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PrÉmio Bial

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PRÉMIO BIAL

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distingue trabalho sobre doenças do envelhecimento e neurodesenvolvimento • Fundação Bial distingue projectos de investigação nas áreas das doenças da visão, doenças do cérebro, reumatismo, hipertensão e leucemia
• Projecto “Saúde para Todos”, implementado em São Tomé e Príncipe, recebe Menção Honrosa
• Em 12 edições o PRÉMIO BIAL mobilizou 970 investigadores e distinguiu 199 profissionais de Saúde

O trabalho de investigação sobre a complexidade da Medicina do século XXI, coordenado pelo Prof. Miguel Castelo-Branco, director do Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem (IBILI), da Universidade de Coimbra, foi o vencedor do Grande PREMIO BIAL de Medicina 2008. Os prémios da 13ª edição do PRÉMIO BIAL foram entregues hoje, pelo Presidente da República, numa cerimónia no Instituto de Medicina Molecular, na Faculdade de Medicina de Lisboa.

Na ocasião, o presidente do Conselho de Administração da Fundação Bial, Dr. Luis Portela, congratulou-se com o facto de nos últimos 25 anos a iniciativa, lançada em 1984, ter premiado “alguns dos melhores profissionais de Saúde portugueses e também alguns excelentes profissionais de outros países europeus”. E anunciou que a próxima edição de 2010, mantendo embora os dois mais altos galardões e um máximo de quatro menções honrosas, irá ter um novo regulamento que se encontra em preparação.

“A Fundação Bial pretende continuar a contribuir para a Inovação e para a divulgação da Ciência na área da Saúde, sobretudo em Portugal, mas também na Europa e no Mundo, porque a Saúde é de todos e a Ciência não tem fronteiras”, concluiu.

O Grande PREMIO BIAL de Medicina 2008 tem como ponto de partida a investigação desenvolvida nos últimos cinco anos pelo Prof. Miguel Castelo-Branco, que demonstra que as novas estratégias de combate a doenças como o Alzheimer, Parkinson ou glaucoma exigem novas ferramentas quantitativas, já disponíveis em Portugal, no IBILI, que permitam estudar a complexidade biológica da pessoa humana e assim desenvolver uma nova medicina centrada na pessoa e baseada nos aspectos preventivos.

Estas metodologias baseiam-se em novas técnicas que permitem medir tanto a estrutura como a função cerebral de um indivíduo e prever como esse cérebro se modifica ao longo do tempo. Um dos grandes objectivos é distinguir precocemente o envelhecimento visual normal do patológico. Por exemplo, o glaucoma é uma doença que afecta uma proporção considerável da população adulta, e os métodos clássicos só o detectam após o desaparecimento de quase metade das células da retina. Com as novas técnicas quantitativas e novas ferramentas de imagem, torna-se possível diagnosticar o glaucoma numa fase precoce em que praticamente ainda não existem sintomas, aumentando as probabilidades de sucesso da intervenção.

É uma medicina do futuro, fundamentada na identificação de marcadores biológicos (características que permitem identificar a doença numa fase pré-clínica, ou seja, sem sintomas) e no desenvolvimento de novas ferramentas de diagnóstico precoce, que se aplicam a doenças do cérebro e da visão. O indivíduo é considerado em todas as dimensões relevantes, desde a genética à cognição.

Por fim, o trabalho aborda a noção de que um cérebro diferente não é necessariamente sinónimo de um cérebro doente ou com menores capacidades cognitivas. Por vezes, implica apenas um estilo cognitivo particular que pode ser treinado e adaptado para as exigências do quotidiano. É mostrado em que medida a imagem e a neurofisiologia cerebral podem contribuir para melhor compreender cérebros diferentes e para desenhar possíveis formas de reabilitacão funcional, nos casos em que isso se revela necessário.

Os grandes objectivos deste trabalho do Prof. Miguel Castelo Branco passam pela massificação dos novos métodos de imagem; pelo diagnóstico do autismo (doença do foro comportamental) através de técnicas de imagem cerebral dentro de cinco anos e por aprofundar estudos no âmbito da neuroreabilitação, nomeadamente em doenças como o autismo, síndrome de Asperger e síndrome de Williams.

O PREMIO BIAL de Medicina Clínica distinguiu um trabalho de investigação sobre as doenças reumáticas inflamatórias, como a artrite reumatóide, espondilite anquilosante, as artrites microcristalinas (por exemplo, a gota) e as doenças difusas do tecido conjuntivo (por exemplo, o lúpus) e a forma como os progressos na medicina influenciaram a prática clínica nos últimos dez anos. A equipa, liderada pelo Prof. João Eurico da Fonseca estudou o modelo de evolução da abordagem terapêutica das doenças reumáticas inflamatórias baseado no conhecimento fisiológico das mesmas e na introdução de fármacos biológicos. Este trabalho foi desenvolvido ao longo dos últimos dez anos no seio de um Centro Médico Académico (Instituto de Medicina Molecular – Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa – Hospital de Santa Maria), integrando investigação biomédica e a investigação clínica.

O estudo reflecte igualmente a importância do prognóstico da doença. Esta equipa está a definir marcadores de prognóstico da doença, que indicam numa fase inicial da doença se esta tem uma evolução rápida e grave, procurando oferecer a melhor opção terapêutica possível.
A equipa está, igualmente, a desenvolver bases de dados clínicos e laboratoriais, incluindo um Biobanco Nacional de Reumatologia que permite o registo electrónico rigoroso dos dados dos doentes reumáticos. Estes registos permitirão conhecer, estudar e verificar a evolução dos doentes, optimizando os recursos financeiros mobilizados pelo Sistema Nacional de Saúde para as novas abordagens de tratamento das doenças reumáticas.

As doenças reumáticas constituem o grupo de patologias crónicas com maior impacto na prática da clínica geral nos países mais desenvolvidos: são as doenças mais frequentes, são o principal motivo de consulta médica e são a principal causa de incapacidade temporária e definitiva para o trabalho. O estudo desenvolvido salienta a forma como a concepção clínica sobre estas doenças tem evoluído e como obriga os reumatologistas a redefinir os paradigmas de diagnóstico, tratamento e monitorização dos doentes.

O valor do prémio irá ser aplicado integralmente pela Unidade de Investigação em Reumatologia do IMM em investigação na área das doenças reumáticas tendo em vista o desenvolvimento da investigação e da qualidade da prática clínica na área da Reumatologia, melhorando a capacidade funcional e a qualidade de vida dos doentes reumáticos em Portugal. Esta Unidade tem como objectivo a integração na Rede Europeia de Centros de Reumatologia de Excelência (organizada pela European League Against Rheumatism) e permitir o acesso ao mais alto padrão mundial de qualidade de prestação de cuidados médicos para os doentes reumáticos.

A edição 2008 do PREMIO BIAL distinguiu, ainda, três trabalhos com Menções Honrosas, no valor de 5 mil euros cada. Um desses trabalhos foi “Saúde para Todos”, um projecto desenvolvido desde 1988 em São Tomé e Príncipe, pelo Instituto Marquês de Valle Flôr, uma ONG portuguesa para o desenvolvimento fundada em 1951. O estudo, desenvolvido por uma equipa multidisciplinar integrando médicos, geógrafos e gestores avaliou os impactos do projecto “Saúde Para Todos” após a introdução de diversos serviços preventivos, primários e assistenciais que abrangeram a protecção materno-infantil, a saúde reprodutiva, a saúde escolar, programas de vacinação, o saneamento do meio, informação e educação para a saúde, por forma a prevenir as doenças e quebrar as cadeias da sua transmissão.

Também distinguido com Menção Honrosa foi o trabalho desenvolvido por médicos do Centro de Saúde de São João, no Porto. No presente estudo, totalmente realizado ao nível dos Cuidados de Saúde Primários, pretendeu-se avaliar a acuidade diagnóstica e a relação custo-benefício de uma estratégia baseada na utilização da Medição Ambulatória da Pressão Arterial (MAPA) em doentes hipertensos recém-diagnosticados. A MAPA consiste no registo da pressão arterial ao longo de 24 horas durante a actividade diária normal. As conclusões deste estudo reflectem que o uso generalizado da MAPA em Medicina Geral e Familiar aumenta a acuidade diagnóstica e a estratificação de risco cardiovascular em “novos hipertensos” e permite reduzir significativamente os gastos em saúde.

Foi também distinguido com Menção Honrosa o trabalho “O papel da Epigenética no Prognóstico e Patogénese da Leucemia Linfoblástica Aguda” de autoria de três médicos espanhóis: Felipe Prósper, Xabier Aguirre e José Román-Gomez. Esta equipa durante os últimos 10 anos definiu novos alvos e novos factores prognósticos em doentes com leucemia aguda.

PREMIO BIAL já distinguiu mais de 80 trabalhos de investigação

Considerado um dos prémios de investigação científica de maior prestígio na área da Saúde em toda a Europa, o PREMIO BIAL compreende duas categorias: o ‘Grande PREMIO BIAL de Medicina’, no valor de 150 mil euros, que este ano recebeu 22 candidaturas, e o ‘PREMIO BIAL de Medicina

Clínica’, no valor de 50 mil euros, que atraiu 14 candidatos. Além dos dois prémios, são entregues três menções honrosas no valor de 5 mil euros. A edição de 2008 do PREMIO BIAL recebeu 36 candidaturas, 26 de Portugal, sete de Espanha, dois do Brasil e um do Chipre.

O júri da edição de 2008 do PREMIO BIAL foi presidido pelo Prof. João Lobo Antunes, professor catedrático na Faculdade de Medicina de Lisboa, Director do Serviço de Neurocirurgia do Hospital de Santa Maria, Presidente do Instituto de Medicina Molecular e Presidente da Academia Portuguesa de Medicina.

O PREMIO BIAL foi instituído em 1994 pela Fundação Bial e visa distinguir e divulgar trabalhos de grande repercussão na área da investigação médica. Desde a sua instituição o PREMIO BIAL já analisou 455 obras candidatas e mobilizou 970 investigadores, médicos e cientistas. Em treze edições, este galardão distinguiu 199 autores (82 obras premiadas). Como resultado de 25 anos comprometidos com a investigação foram editadas e distribuídas gratuitamente pela classe médica e científica 30 obras premiadas.

Fonte:Imago

 
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