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Ensino: Alunos de Economia e Gestão do Porto temem enfrentar mercado de trabalho

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Ensino: Alunos de Economia e Gestão do Porto temem enfrentar mercado de trabalho

05 de Abril de 2009, 11:23

Póvoa de Varzim, 05 Abr (Lusa) - Os alunos do curso de Gestão e Economia da Universidade Católica, no Porto, temem o futuro, porque acham que vão ter muitas dificuldades em se colocarem no mercado de trabalho.
Um receio reforçado pelo facto de, e no final do mês de Fevereiro, estarem inscritas 469 mil pessoas no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).
Salvo uma ou outra excepção, essa é pelo menos a opinião da maior parte dos alunos que participaram no 10ª Encontro Nacional de Estudantes de Economia, que terminou no sábado na Póvoa de Varzim.
É o caso de André Carvalho que está quase a finalizar o ensino superior e afirma que não pode ver o futuro "com óculos cor-de-rosa", com o que ouvimos e lemos é impossível estar optimista".
O aluno diz ter noção que a "realidade é muito complicada" e que muitos licenciados, "ou estão desempregados ou trabalham em áreas que não têm nada a ver com a sua formação".
O finalista, natural de Santo Tirso, lamenta que Portugal tenha entrado no "sistema do tacho e da cunha", pois "parece que só se consegue algo recorrendo aos amigos e aos conhecimentos, caso contrário, nada funciona".
Além disso, "há administradores de empresas a ganhar balúrdios, quando não têm habilitações nessas áreas e são essas pessoas que influenciam o país".
André Carvalho vê o futuro com "pessimismo", porque é do Norte, uma zona onde "há mais desemprego, há fabricas e empresas a fecharem todos os dias, há pessoas a queixarem-se que os seus contratos a prazo terminaram e são postas na rua e onde abundam as falências".
No Norte havia, no início do ano, mais de 200 mil inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional e, em Fevereiro, deslocaram-se aos centros de emprego mais de 21 mil pessoas.
Talvez devido a esta realidade é que Eliseu Gamba reconhece que "arranjar emprego aqui em Portugal, seria muito complicado".
Por isso, explicou que, quando terminar o curso, vai regressar ao seu país natal, Angola, "porque lá estão todas as oportunidade" e acredita que vai "arranjar um bom emprego a ganhar bem, porque cá os ordenados são demasiado baixos".
Um pouco mais optimista está António Santiago Silva, mas não deixa de afirmar que "quem se sabe mexer consegue emprego em Portugal". Ainda assim, António não põe de lado a possibilidade de rumar "ao estrangeiro".
Apesar destas preocupações, sobretudo que afectam os alunos finalistas, muitos deles querem é aproveitar esta fase da vida em que as preocupações ainda são poucas.
É o caso de Ana Rita Mata que só agora acordou para a necessidade de estudar.
"O ano passado só fiz uma cadeira, mas, este ano, estou a levar as coisas a sério", contou.
Apesar de acreditar que vai conseguir emprego, lamenta que "as coisas em Portugal estejam tão complicadas, mas alguém terá que se safar!".
Participaram neste encontro, cerca de 300 alunos que, e durante dois dias, não abdicaram das esplanadas e discotecas, deixando, alguns deles, os trabalhos do encontro para segundo plano.
E é talvez por não encararem, para já, o futuro muito a sério que, alguns futuros economista, marcaram presença neste encontro, vestidos de forma informal - de calções e havaianas.
Uma situação que acabou por motivar um comentário de um dos oradores convidados para este encontro que disse a alguém que o acompanhava: "fico preocupado por pensar que o futuro de Portugal está nas mãos destes jovens!".
O décimo encontro de estudantes de Economia terminou no final do dia de hoje e para a sessão de encerramento estava prevista a presença do ministro Manuel Pinho que acabou por não comparecer.

MYV
Lusa/fim
 
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