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Descobertas duas novas espécies de escaravelhos em Portugal

xicca

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Habitat na Serra d´Aire e Candeeiros


A bióloga portuguesa Sofia Reboleira descobriu duas novas espécies de escaravelhos nas grutas da Serra d’Aire e Candeeiros. Em todo o mundo, as referidas grutas são o único habitat destes insectos que é conhecido.

Em declarações à Lusa, Sofia Reboleira refere que «só se conhecia uma espécie de escaravelhos cavernícola do maciço calcário estremenho» e que agora se passou a conhecer três.

A descoberta foi realizada a 100 metros de profundidade, nas grutas de Serra d’Aire e Candeeiros. A investigadora verificou que as duas espécies de escaravelhos «só existem numa parte daquelas grutas e em mais lado nenhum do mundo».

A bióloga explicou que os novos insectos são «espécies em vias de extinção», uma vez que o seu habitat é restrito a apenas um lugar no mundo, o que resulta numa população reduzida. O facto de serem extremamente «sensíveis à poluição e às alterações do habitat», contribui para o risco de extinção das espécies descobertas.

As duas espécies de escaravelhos não conseguem sobreviver à superfície, uma condição que explica algumas das suas características, como o aspecto despigmentado ou os olhos reduzidos, e que os confina àquele habitat.

As duas novas espécies de escaravelhos vão ser apresentadas à comunidade científica, no próximo mês de Maio, num artigo a ser publicado numa revista alemã especializada.




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ecks1978

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Descobertas novas espécies de escaravelhos

Bióloga portuguesa, de 28 anos, desceu às profundezas da terra,durante seis meses, e encontrou dois novos géneros.

Foram seis meses de pesquisa a cerca de 100 metros de profundidade. Uma bióloga portuguesa foi até às grutas da Serra de Aire e Candeeiros e descobriu duas novas espécies de escaravelhos, únicas no mundo.

Têm cinco milímetros, estão em vias de extinção e só existem numa parte das grutas do maciço calcário estremenho. Estas duas novas espécies de escaravelhos vêm juntar-se a uma outra que existe neste maciço, "a única que se conhecia até ao momento".

A descoberta deixou Sofia Reboleira "animada" e acredita ser esta "a recompensa de um trabalho árduo". "Durante seis meses, todos os fins-de-semana eu desci a uma gruta e pesquisei", revela a bióloga portuguesa, nascida em Caldas da Rainha, e que conta apenas 28 anos. "Foi uma aposta que fiz e ganhei", frisa.

A descoberta remonta a 2007 mas apenas com a publicação de um artigo cientifico, numa revista alemã da especialidade, marcada para Maio, se ficará a conhecer em definitivo o nome e características destas duas espécies da fauna cavernícola.

Sofia sorri. Sabe que pode revelar ainda muito pouco da sua descoberta, mas ao JN acede a dizer que as três espécies de escaravelhos agora já conhecidas "se distinguem pelas características genitais do macho". Revela ainda que os dois insectos que descobriu "têm os olhos reduzidos", já que vivem "em escuridão total". Desenvolveram por isso outras características, como "o aspecto despigmentado". "Têm grande resistência ao jejum e necessitam de humidades muito elevadas para sobreviverem", explicou a bióloga adiantando que estes escaravelhos "vivem exclusivamente no interior de cavidades". "Não sobrevivem à superfície" e "apenas se reproduzem no interior das grutas", concluiu.

De acordo com o estudo que realizou, Sofia Reboleira diz que estas espécies "são muito sensíveis às agressões e pressões" de que muitas vezes é alvo o maciço calcário estremenho, onde se localizam as Serras de Aire e Candeeiros. Frisa que "estão em vias de extinção", dado que este tipo de fauna por estar confinada a um único habitat "têm uma população extraordinariamente reduzida".

Em 2007 a revista National Geographic publicou um artigo sobre o trabalho de campo desenvolvido por Sofia, no âmbito da sua tese de mestrado, no Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro.

O gosto pela espeologia, que pratica desde tenra idade, ajudou-a a descer às profundezas da terra. A lama e a escuridão das grutas não a esmoreceram e o trabalho cientifico ficou "mais facilitado" graças à companhia que sempre teve de outros espeleólogos do país. "Nunca vou sozinha", garante Sofia Reboleira, enquanto prepara o material para uma nova descida ao Algar do Pena, a 85 metros de profundidade.

Desta vez não procura novas espécies, mas como "nunca se sabe o que se pode encontrar", a bióloga leva consigo tudo o que necessita para um trabalho de campo. "Vou aproveitar e montar algumas armadilhas com isco e um produto que conserve os animais para que depois possam ser estudados", diz sorrindo.

O fato de macaco mantém as marcas dos trabalhos de campo. As joelheiras - imprescindíveis para quem passa muitas horas ajoelhada no chão, em cima de lama e pedra - estão colocadas. Luvas grossas de borracha e capacete com luz. A descida será feita à corda, mas com todas as condições de segurança.
 
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