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FEUP desenvolve projecto para diagnosticar otites

joseseg

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Mai 26, 2007
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Tem a dimensão de um telemóvel, é tão fácil de usar como um termómetro digital e serve para diagnosticar otites através da cor. O dispositivo, criado por uma equipa da FEUP, poderá chegar ao mercado dentro de um ano.

Chama-se Otoscópio óptico-electrónico e promete revolucionar o exercício dos profissionais de saúde - sobretudo pediatras e de clínica geral - que geralmente têm dificuldade em interpretar patologias relacionadas com o ouvido médio. Tal como um termómetro digital indica a febre através dos graus que aparecem no visor, este dispositivo traça o diagnóstico de eventuais otites através de uma paleta de cores.

É útil sobretudo na avaliação de bebés "porque não falam", e crianças. De acordo com o professor Rodrigues Rodrigues, director do serviço de otorrinolaringologia do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, onde este projecto foi testado, "as otites e as amigdalites representam cerca de 80% a 90% das infecções nas crianças até aos quatro anos de idade".

"Como a eficácia deste dispositivo não está dependente da subjectividade do utilizador, torna-o mais rigoroso do que os que existem actualmente", garantiu ao JN João Manuel Tavares, professor de engenharia mecânica e gestão industrial e um dos cinco autores do projecto, cuja patente já foi solicitada. "É fácil de manusear, a informação é fácil de ler e não será dispendioso" - para uso doméstico não terá um preço superior a 50 euros; para uso profissional será inferior a mil euros.

Além disso, acrescentou José Soeira, aluno da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) responsável pelo design industrial do protótipo, e cujo trabalho serviu de mote para a sua tese de mestrado, "é prático, pode ser transportado na bata dos médico, tal e qual como o estetoscópio, e obedece a todas as regras de segurança e higiene".

Rodrigues Rodrigues reconhece que o novo otoscópio pode constituir "uma ferramenta importante no despiste de otites", podendo mesmo "representar uma viragem no diagnóstico realizado por pediatras e médicos de clínica geral (nunca por otorrinos)", mas revela-se mais cauteloso relativamente ao uso doméstico do aparelho. "Não creio que seja uma opção desejável. Em alguns casos poderia mesmo ser perigoso por poder criar situações de alarme falso ou o inverso". Ao contrário, acredita que o dispositivo poderá vir a figurar em todos os hospitais, centros de saúde e consultórios de pediatras.

A comercialização do dispositivo, cuja autoria cabe também aos professores da FEUP Jorge Reis e Joaquim Magalhães Mendes, e à pediatra Georgeta Oliveira, está neste momento a ser avaliada pela Tomorow Options, empresa que está a ser incubada no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto. "Há a possibilidade de serem nossos parceiros", confirma João Manuel Tavares, acrescentando que "o protótipo tem condições para estar no mercado dentro de um ano".

O desenvolvimento do projecto acabou por ir mais longe do que havia sido inicialmente previsto, possuindo mais-valias que ultrapassam o mero diagnóstico de otites. "Tem tecnologia para aferir todas as patologias ou lesões da pele que possam ser realçadas com a emissão de luz controlada". De qualquer forma, ressalva, "servirá sempre como auxiliar e nunca como substituto dos médicos".

JN
 
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