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Dois operários ficam esmagados

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RoterTeufel

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Porto: Acidente em edifício na Avenida da Boavista
Dois operários ficam esmagados
Um acidente com placas de betão, que estavam a ser elevadas com uma grua na futura sede da Vodafone, provocou, ontem à tarde, a morte a dois operários, na avenida da Boavista, no Porto.

Os homens, Hermano Barros, de 41 anos, e Augusto, com cerca de 30, ainda tentaram equilibrar as peças de betão no ar quando notaram a instabilidade nos cabos. Saltaram do camião, mas foram esmagados no chão. O incidente ocorreu pelas 18h20 e o INEM chegou em minutos, mas já não conseguiu salvar os feridos.

"Lá dentro temos toda a segurança, é irónico a morte vir acontecer cá fora da obra", dizia José Alberto, operário na obra e tio de Hermano, natural de Soalhães, Marco de Canaveses. Dominado pelas lágrimas lançava críticas ao azar. "Isto foi uma morte estúpida. Não há explicação", referia. O sobrinho deixa duas filhas menores. O colega Augusto era natural de Freamunde.

As imediações da obra, próxima do Colégio do Rosário, foram rapidamente isoladas pelas autoridades, numa das principais avenidas da cidade do Porto. Familiares e colegas, que ali trabalhavam há um mês, choravam as mortes, no estaleiro da subempreitada da Teixeira Duarte. "Estas mortes podiam ter sido perfeitamente evitadas", disse Albano Ribeiro, presidente do Sindicato dos Operários da Construção Civil do Norte, que criticou a empresa por não permitir que o sindicato realizasse acções de sensibilização ao seus operários.

O segundo comandante dos Sapadores do Porto, major Rodrigues, não quis comentar as condições de trabalho naquela obra.

"ACONTECEU E ELES LÁ FORAM"

Inebriado pelas lágrimas, José Alberto, tio de uma das vítimas mortais, Hermano, não conseguiu conter a emoção minutos após a tragédia. "Não percebo porque é que isto acontece. Aconteceu e eles lá foram. Ele é meu sobrinho", dizia assertivo e olhando para o corpo.

José, também colega de trabalho de Hermano, agarrou-se aos amigos emocionado. "Eu já não vi nada. Estava lá atrás, quando vim aqui trazer algum lixo é que me deparei com eles já mortos", disse ao CM Manuel Pereira. "Vínhamos todos os dias na carrinha, ainda não acredito nisto", lamentou.

No local, esteve o vereador do Urbanismo na Câmara do Porto. "Lamento profundamente esta tragédia grave", referiu o edil, garantindo que a obra estava devidamente licenciada. A empresa Teixeira Duarte não fez declarações.
 
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