• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

"Autopsiou" defunto na sala do velório

NFS

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Mar 7, 2009
Mensagens
1,101
Gostos Recebidos
0
Familiares do homem que morreu afogado numa lagoa, em S. Pedro do Sul, acusam um técnico de Medicina Legal de manipular o corpo, com uma seringa, em pleno velório, e de insinuar que poderia alterar o relatório desfavorável da autópsia.

Jorge Teixeira não contém a sua indignação e revolta quando se lembra do dia em que o pai regressou a casa dentro de um caixão. "Tenho aqui um nó. Preciso de falar", desabafa, pressionando as mãos sobre a garganta, antes de soltar as palavras e relatar, visivelmente irado, as peripécias macabras que afirma terem rodeado o velório ao cair da tarde do dia 20 de Abril.

Tudo aconteceu a partir do momento em que um auto-intitulado técnico do Instituto de Medicina Legal de Viseu, que acompanhou o carro funerário até Santa Cruz da Trapa, alegando precisar de fazer mais exames a pedido da Polícia Judiciária, entrou na sala onde decorria o velório e mandou sair toda a gente. Só ficaram os filhos e familiares mais directos.

"Parecia um filme de terror. Primeiro, abriu a boca ao meu pai para tirar fotografias. Depois, enfiou uma luva na mão, pegou numa seringa e começou a recolher amostras de uma das partes do seu corpo" relata Jorge Teixeira, ainda incrédulo, evitando detalhar uma operação cujos contornos, justifica, a mãe doente não aguentaria saber.

Antes de ser "corrido" da propriedade por familiares desvairados, o alegado técnico de Medicina Legal - que antes tinha fotografado a lagoa, dentro da propriedade, onde o corpo e o carro de Arménio Teixeira foram encontrados, na noite de 17 de Abril, após muitas horas de buscas -, exibiu a seringa e torceu o nariz.

"Deixou perceber que os resultados poderiam ser desfavoráveis para a família, por causa dos seguros - como já tinha feito na morgue, em Viseu, onde nos relatou uma série de doenças detectadas pela autópsia -, insinuando, no entanto, que poderia alterar o relatório do Instituto de Medicina Legal", acusa Jorge Teixeira.

Apercebendo-se que poderiam estar na presença de "um burlão", os familiares queixaram-se à GNR que remeteu o caso para o Ministério Público.
No livro de reclamações do IMLV foram feitas duas queixas: "uma contra o burlão, que viemos a saber estava de baixa médica, embora tenha sido visto a mexer nos computadores; e outra contra a própria instituição, que resistiu a ceder-nos o livro que estava ilegal por não ter termo de abertura", acusa Jorge Teixeira.

O director da delegação do centro do INML, Francisco Corte-Real, informou que a autópsia em causa foi feita em Viseu por um técnico de Coimbra. O dirigente afirma que é "impossível alterar exames", uma vez que após a recolha estes são enviados para instituições de toxicologia forense.

A família de Arménio Teixeira promete ir até às últimas consequências em defesa da sua memória. O falecido empresário da construção civil saltou para os jornais, a 3 de Abril, ao defender um dos filhos acusado de ameaçar, com uma arma, os pilotos de um "heli" de combate a fogos que tirava água da sua quinta.
 
Topo