Secas devastadoras como as que afectaram a zona do Sahel nas décadas de 1970 e 1980 são a regra e não a excepção nos últimos 3000 anos, concluíram os cientistas que obtiveram uma amostra dos sedimentos de um lago no Gana que permite reconstruir as condições meteorológicas ano a ano, quase. Não é nada boa notícia num mundo mais quente, com as alterações climáticas.
Na verdade, secas que duraram 30 ou 60 anos, ou praticamente um século, foram mais ou menos comuns nesse período, escreve a equipa de Timothy Shanahan, da Universidade do Texas em Austin (EUA), no artigo que hoje publica na revista Science.
“O que é desconcertante é que este registo mostra que as secas recentes foram relativamente menores no contexto da história da África ocidental”, comenta Shanahan, num comunicado da sua universidade.
Um relatório de 2002 do Programa para o Ambiente das Nações Unidas estimava em 100 mil as mortes relacionadas com o último período de seca no Sahel, e muitos mais deslocados. Mas se a seca atingisse os níveis que os pólens presos nos sedimentos do lago e outros indicadores sugerem, as vítimas poderiam ser muitas mais. “Se tivéssemos uma seca à escala de um século, seria muito mais severa, e seria muito difícil que as pessoas conseguissem adaptar-se”, sublinha o cientista.
Esse perigo é bem real, pois à medida que a temperatura média global do planeta sobe, devido ao aumento do efeito de estufa, os padrões climáticos da África ocidental podem exacerbar--se. “Sabemos que há secas longas e muito difíceis em África”, comentou Jonathan Overpeck, outro autor do trabalho. “Também sabemos que o aquecimento global vai fazer com que a temperatura suba muito mais durante os períodos de seca. Isto pode ter resultados devastadores.”
A causa para estes períodos de seca prolongada sugerida pelos investigadores é a subida da temperatura das águas à superfície no Atlântico, que altera o regime das monções, ainda mal compreendido pelos cientistas, mas que dá sinais de ser sensível ao aquecimento global.
Na verdade, secas que duraram 30 ou 60 anos, ou praticamente um século, foram mais ou menos comuns nesse período, escreve a equipa de Timothy Shanahan, da Universidade do Texas em Austin (EUA), no artigo que hoje publica na revista Science.
“O que é desconcertante é que este registo mostra que as secas recentes foram relativamente menores no contexto da história da África ocidental”, comenta Shanahan, num comunicado da sua universidade.
Um relatório de 2002 do Programa para o Ambiente das Nações Unidas estimava em 100 mil as mortes relacionadas com o último período de seca no Sahel, e muitos mais deslocados. Mas se a seca atingisse os níveis que os pólens presos nos sedimentos do lago e outros indicadores sugerem, as vítimas poderiam ser muitas mais. “Se tivéssemos uma seca à escala de um século, seria muito mais severa, e seria muito difícil que as pessoas conseguissem adaptar-se”, sublinha o cientista.
Esse perigo é bem real, pois à medida que a temperatura média global do planeta sobe, devido ao aumento do efeito de estufa, os padrões climáticos da África ocidental podem exacerbar--se. “Sabemos que há secas longas e muito difíceis em África”, comentou Jonathan Overpeck, outro autor do trabalho. “Também sabemos que o aquecimento global vai fazer com que a temperatura suba muito mais durante os períodos de seca. Isto pode ter resultados devastadores.”
A causa para estes períodos de seca prolongada sugerida pelos investigadores é a subida da temperatura das águas à superfície no Atlântico, que altera o regime das monções, ainda mal compreendido pelos cientistas, mas que dá sinais de ser sensível ao aquecimento global.