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RoterTeufel
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Crise: Mais de três mil casos de mensalidades em atraso
Pais tiram filhos das creches
Há mais três mil casos de utentes com mensalidades em atraso nas cerca de 2600 creches e ateliês de tempos livres (ATL) das instituições particulares de solidariedade social (IPSS) de todo o País, com destaque para os distritos de Lisboa, Setúbal, Porto e Braga.
Consequências da crise e do desemprego, todos os dias há famílias a retirarem os filhos das creches ou dos ATL por não terem dinheiro para pagar as mensalidades. Só no distrito de Braga, e desde o início do ano, registaram-se 140 desistências nas 250 creches e ATL das IPSS. Por outro lado, há registo de 572 famílias com atraso superior a três meses nos pagamentos.
Quanto às desistências, não existe levantamento além do que foi realizado pela União Distrital das IPSS de Braga. No entanto, o Correio da Manhã apurou que nos quatro distritos mais afectados terão sido mais de 350 as famílias a retirar os filhos das creches e dos ATL.
Para o padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), "a situação social das famílias tem vindo a agravar-se, pelo que se verifica cada vez em maior número o caso de famílias que não podem comparticipar com a sua parte nas mensalidades".
Quanto ao estudo, realizado em Braga e que fala de 140 desistências e de 572 casos de atrasos nos pagamentos, o padre Lino Maia, embora admita que ele seja realista, prefere não o comentar. Já Manuel Lomba, o presidente da União das IPSS de Braga, diz que se trata de "um mero indicador, mas que vem dar corpo a algo de que muita gente falava mas de que nada de sabia em concreto".
Fonte da União Distrital das IPSS de Setúbal disse ao CM que, "apesar de não serem ainda em grande quantidade, quase todos os dias são conhecidos casos de pais que tiram os filhos das creches e dos ATL". A mesma fonte acrescentou que "na maioria dos casos são pessoas que perdem o emprego e que, para não pagar, passam a cuidar dos filhos."
"ISTO É MUITO PREOCUPANTE" (Manuel Lomba, Presidente da União das IPSS de Braga)
Correio da Manhã – Só em Braga, nos últimos quatro meses, houve 14 desistências. Está preocupado?
Manuel Lomba – Com certeza que isto é muito preocupante. É um indicador, mas preocupante.
– Alguns desistem, mas há muitos que já não pagam...
– Pois... Este levantamento que fizemos junto das 250 instituições associadas diz que há 572 casos de atrasos nos pagamentos das mensalidades.
– Trata-se de uma situação nova?
– Sem dúvida. Nunca se tinha chegado a este ponto. Havia incumprimento, mas pontual.
SAIBA MAIS
LARES
São cada vez mais as pessoas que vão buscar os seus idosos aos lares. Sem emprego, têm tempo para cuidar deles e recebem o dinheiro das pensões.
2600
é o número de instituições com creche e (ou) ATL das IPSS em todo o País. Os atrasos nos pagamentos ocorrem nos distritos mais industrializados.
ESTUDO
A União das IPSS de Braga enviou aos diversos organismos do Estado, como a Segurança Social, e à direcção da CNIS os resultados do estudo realizado.
Pais tiram filhos das creches
Há mais três mil casos de utentes com mensalidades em atraso nas cerca de 2600 creches e ateliês de tempos livres (ATL) das instituições particulares de solidariedade social (IPSS) de todo o País, com destaque para os distritos de Lisboa, Setúbal, Porto e Braga.
Consequências da crise e do desemprego, todos os dias há famílias a retirarem os filhos das creches ou dos ATL por não terem dinheiro para pagar as mensalidades. Só no distrito de Braga, e desde o início do ano, registaram-se 140 desistências nas 250 creches e ATL das IPSS. Por outro lado, há registo de 572 famílias com atraso superior a três meses nos pagamentos.
Quanto às desistências, não existe levantamento além do que foi realizado pela União Distrital das IPSS de Braga. No entanto, o Correio da Manhã apurou que nos quatro distritos mais afectados terão sido mais de 350 as famílias a retirar os filhos das creches e dos ATL.
Para o padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), "a situação social das famílias tem vindo a agravar-se, pelo que se verifica cada vez em maior número o caso de famílias que não podem comparticipar com a sua parte nas mensalidades".
Quanto ao estudo, realizado em Braga e que fala de 140 desistências e de 572 casos de atrasos nos pagamentos, o padre Lino Maia, embora admita que ele seja realista, prefere não o comentar. Já Manuel Lomba, o presidente da União das IPSS de Braga, diz que se trata de "um mero indicador, mas que vem dar corpo a algo de que muita gente falava mas de que nada de sabia em concreto".
Fonte da União Distrital das IPSS de Setúbal disse ao CM que, "apesar de não serem ainda em grande quantidade, quase todos os dias são conhecidos casos de pais que tiram os filhos das creches e dos ATL". A mesma fonte acrescentou que "na maioria dos casos são pessoas que perdem o emprego e que, para não pagar, passam a cuidar dos filhos."
"ISTO É MUITO PREOCUPANTE" (Manuel Lomba, Presidente da União das IPSS de Braga)
Correio da Manhã – Só em Braga, nos últimos quatro meses, houve 14 desistências. Está preocupado?
Manuel Lomba – Com certeza que isto é muito preocupante. É um indicador, mas preocupante.
– Alguns desistem, mas há muitos que já não pagam...
– Pois... Este levantamento que fizemos junto das 250 instituições associadas diz que há 572 casos de atrasos nos pagamentos das mensalidades.
– Trata-se de uma situação nova?
– Sem dúvida. Nunca se tinha chegado a este ponto. Havia incumprimento, mas pontual.
SAIBA MAIS
LARES
São cada vez mais as pessoas que vão buscar os seus idosos aos lares. Sem emprego, têm tempo para cuidar deles e recebem o dinheiro das pensões.
2600
é o número de instituições com creche e (ou) ATL das IPSS em todo o País. Os atrasos nos pagamentos ocorrem nos distritos mais industrializados.
ESTUDO
A União das IPSS de Braga enviou aos diversos organismos do Estado, como a Segurança Social, e à direcção da CNIS os resultados do estudo realizado.