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Corridos a tiro no Tejo

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RoterTeufel

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Trafaria: Pescavam amêijoa durante a madrugada em zona de navegação
Corridos a tiro no Tejo


Eram duas da manhã quando três lanchas da Polícia Marítima interceptaram dois barcos de pesca da ganchorra em pleno canal de navegação do Tejo. Sabendo que não tinham licença para a pesca da amêijoa, os militares abordaram os tripulantes. O episódio acabou com tiros de shotgun.



Segundo o comunicado emitido ontem pela Marinha, "na sequência da intervenção aproximaram-se várias outras embarcações [com cerca de 60 indivíduos]" que tentaram impedir a acção de fiscalização, com várias tentativas de abalroamento das três lanchas da Polícia Marítima, colocando em risco os seis agentes envolvidos. O mesmo documento refere ainda que "foram efectuados alguns disparos de intimidação [com balas de borracha] para o ar", que dispersaram os agressores, tendo sido apreendida uma embarcação.

Tomás Feiteira, de 28 anos, é mestre de uma das embarcações presentes e conta uma história muito diferente: "Eles [da Polícia Marítima] é que investiram contra nós. Não éramos mais de 20, em quatro barcos de contraplacado, como é que íamos abalroar as lanchas da Marinha? Eles é que cortaram os flutuadores quando tentaram passar por cima dos nossos barcos", conta.

O colega, V.R., mestre da embarcação apreendida, conta o mesmo: "Tentaram pôr o nosso barco ao fundo. Quisemos fugir, mas não conseguimos e eles ficaram com a embarcação. Ficou muito danificada e temo que nunca mais a vamos reaver. São seis pessoas que ficam sem emprego." Ambos confessam que são pescadores ilegais de amêijoa, mas garantem que não têm outro meio de subsistência.

Os pescadores queixam-se de ter ficado de fora da concessão de licença, (ver caixa) "sem perceberem porquê" e prometem que vão regressar ao mar. Isto apesar das multas sucessivas de que têm sido alvo: "Não temos dinheiro para as pagar, teremos de esperar pelos tribunais."

GUERRA ENTRE AZUIS E LARANJA

Em Junho de 2006, o Ministério da Agricultura e Pescas regulamentou a actividade da pesca da amêijoa no Tejo, que funcionava à margem da lei. Foram então concedidas trinta licenças a pescadores da Trafaria, que pintaram os barcos de cor-de-laranja. Os barcos azuis, ilegais, continuaram a pescar nos mesmos locais. Os que têm licença queixam-se da concorrência desleal de quem não paga impostos para pescar.

PORMENORES

PERIGO

Fonte da Marinha disse ontem ao ‘CM’ que se têm sucedido as queixas de navios que dão entrada na barra do Tejo e que se deparam com barcos de pesca no canal de navegação, pondo em risco vidas e bens.

À NOITE

Cientes da vigilância, os pescadores ilegais saem de noite, sem luzes. Garantem que são os primeiros a desviar-se quando se aproximam navios. "Dependemos disto para sobreviver, não pomos os barcos em risco."

SEM LICENÇA

Fonte do Ministério da Agricultura e Pescas disse ontem ao ‘CM’ que não está prevista a atribuição de novas licenças de pesca da ganchorra, para protecção dos recursos naturais do estuário do Tejo.
 
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