• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Pais não perdoam rapto por tio da menina cigana

NFS

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Mar 7, 2009
Mensagens
1,101
Gostos Recebidos
0
Pais adoptivos da menina de 11 anos que foi raptada em Santa Maria da Feira no dia de Páscoa querem ver condenado o cunhado.

Dizem que foram enganados pelo homem e não lhe perdoam que tenha obrigado a criança a casar-se com um jovem sete anos mais velho. "Ela casará quando tiver 17 ou 18 anos, se quiser e com quem quiser", diz a mãe, Maria Albina.

Sentada à porta de casa, com uma sobrinha no colo, recebe quem chega com um sorriso sumido, que esteve desaparecido durante três dias. O tempo durante o qual Rita (nome fictício) foi mantida cativa em Montemor-o-Velho. Agora diz-se mais tranquila, mas não perdoa o cunhado. "Ele sabe que a menina é sobrinha dele, não se faz", desabafa Maria Albina Monteiro, mãe adoptiva da menina de 11 anos raptada no domingo de Páscoa.

A mágoa é grande. Tiago Robalo e Maria Albina não perdoam o cunhado, irmão dele, por ter raptado a menina. Por os terem enganado. "Vieram aqui no Domingo e pediram para ir ao café com a menina, para comprarem tabaco, tomar um galão e que queriam estar com ela um bocadinho, mas que voltavam logo", conta a mulher que adoptou Rita quando ela tinha um ano e meio.

Conta que a menina foi ao café acompanhada da tia e dos dois rapazes - o noivo e um irmão deste. O tio ficou "a falar connosco, mas depois foi-se embora, fugiu porque sabia o que estavam a fazer". "Só quero que lhe façam justiça a ele, aos outros não me interessa, porque ele sabia que ela é sobrinha dele", afiança Maria. A versão de Rita, contada pela mãe, choca.

Afirma que a "levaram para casar, mas que ela não queria". E desmente a versão contada pelo suposto noivo à juíza (ver caixa). "É mentira que namorassem e que quisessem casar, é tudo mentiras deles", afiança a mãe.
O casamento, à luz da tradição da etnia cigana, foi celebrado na passada segunda-feira. "À noite 'tiraram-lhe o lenço'", conta.

O "tirar o lenço", explica, é um ritual cigano que consiste no acto de uma mulher verificar se a noiva ainda é virgem, deitando-a num lençol branco e rasgando-lhe o hímem com o dedo. "Depois deixam sarar e ao fim de três dias é que a mulher tem relações com o marido".
A revolta cresce na voz de Maria Albina à medida que vai contando o macabro processo. A mãe diz que "a menina está bem", embora "à noite acorde com pesadelos". Algo que "não acontecia antes. Às vezes deita-se de tarde, para descansar".

Maria deu pela falta da filha ao final do dia. "Nunca mais voltava, fomos à procura ao café, mas disseram-nos que não sabiam dela", adianta. A mãe começou a tentar ligar para o telemóvel do cunhado, sem sucesso. Quando conseguiu falar com um sobrinho "disse-lhe que a trouxessem senão ia à polícia". Assim fez. "Foi ela que fez tudo porque eu estou com pulseira electrónica e não posso sair de casa", diz Tiago Robalo, que é suspeito de ter participado em alguns assaltos a multibancos na zona de Aveiro, com o irmão José Alves Robalo. "Não estava lá, até o juiz disse isso", garante.

A rápida actuação da PJ do Porto permitiu resgatar Rita do acampamento em Montemor-o-Velho, para onde foi levada, e evitar que o drama fosse ainda maior. A menina foi depois entregue aos pais e nos últimos dias faltou à escola. "Hoje [ontem] foi lá, mas a professora disse para ficar mais um dia em casa, para ir de cabeça mais aliviada", adianta a mãe. Rita está no quarto ano e é boa aluna. Uma pequena mulher que, diz quem a conhece, não aparenta ter 11 anos.

Rita é, na verdade, prima em segundo grau de Tiago. A menina, que tem pelo menos mais dois irmãos, foi entregue ao casal com ano e meio. De imediato se tornou na filha que Maria não pode ter por causa de um problema de saúde. "Quando me a entregaram disse logo aos pais que ia fazer tudo direitinho", conta Tiago Robalo. O processo de adopção, com o aval dos pais, ficou concluído há meio ano.
 
Topo