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Caçadores caem para metade

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RoterTeufel

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Crise: Redução tem vindo a acentuar-se desde a época de 1999/2000
Caçadores caem para metade

O número de caçadores praticantes caiu para quase metade nos últimos dez anos. Dos 297 mil titulares de carta válida para a época venatória de 2008/2009 apenas 153 mil pagaram, até ontem, as licenças que lhes permitem exercer de facto a actividade.



Para Jacinto Amaro, presidente da Federação Portuguesa de Caça (Fencaça), que congrega cem mil caçadores de mil zonas associativas, este fenómeno resulta da "má gestão" que o Estado tem feito do sector e de uma selecção natural, após a quase extinção do regime livre. Desde 1999/2000, o número de caçadores encartados que não renovou as licenças anuais para o exercício da actividade subiu em 69 mil em relação ao que era habitual (75 mil), sendo hoje 144 mil os que optam pela não-renovação da documentação.

"O ideal é termos 200 mil praticantes, como outros países europeus, semelhantes ao nosso em dimensão", referiu ao CM Jacinto Amaro, tecendo duras críticas à Autoridade Florestal Nacional (AFN).

O presidente da Fencaça considera-a responsável pelo impasse em que se encontra o sector, no que respeita à transferência de competências – e respectivas verbas – e ao estrangulamento que está a causar devido à não-entrega às organizações de mais de 1,9 milhões de euros, correspondentes aos 30% do valor das licenças de caçador pagas no ano passado.

Até sábado, dia em que se realiza o XVII Encontro Nacional de Caçadores, em Santarém, "estas responsabilidades são da AFN, mas a partir daí vou atribuí-las ao Governo e ao Ministério da Agricultura", diz Jacinto Amaro.

Quanto à redução do número de caçadores, no que respeita àqueles que o deixaram de ser devido ao ordenamento do território, o presidente da Fencaça não vê nisso um drama. "Eram pessoas sem vocação para a actividade." E esse facto não teve implicações no rendimento do sector (356 milhões de euros/ano), que emprega 13 mil pessoas.

RECLAMADA UMA TUTELA EXCLUSIVA

O XVII Encontro Nacional de Caçadores deverá ficar marcado por fortes críticas ao Governo. "O serviço público da caça não melhora nada. Passados 20 anos, continuamos a ter o Estado, agora através da AFN, no seu pior", diz Jacinto Amaro. "Não foram feitas as transferências de competências previstas na Lei para as organizações da caça e ainda não foi criada uma entidade estatal dedicada em exclusivo à caça e à pesca, que é de suprema importância", defende o presidente da Fencaça.

"Não podemos estar mais metidos no mesmo sector das florestas. Sendo assim, seremos sempre o parente pobre. Queremos um organismo simples, de pessoas que gostem do sector, que estejam interessadas em desenvolvê-lo e que tenham sensibilidade e lhe possam dar dignidade", reclama.

FALTA DE AJUDA DO ESTADO PODE LEVAR A DESPEDIR

A transferência dos 1,9 milhões de euros das licenças de caça para as organizações de caçadores é fundamental para a sua subsistência, tanto mais que o sector também está a braços com a crise económica, que reduz o número de sócios com quotas em dia, bem como outros rendimentos das zonas associativas.

Jacinto Amaro admite mesmo que, perante esta situação, não haja outra solução que não a do despedimento de alguns técnicos. Para compensar o investimento do Estado, a Fencaça está disponível para assumir funções, como a formação de futuros caçadores e a análise da concessão e renovação das zonas de caça.

PORMENORES

INSCRIÇÕES

A época venatória 2008/2009 só termina a 31 deste mês, pelo que o número de licenças emitidas pode subir além das 153 408. Mas a tendência de quebra desde 1999/2000 é óbvia. Neste ano foram passadas 222 334.

ÁREA MAIOR

A área cinegética em Portugal (terrenos ordenados: associativos, turísticos e municipais) cresceu de 32% em 1999 para cerca de 90%. No total, são 8,1 milhões de hectares com potencialidades para este sector.
 
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