delfimsilva
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Vítima viu suspeito quatro dias depois e chamou a PSP de Valadares (Gaia)
Foi levada à força para um edifício abandonado, ameaçada com faca e violada. Esta quinta-feira de manhã, quatro dias depois, viu o agressor junto à estação de Valadares (Gaia) e alertou de imediato a PSP, que foi a tempo de o deter.
A vítima, de 43 anos, dirigia-se para o trabalho, ao final da tarde de domingo. Caminhava numa rua paralela à linha férrea, próxima à estação de Valadares, e desconfiou que estava a ser seguida por um desconhecido "de mau aspecto". "Fiquei com receio, comecei a correr e ele veio atrás de mim. Agarrou-me, levou-me para um edifício abandonado e apontou-me uma faca", contou, ao JN, bastante abalada e pedindo para não ser identificada.
Num local isolado, uma obra inacabada nas traseiras do complexo da fábrica Cerâmica de Valadares, a mulher não teve qualquer possibilidade de defesa. Nem lhe adiantaria muito gritar por socorro, porque, ao domingo, não passa vivalma naquela rua. Consumados os abusos sexuais, o indivíduo deixou bem clara a ameaça: "Disse que se eu contasse a alguém, esfaqueava-me".
A vergonha e a necessidade imediata de esconder o caso à família, fez a vítima, residente em Canelas, no mesmo concelho, hesitar em denunciar o caso às autoridades. Incentivada por uma pessoa conhecida, acabaria por ganhar coragem e ir à esquadra, na tarde da passada terça-feira.
Ontem de manhã, um golpe do destino fez com que avistasse o homem, novamente junto à estação ferroviária. "Reconheci-o logo. Chamei a Polícia, eles mandaram rapidamente um carro-patrulha e apanharam-no", revelou.
Ao que o JN apurou, trata-se de um desempregado de 38 anos, residente na freguesia, nas proximidades da linha do comboio. Não tem antecedentes criminais e confessou a violação. A PSP de Valadares apreendeu-lhe a faca, com dez centímetros de lâmina, que terá usado para intimidar a vítima, entre outros possíveis elementos de prova. O suspeito foi entregue à Polícia Judiciária do Porto e será levado amanhã a tribunal.
A notícia da violação causou surpresa e alarme social na vila, agudizados pelo facto de o crime ter sido cometido em plena luz do dia e nas imediações da estação. A tentar refazer-se do pesadelo, a mulher espera, agora, que a Justiça actue. "O meu medo é que ele algum dia me volte a apanhar...", desabafa
lusa