• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Pirataria: Piratas somalis sequestram dois navios-cisternas em 24 horas

delfimsilva

GForum VIP
Entrou
Out 20, 2006
Mensagens
31,228
Gostos Recebidos
153


Bruxelas, 26 Mar (Lusa) - Piratas armados com metralhadoras sequestraram hoje um navio-cisterna químico norueguês ao largo da costa da Somália, num ataque que ocorre a menos de 24 horas do sequestro de um navio grego, mais pequeno, na mesma área.

A V Esquadra norte-americana, que patrulha o Golfo de Aden, infestado de piratas, confirmou os dois sequestros e disse que eles ocorreram na mesma área mas em pontos diferentes do Golfo, uma das vias marítimas mais movimentadas e traiçoeiras do mundo.

O navio-cisterna norueguês Bow Asir de 23 mil toneladas foi sequestrado a 400 quilómetros ao largo da costa somali hoje de manhã e o grego Nipayia de nove mil toneladas e com 19 tripulantes foi apresado a 720 quilómetros ao largo da Somália quarta-feira à tarde, disse o porta-voz militar da União Europeia.

Ambas as embarcações são navios-cisternas químicos mas a sua carga ainda não foi divulgada.

A comandante Jane Campbell da V Esquadra norte-americana disse que os dois sequestros tiveram lugar numa vasta extensão do Oceano Índico de mais de 1.9 milhões de quilómetros quadrados.

"Esta actividade mostra a complexidade de se querer tentar controlar uma área desta dimensão", disse.

Campbell disse também que os piratas tentaram sequestrar sem sucesso uma outra embarcação de bandeira panamiana na quarta-feira.

A associação de proprietários de navios da Noruega disse que o Bow Asir tinha uma tripulação de 27 pessoas com um capitão norueguês, mas a V Esquadra afirma que estão 23 a bordo. O navio norueguês arvorava bandeira das Bahamas.

Um diplomata em Nairobi adiantou que o Nipayia tinha 18 filipinos a bordo e um capitão russo.

Os ataques dos piratas ao largo das costas somalis atingiram um nível sem precedente em 2008, quando os piratas perpetraram 111 ataques, sequestrando 42 embarcações, a maioria no Golfo de Aden.

Desde o início do ano foram sequestrados sete navios embora tenha havido 10 vezes mais ataques em Janeiro e Fevereiro de 2009 em relação ao mesmo período de 2008. Em Março os ataques têm sido quase diários.

Também hoje, a NATO anunciou que a sua flotilha de cinco navios retomava as patrulhas ao largo do Corno de África, juntando-se aos 20 navios de guerra da União Europeia, dos Estados Unidos, da China e outros navios que estão a tentar parar os ataques dos piratas na zona.

Graeme Gibbon Brooks, fundador da companhia se segurança privada Dryad Maritime Intelligence, com sede em Londres, disse que os últimos sequestros mostram que os piratas estão a mudar a área onde operam para o Oceano Índico.

A missão da NATO comandada por Portugal, alterada, chega à Somália para combater pirataria no fim de Março.

A fragata "Álvares Cabral" da Marinha Portuguesa assumiu o comando da força naval permanente da Aliança Atlântica - o Standing NATO Maritime Group One (SNMG1) - no final de Janeiro, indo liderar a "Operação Pérola", inicialmente apenas de patrulhamento marítimo no Sudoeste asiático, passando em países com a Índia, o Paquistão e a Austrália.

A fragata portuguesa é constituída por mais de 150 militares e tem ainda um helicóptero "Lynx" integrado.

A NATO alterou a missão da sua força naval permanente, comandada por Portugal, definindo uma intervenção no combate à pirataria na Somália a partir do final de Março, disse à Lusa no final de Fevereiro o Estado-Maior General das Forças Armadas.

"O Conselho do Atlântico Norte, a parte política da NATO, aprovou uma alteração da missão, havia só um trânsito na zona da Somália e agora vai haver uma actuação [contra a pirataria] durante algum tempo", disse à Lusa o porta-voz do chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), o comandante Ramos de Oliveira.
 
Topo