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“Isaltino tinha muito dinheiro”

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RoterTeufel

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Sintra: Ex-mulher de autarca de Oeiras depõe em tribunal
“Isaltino tinha muito dinheiro”

"O Isaltino ganhava bem, tinha muito dinheiro, bastante dinheiro que ganhava em acções." Foi desta forma que Maria Manuela Morais, ex-mulher do presidente da Câmara de Oeiras, justificou a proveniência de avolumados depósitos feitos por Isaltino Morais na Suíça, numa conta de que a própria só teve conhecimento pelos jornais. "Já estávamos separados", sustentou perante o colectivo de juízas do Tribunal de Sintra.



Recusando prestar esclarecimentos sobre factos ocorridos durante o casamento com Isaltino Morais, com quem efectivou o divórcio em 1998, Maria Manuela Morais não foi do mesmo modo capaz de precisar os valores que recebeu das heranças de um tio e da mãe, verbas essas que Isaltino Morais garante constituírem parte do ‘bolo’ depositado na Suíça.

O depoimento de Maria Manuela Morais ficou, aliás, marcado por constantes falhas de memória no que diz respeito a movimentos de dinheiro. Mas também por fortes elogios dirigidos ao autarca, o que não deixa de ser curioso, tendo em conta que é uma testemunha arrolada pela Acusação.

"Queria dizer que o Isaltino não é aquilo que querem fazer passar. É uma pessoa íntegra e que não se deixa corromper", defendeu Maria Manuela Morais, que ‘apertada’ pelo procurador do Ministério Público, Luís Eloy, acabou por admitir que esta é apenas "uma convicção pessoal" de quem viveu com o arguido "vinte e tal anos" e que, nesse sentido, "não acredita que haja negócios ilícitos da parte dele".

ASSESSOR ADMITE DEPÓSITOS

Nuno Campilho, administrador dos SMAS de Oeiras e Amadora e antigo assessor e ex-adjunto de Isaltino Morais na Câmara de Oeiras, confirmou ontem em tribunal ter feito vários depósitos na Caixa Geral de Depósitos a pedido do autarca, e que, segundo a Acusação, perfazem um total de 8996 euros.

"Não tenho presente o montante nem a forma como o fazia, se em cheque se em numerário, mas o presidente solicitava-me e eu fazia esses depósitos com naturalidade", disse Nuno Campilho, sustentando que, enquanto presidente, Isaltino "não tinha tempo para isso".

O responsável confirmou igualmente ter acompanhado o presidente da Câmara de Oeiras numa viagem a Genebra, Suíça, mas garantiu que até hoje não questionou o objectivo da deslocação. "Eram coisas pessoais", defendeu.

SAIBA MAIS

ARGUIDOS

O processo envolve mais quatro arguidos: Floripes Morais de Almeida, irmã de Isaltino, o promotor imobiliário João Algarvio, o empresário Mateus Marques e o jornalista Fernando Trigo.

1,3

É o valor em milhões de euros que, segundo a Acusação, foi depositado pelo autarca, ou a seu mando, na conta da Suíça, ao longo dos anos.

7

Isaltino Morais responde em tribunal por um crime de participação económica em negócio, três de corrupção para acto ilícito, um de branqueamento, um de abuso de poder e outro de fraude fiscal.

JULGAMENTO

A próxima sessão de julgamento está agendada para amanhã, dia em que serão ouvidas três testemunhas de Fernando Trigo.
 
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