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Lisboa: Tribunal arquiva queixa-crime de advogados contra pais da criança electrocuta

joseseg

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Mai 26, 2007
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A segunda queixa-crime de difamação agravada e denúncia caluniosa apresentada por dois antigos advogados dos pais da criança electrocutada em 1997 num semáforo de Lisboa, Rúben Cunha, foi arquivada, disseram os visados.

Em comunicado, os pais da criança informaram que esta segunda queixa-crime - apresentada pelos advogados António Pinto Pereira e João Perry da Câmara, contra Isabel e Francisco Cunha - foi arquivada.

António Pinto Pereira e João Perry da Câmara foram os primeiros advogados contratados pelos pais de Rúben Cunha e entre estes existe um diferendo que dura desde 1999.

Os advogados reclamam 25 mil euros que dizem estarem em falta pelos oito meses em que se ocuparam do processo contra a Câmara Municipal de Lisboa e a empresa de manutenção do equipamento que provocou a morte da criança.

Por seu lado, os pais da criança dizem ter pago até então 12 mil euros de honorários e não concordam com as contas apresentadas pelos advogados, alegado que houve duplicação da facturação.

O caso está a ser resolvido em tribunal, correndo na 15ª Vara Cível, em Lisboa. No passado dia 28 de Março, o julgamento foi novamente adiado, depois de uma primeira audiência a 6 de Fevereiro de 2008, durante a qual os réus apresentaram um conjunto de novos documentos, que o tribunal aceitou e solicitou aos peritos para que reavaliassem e complementassem o Relatório Pericial entregue a 8 de Fevereiro de 2002.

Sobre o arquivamento desta segunda queixa-crime, Francisco Cunha disse que "foi feita justiça". "Deu-nos a esperança de um dia termos a paz que tanto procuramos", acrescentou.

Em relação à "atitude" dos advogados, os pais da criança afirmam que esta é "manifestamente insólita, por parte destes dois advogados contra os seus ex-clientes, sendo mesmo desumana, contra uma família".

"Eu e a minha mulher tínhamos uma relação profunda com o nosso filho Rúben e a sua morte inesperada provocou em nós uma grande amargura", adiantou.

Por considerarem que "estas queixas-crime ultrapassam tudo aquilo que é admissível", o casal solicita à Ordem dos Advogados, "que tem como atribuições, a defesa do Estado de direito e dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos (...), que intervenha neste caso".

Contactado pela Lusa, António Pinto Pereira disse ter conhecimento do arquivamento da queixa-crime e anunciou que os advogados já solicitaram a abertura de instrução, pelo que "o caso continua", disse, recusando qualquer comentário ao mesmo.

Em Julho de 1997, quando Ruben Tiago Cunha, tinha 14 anos, foi electrocutado ao premir o botão que acciona o sinal verde para os peões de um semáforo do Campo Grande, morrendo três dias depois devido a lesões cerebrais graves e paragem cardio-respiratória.

A partir de uma acção que moveram em tribunal, os pais do jovem viram reconhecida a culpabilidade da autarquia e da empresa responsável pela manutenção dos semáforos, recebendo uma indemnização de mais de 200 mil euros, que usaram para montar uma galeria de arte em memória do filho.

Lusa
 
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