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Antárctida ainda pacífica sob o signo das ciências

ecks1978

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Out 29, 2007
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Países doTratado reúnem-se nos EUA. Árctico também em foco. Pesquisa mostra clima a mudar.

A corrida ao Árctico já revela disputas, mas, no lado oposto da Terra, a Antárctida continua regida por um compromisso internacional que só admite a exploração científica. A partir dehoje, nos EUA, uma reunião atrai os dois pólos.

A importância da reunião que, entre hoje e o próximo dia 17, se realiza em Baltimore, EUA, não é simbólica, apesar de assinalar o cinquentenário do Tratado da Antárctida. Este tem agora 47 subscritores (Portugal continua de fora, apesar dos diversos anúncios oficiais de ratificação próxima). Quem vai presidir a esta "cimeira" é Hillary Clinton, secretária de Estado norte-americana, o que traduz bem o valor dos interesses em jogo. Por outro lado, esta é a primeira vez em que a reunião agrega a do Conselho do Árctico. Sobre esta região polar estão em fase crescente de reivindicação os países com territórios confinantes (como os EUA e a Rússia), não estando vedadas as explorações de natureza económica dos recursos. No passado mês, a União Europeia teve a iniciativa de uma reunião em Berlim, em que a perspectiva defendida foi a de uma comunhão de interesses internacional liderada pelas Nações Unidas, em que a reivindicação de soberanias não se ficasse pelos vizinhos do Árctico.

Já quanto ao convénio estabelecido sobre a Antárctida, em 1959, as nações podem explorar recursos pesqueiros, mas são vedadas actividades mineiras. As investigações aí prosseguidas apenas devem ter em vista fins pacíficos e os resultados ficarão disponíveis para todos.

Portugal ainda não faz parte do grupo de países que se juntaram ao Tratado, apesar da aprovação já dada pela Assembleia da Rrepública. Quando isso acontecer, o país ficará como membro não-consultivo do sistema que gere a Antárctida, de onde estão afastados todos os usos bélicos.

Apesar deste atraso, o país tem incrementado a sua participação científica em projectos de âmbito internacional e cresceu em número de cientistas de diversas disciplinas com aplicação polar. Eles sabem que não podem aspirar a ter uma estação própria nem navios exclusivos, como acontece com os EUA e o Reino Unido. O próprio ministro da Ciência nem faz disso aposta realista. Assim, a massa crítica de cientistas na área polar tem sido feita com cooperações. É o caso de expedições como as que estão a ser feitas desde Fevereiro pelo biólogo José Xavier, integrada ainda nas iniciativas do Ano Polar Internacional (2007-08). Este cientista (ver entrevista ao lado) já acumulou o maior tempo de estada de um português nas imediações do Pólo Sul. A relação entre a fauna e as mudanças climáticas naquelas regiões, tendo como ponto de partida o alimento disponível para as espécies, é o seu centro de interesse. Na campanha deste ano, José Xavier já constatou alterações.
 
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