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Crimes cometidos em grupo sobem 35 por cento

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RoterTeufel

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Relatório: Secretário de Segurança Interna revela subida das acções de grupos organizados
Crimes cometidos em grupo sobem 35 por cento


Num ano marcado por assaltos violentos a bancos, gasolineiras, carrinhas de transporte de valores ou ourivesarias, era de esperar que os números reflectissem a subida do número de crimes cometidos em grupo. Os dados divulgados pelo gabinete do Secretário-Geral de Segurança Interna (RASI) confirmam uma subida vertiginosa da criminalidade cometida por gangs. De 7054 ocorrências participadas em 2007, passou-se para 9522 casos no ano passado, o que representa uma subida de 35%.

Trata-se do valor mais elevado dos últimos sete anos – até agora, o ano em que se registaram mais casos de crimes praticados por três ou mais pessoas era o de 2006, com 7595 casos. A multiplicação dos casos de carjacking e de assaltos à mão armada terão contribuído em larga escala para este aumento do crime de grupo, confirmando a tendência de crescimento iniciada em 2001 (os anos de 2005 e de 2007 foram os únicos em que se registou uma descida deste indicador).

Casos como o do assalto à agência do BES de Campolide, em Julho do ano passado, ou o roubo armado de uma carrinha de valores em plena auto-estrada para o Algarve são dois exemplos emblemáticos de um ano em que as estatísticas criminais mostram um país mais violento, onde cresce o recurso às armas.

Ainda assim, nem tudo são más notícias. A mesma adenda ao RASI divulgada esta quinta-feira revela que a delinquência juvenil sofreu a maior queda verificada nos últimos anos. Os 2510 casos participados correspondem a uma descida de 43,5% dos crimes praticados por menores de 16 anos, um número muito abaixo da média dos últimos anos.

Os dados confirmam, aliás, uma tendência de descida que se vem verificando desde 2001, ano em que foram registados pelas autoridades 5838 crimes, em que participaram menores de idade. Em 2009, o Governo prevê o lançamento de um programa especial de combate à delinquência praticada por jovens.

CDS-PP CRITICA "MANIPULAÇÃO"

Nuno Magalhães, deputado do CDS-PP, lançou ontem duras críticas ao Governo, que acusa de ter deturpado os dados para anunciar

a descida dos crimes cometidos por jovens: "A delinquência juvenil decresceu apenas por manipulação estatística dos dados, uma vez que aquilo que outrora era cometido individualmente passou a contar como sendo cometido em grupo." A crítica é refutada pelo ministro da Administração Interna, que garante que todos os crimes são contabilizados nas várias categorias (ver discurso directo).

Os centristas voltaram a criticar o Governo por não ter apresentado estes dados aquando da apresentação do Relatório de Segurança Interna e reclamam que sejam divulgados dados pormenorizados sobre a criminalidade verificada em cada distrito

DISCURSO DIRECTO

"A DIMINUIÇÃO DO CRIME JUVENIL É REAL E INCONTESTÁVEL" (Rui Pereira, Ministro da Adm. Interna)

Correio da Manhã – Porque é que estes dados só foram revelados agora?

Rui Pereira – Os números da delinquência juvenil e da criminalidade grupal não foram fornecidos na apresentação do Relatório Anual de Segurança Interna porque ainda não tinham sido facultados pelas forças de segurança. Logo que foram fornecidos os dados ao Gabinete do Secretário--Geral do Sistema de Segurança Interna, estes foram enviados à Assembleia da República e imediatamente tornados públicos.

– Como explica a demora?

– Os números referentes à delinquência juvenil e à criminalidade grupal já estavam incluídos nos números gerais do relatório. Agora, procedeu-se apenas à sua apresentação em separado.

– A descida da delinquência juvenil resulta da inclusão dos crimes noutras categorias?

– A diminuição é real e incontestável, porque regista todas as ocorrências com menores de 16 anos, mesmo que praticadas num grupo de três ou mais pessoas. As ocorrências de criminalidade grupal que envolvam menores de 16 anos são duplamente registadas, na criminalidade grupal e na delinquência juvenil.

PORMENORES

TRÊS DISTRITOS

A criminalidade grupal e juvenil é especialmente sentida nos distritos de Setúbal, Porto e "muito particularmente de Lisboa". Os 3 representam 75% dos crimes de gangs e metade das ocorrências que envolvem menores.

ROUBOS

Os roubos a Finanças e CTT, bancos, gasolineiras e outros são os quatro que mais aumentaram no ano passado. São crimes associados à acção de gangs armados, que terão contribuído em grande parte para o crescimento da criminalidade grupal.

POLÉMICA

Mário Mendes, o juiz que exerce o cargo de Secretário Geral de Segurança Interna, admitiu ontem à TSF que a delinquência juvenil pode ter sido contabilizada como crimes de grupo, cenário que o ministro desmente
 
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