• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Penhorista sequestrado e obrigado a abrir cofre

NFS

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Mar 7, 2009
Mensagens
1,101
Gostos Recebidos
0
Cinco encapuzados assaltaram a União de Crédito Popular, em Leça da Palmeira. Para entrar na loja interceptaram o gerente, na A4, e sequestraram-no até concretizar o roubo de ouro e dinheiro. É o segundo roubo a penhoristas em cinco meses.

O assalto ocorreu cerca das 23.15 horas de anteontem. Os assaltantes, encapuzados, faziam-se transportar numa carrinha branca e num carro de alta cilindrada, da marca BMW, e terão seguido o gerente. A loja, uma filial da Companhia União de Crédito Popular, situa-se na Rua de Guilherme Gomes Fernandes, na parte velha de Leça da Palmeira.

O gerente, após fechar o estabelecimento, foi buscar a mulher. No início da A4, no sentido Matosinhos-Vila Real, os assaltantes barraram a estrada e obrigaram o casal a passar para a carrinha. Voltaram à loja e, sob a a ameaça de uma arma de fogo, obrigaram o homem a abrir a porta.

Não terão demorado muito tempo - todas as lojas da empresa têm cofres de abertura retardada e os assaltantes têm de agir rapidamente para não correrem o risco de serem interceptados -, mas conseguiram fugir com ouro e dinheiro cujo montante não foi divulgado. O casal não foi agredido fisicamente, mas a mulher do gerente ficou em estado de choque e teve de receber tratamento hospitalar.

Ninguém da Companhia União de Crédito Popular (cuja sede, no Porto, foi assaltada em Abril do ano passado, tendo desaparecido cerca de 300 quilos de ouro) quis prestar esclarecimentos, alegando que o caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária. No entanto, uma testemunha, que recusou identificar-se por receio de represálias, contou, ao JN, ter sido alertada pelos palavrões que ouvia na rua.

"Vi três homens encapuzados a apontar uma arma ao gerente e a insultá-lo para que abrisse a porta. Entraram e, pouco depois, saíram com uma caixa. Dirigiram-se para uma carrinha e arrancaram a toda a velocidade, ainda com uma porta aberta. Atrás deles seguiu outro carro, de alta cilindrada, onde deviam estar mais ladrões", referiu. Segundo a testemunha, a PSP demorou pouco tempo a chegar. "Vinha o carro patrulha na ponte móvel e estavam os assaltantes a passar por baixo dela".

Durante a manhã de ontem, mais de uma dezena de pessoas se dirigiu à loja e não faltaram cenas de desespero. "Não pode ser. Eu e a minha filha temos aqui o nosso ouro todo. Hoje, vinha levantar os meus brincos e nem acredito nisto. No assalto de Dezembro ficámos sem quatro "bilhetes" [documento que a casa de penhoras entrega com o descritivo e o valor das peças], que eram quase dois mil euros. A loja disse que nos pagava até esta semana, após ter accionado o seguro, mas ainda estamos sem o dinheiro. Agora tínhamos lá para aí uns 30 bilhetes. É meu ourinho todo", lamentava-se Modesta Conceição da Silva.

Cliente antiga, Modesta recorda-se de quando a loja emprestava dinheiro aceitando quase tudo como penhor. Até as botas de oleado do marido. "O desgraçado ia para a pesca descalço. Chegava a casa com os pés todos mordidos pelos caranguejos. Ajudou muito os pescadores. Até os lençóis eles aceitavam", afirmou.

Na sequência dos assaltos, a União de Crédito Popular colocou agentes da PSP em todas as lojas. O roubo de anteontem está a ser investigado pela Polícia Judiciária.
JN
 
Topo