Médico da Universidade Duke, em Durham, Carolina do Norte, autor de um editorial sobre as disparidades raciais no cuidado cardíaco que acompanha o estudo, classifica a pesquisa como "notavelmente importante" e enfatiza que se trata de uma doença passível de prevenção.

"Isso demonstra que passar por 20 anos de pressão sanguínea descontrolada tem efeitos sobre as doenças renais e sobre o coração", diz Peterson. "Causa um grande desgaste cardíaco".

Diversos especialistas dizem que o índice de insuficiência cardíaca que o estudo aponta era apenas "o topo do iceberg", já que os pesquisadores identificaram apenas os pacientes cuja insuficiência cardíaca tenha resultado em internação hospitalar ou morte.

"Será que a desproporção poderia ser ainda maior?", pergunta a Dra. Gina Wei, uma das diretores do estudo CARDIA. "A possibilidade certamente existe".


The New York Times
 
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