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Letras Pedro Abrunhosa

helldanger1

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A Cada Não Que Dizes
Pedro Abrunhosa
Composição: (Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa)

Lento,
Eu vi morrer o tempo,
Morto por fora e por dentro,
Como um pai enganado,
Um filho roubado,
Uma mão de soldado, um pecado,
Um cálice, um príncipe,
E num salto de lince,
Um fim que está perto,
Um quarto deserto,
Dois tiros no escuro, um peito feito no muro
E o rosto já frio, o som da morte no cio,
O passo a compasso
Das botas cardadas,
Espadas à espera,
O gume,
O lume da fera.
E ninguém percebeu que o mundo inteiro sou eu.
Longe,
Um mar que se rasga e me foge,
Uma dor que, por mais que se aloje, não vale o aço da bala
Coração que me embala, que estala, que empala no medo,
Um dédalo, um dedo,
Um gatilho já preso,
Um rastilho aceso, um fogo às cores pelo céu,
Desenhos loucos no breu,
Pintura pura a canhão,
Talvez vinte homens não cheguem,
Talvez aqueles me levem,
Talvez os outros se lembrem,
Que são homens como os que fogem
E nenhum Deus é maior,
Num ódio feito de dor,
E ninguém reparou que o mundo inteiro parou.
A cada não que dizes,
Abre-se um lugar no céu.
A cada não que dizes,
Abre-se um lugar no céu.

Fracos,
Como farrapos na cama,
Orgulho feito de lama, e o verbo ser a partir.
Palavras presas na alma, ruas de vento e vivalma,
Um límpido tiro, um suspenso suspiro,
Pietá nas notícias,
Gravatas impunes negando as sevícias
Vozes de ferro, de fogo, de fome, de fuga, de facas,
E as rugas pobres, já fracas,
Um poço morto de sede,
Grafftis numa parede,
E ninguém percebeu, que o mundo inteiro sou eu.
Outros,
Loucos, perdidos, sentidos certeiros,
Crianças feitas guerreiros,
A quem foi roubado o perdão,
Dois braços cheios de pão,
Napalm, na palma da mão,
Um fósforo fátuo,
Nos jornais o retrato
De um estilhaço, um abraço,
Um pedaço de espaço
De uma pátria sem chão.
Uma pétala pródiga, um remorso confesso,
Talvez a dor no regresso,
Talvez um dia o inverso,
Mas isso já eu não peço,
O mundo inteiro a fugir,
O mundo inteiro a pedir.
Que se oiça alto o teu Não.
A cada não que dizes,
Abre-se um lugar no céu.
A cada não que dizes,
Abre-se um lugar no céu.
Outros,
Fracos,
Longe,
Lento,
Não.
 

helldanger1

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A Dor Do Dinheiro
Pedro Abrunhosa
Composição: (Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa)

Perdido no teu corpo,
Perdido nesta estrada,
Perdido nos segredos
Por cada curva fechada.
Palavras,
Diz-me palavras.
Acredito no que dizes,
Acredito no que fazes,
Acredito no sentido
De cada sombra que trazes.
Palavras,
Diz-me palavras.
E dizes que está tudo normal,
Mas é a loucura total,
Não quero sair desta festa,
Porque afinal o que resta é dizer:
Quero um pedaço,
Quero o troco primeiro,
Quero a vida num traço,
Quero a cor do dinheiro.
Não me custa o futuro,
Não me lembro do passado,
Sou um filme em que me vejo
Em circuito fechado.
Palavras,
Diz-me palavras.
Conta-me o que vês,
Não me contes a verdade,
Tenho um pé em cada esquina
Qual delas tem mais vontade?
Palavras,
Diz-me palavras.
E dizes que está tudo normal,
Mas é a loucura total,
Não quero sair desta festa,
Porque afinal o que resta é dizer:
Quero um pedaço,
Quero o troco primeiro,
Quero a vida num traço,
Quero a cor do dinheiro.
 

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Acima & Abaixo
Pedro Abrunhosa
Composição: Pedro Abrunhosa

Escondido no meu quarto
Perdido do mundo inteiro,
sem saber se ando farto
ou louco de amor primeiro.
Passou tudo tão depressa
nunca te falei de mim,
o que digo não importa
o que sinto talvez sim:
"Olá meu amor,
são horas de acordar.
Dá-me agora o teu melhor
que prometo não gritar.''
Assim foi a noite inteira
no que resta do divã,
toda a vez é a primeira
mesmo às sete da manhã.

P´ra cima, p´ra baixo,
P´ra cima, p´ra baixo
P´ra cima, p´ra baixo,
P´ra cima, p´ra baixo
Dá-me um pouco mais...

Na vida sou um intruso,
não há mar que me detenha
pelo gesto te seduzo
se eu for céu, tu és montanha.
Quantas vezes te cantei
versos da mesma canção,
lentamente percebeste
que eu não era multidão.
Olhares e sinais
noites perdidas algumas
enrolamo-nos num beijo
eterno ao som de "Dunas".
Abracei o teu perfume
a tempo de te ouvir dizer:
"Faz perder a tua mão
onde sentires a mulher".

P´ra cima, p´ra baixo,
P´ra cima, p´ra baixo
P´ra cima, p´ra baixo,
P´ra cima, p´ra baixo
Dá-me um pouco mais...

Jam!
Allright, we gotta jam going on
here, if U wanna join the party
just dial............
Bang, Bang, Bang,........

Cada vez o lamento
e + roupa pelo chão,
quando o amor é sedento
tens-me na palma da mão.
Foram dias sem princípio,
noites duras sem final,
é bom ter a certeza
que amar é imortal.
Teu corpo é o meu tecto,
a tua sombra parede
e o olhar completo
leva tudo o que me pede.
O teu beijo é o meu abrigo
teu, é tudo o que tu vês,
Eu só quero estar contigo
Dar-te uma (...) mais uma vez.

P´ra cima, p´ra baixo,
P´ra cima, p´ra baixo
P´ra cima, p´ra baixo,
P´ra cima, p´ra baixo
Dá-me um pouco mais...
 

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Agarra-me Esta Noite
Pedro Abrunhosa
Composição: Indisponível

"Onde estiveres, eu estou
Onde tu fores, eu vou
Se tu quiseres assim
Meu corpo é o teu mundo
E um beijo um segundo
És parte de mim

Para onde olhares, eu corro
Se me faltares, eu morro
Quando vieres, distante
Soltam-se amarras
E tocam guitarras
Por ti, como dantes

Agarra-me esta noite
Sente o tempo que eu perdi (mmmmm)
Agarra-me esta noite
Que amanhã não estou aqui

Agarra-me esta noite
Sente o tempo que eu perdi (mmmmm)
Agarra-me esta noite
Que amanhã não estou aqui"
 

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Algarve
Pedro Abrunhosa
Composição: Indisponível

Ja sao 5 da manha
Ainda ha tempo esta noite
Para quem comeca a viver,
A radio sussurra "Manhata"
Em acordes distorcidos
Que nos enchem de prazer

Voam passaros morcegos
Assustando o para-brisas
E a paisagem que amanhece.
Queres parar, mas nao aqui
Que essa luz parte de ti
E o desejo que acontece.

Da chuva faco mil estradas de vidro
E o meu carro a rolar.
No ar o cheiro do destino,
No chao a pele quente
Do Algarve a acordar

Uuu! Uuu!

Ja passamos Castro Verde,
E escreveste na planicie
Como se esta fosse um papel,
Dizes: "o mundo nao compreende
+ do que esta à superficie"
"Ne me quitte pas", pede Brell

Entre néons e Nirvana
Vais mudando de estacao
Como se a próxima
Fosse a melhor.
E os sons que a serra esconde
Entre o asfalto e o monte,
Sao + que a pressa do motor.

Da chuva faco mil estradas de vidro
E o meu carro a rolar.
No ar o cheiro do destino,
No chao a pele quente
Do Algarve a acordar

Refrao

Um dia de silencio
É um dia de amargura
Igual a outro dia qualquer
Trazes nos olhos o desejo
Onde vejo a aventura
Que ainda vamos viver.

Da chuva faco mil estradas de vidro
E o meu carro a rolar.
No ar o cheiro do destino,
No chao a pele quente
Do Algarve a acordar

Refrao
 

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Balada De Gisberta
Pedro Abrunhosa
Composição: (Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa)

Perdi-me do nome,
Hoje podes chamar-me de tua,
Dancei em palácios,
Hoje danço na rua.
Vesti-me de sonhos,
Hoje visto as bermas da estrada,
De que serve voltar
Quando se volta p'ró nada.
Eu não sei se um Anjo me chama,
Eu não sei dos mil homens na cama
E o céu não pode esperar.
Eu não sei se a noite me leva,
Eu não ouço o meu grito na treva,
E o fim vem-me buscar.
Sambei na avenida,
No escuro fui porta-estandarte,
Apagaram-se as luzes,
É o futuro que parte.
Escrevi o desejo,
Corações que já esqueci,
Com sedas matei
E com ferros morri.
Eu não sei se um Anjo me chama,
Eu não sei dos mil homens na cama
E o céu não pode esperar.
Eu não sei se a noite me leva,
Eu não ouço o meu grito na treva,
E o fim vem-me buscar.
Trouxe pouco,
Levo menos,
E a distância até ao fundo é tão pequena,
No fundo, é tão pequena,
A queda.
E o amor é tão longe,
O amor é tão longeÂ… (Â…)
E a dor é tão perto.
 

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Barco Para A Afurada
Pedro Abrunhosa
Composição: Indisponível

Leva homens, poetas
E gente encantada,
Trocam beijos, piropos
Pedaços de nada.
Na margem espera
A pressa do dia,
Ficam presas em terra
As vidas vazias.

Atravessam soldados, amantes,
E velhos distantes
E loucos contentes,
Meninas de lábios cortantes
E olhares provocantes
Seduzem correntes.

Rasga o silêncio da estrada
Rio madrugada,
D'ouro, marfim.
O Barco para a Afurada
Cidade cansada
Tão longe de mim.

Rezam padres discretos, selectos
E amores inquietos
Navegam o rio,
Mulheres de futuro cansado
Murmuram um fado,
Enganam o frio.

Sob a sombra da ponte,
Que é a sombra do mundo,
Cada onda é um canto
De um dia profundo,
E o piloto conduz
Mais do que as gentes que leva,
São os sonhos que estão
Ancorados em terra.

Refrão

Tocam-se valsas
E roçam as calças
Por entre dois passos de dança,
Despertam amores,
Esquecem-se as dores
Que o desejo ardente não cansa.

E solta-se o mar
A reboque dos sinos,
São os homens que o barco
Faz de novo meninos,
E acordam poemas
Libertos na voz,
Descobrem apenas
Que não estão sós.

Refrão

...Barco que trago no peito,
Meu sonho desfeito,
Espera por mim.

Pedro Abrunhosa - Voz.
Arnaldo Fonseca - Acordeão.
 

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Beijo
Pedro Abrunhosa
Composição: Indisponível

Não posso deixar que te leve
O castigo da ausência,
Vou ficar a esperar
E vais ver-me lutar
Para que esse mar não nos vença.
Não posso pensar que esta noite
Adormeço sozinho,
Vou ficar a escrever,
E talvez vá vencer
O teu longo caminho.

Quero que saibas
Que sem ti não há lua,
Nem as árvores crescem,
Ou as mãos amanhecem
Entre as sombras da rua.

Leva os meus braços,
Esconde-te em mim,
Que a dor do silêncio X 2
Contigo eu venço
Num beijo assim.

Não posso deixar de sentir-te
Na memória das mãos,
Vou ficar a despir-te,
E talvez ouça rir-te
Nas paredes, no chão.
Não posso mentir que as lágrimas
São saudades do beijo,
Vou ficar mais despido
Que um corpo vencido,
Perdido em desejo.

Quero que saibas
Que sem ti não há lua,
Nem as árvores crescem,
Ou as mãos amanhecem
Entre as sombras da rua.

Refrão

Pedro Abrunhosa - Voz, piano, contrabaixo.
Paulo Pinto - Guitarras.
Ian Humphries - Violino.
Charles Mutter - Violino.
Nic Pendelbury - Viola.
Philip Sheppard - Violoncelo.

 

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Como Uma Ilha
Pedro Abrunhosa
Composição: Indisponível

Tu és todos os livros,
Todos os mares,
Todos os rios,
Todos os lugares.
Todos os dias,
Todo o pensamento,
Todas as horas
O teu corpo no vento.
Tu és todos os sábados,
Todas as manhãs,
Toda a palavra
Ancorada nas mãos.
Tu és todos os lábios,
Todas as certezas,
Todos os beijos
Desejos, princesa.

Como uma ilha,
Sozinha...

Prende-me em ti,
Agarra-me ao chão,
Como barcos em terra
Como fogo na mão,
Como vou esquecer-te,
Como vou eu perder-te,
Se me prendes em ti,
Agarra-me ao chão,
Como barcos em terra,
Como fogo na mão,
Como vou eu lembrar-te
Se a metade que parte
É a metade que tens.

Tu és todas as noites
Em todos os quartos,
Todos os ventos
Em todos os barcos.
Todos os dias
Em toda a cidade,
Ruas que choram
Mulheres de verdade.
Tu és só o começo
De todos os fins,
Por isso eu te peço
Fica perto de mim.
Tu és todos os sons
De todo o silêncio,
Por isso eu te espero
Te quero e te penso.

Como uma ilha,
Sozinha...

Refrão

Pedro Abrunhosa - Voz.
Paulo Pinto - Guitarras.
João André - Contrabaixo.
Alexandre Frazão - Bateria.
Cláudio Souto - Central Station.

 

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Dá-Me O Tempo
Pedro Abrunhosa
Composição: Indisponível

Deita-te em mim,
Descobre onde estás,
Escuta o silêncio,
Que o meu corpo te traz.
Não me deixes partir,
Não me deixes voar,
Como um pássaro louco
Como a espuma do mar.

Sente a força da noite
Como facas no peito,
Como estrelas caídas
Que te cobrem o leito.
Tenho tantos segredos
Que te quero contar
E uma noite não chega,
Diz que podes ficar.

Dá-me o tempo,
Dá-me a paz,
Viver por ti não é demais.
Dá-me o vento,
Dá-me a voz,
Viver por ti, morrer por nós.

Enfim nós os dois,
Os teus gestos nos meus,
Perdidos no quarto
Sem dizermos adeus.
Adiamos a noite,
Balançamos parados,
Pela última vez
Os nossos corpos colados.

Sente a força que temos
Quando estamos assim,
Um segundo é o mundo
Que nos separa do fim.
Porque tens de partir
Quando há tanto a dizer?
Eu não sei começar,
Não te quero perder.

Refrão

(Eu gosto das formas que tomas,
Como o toque do cristal,
E dos vidros, dos poemas,
Da febre do metal)

Refrão

Pedro Abrunhosa - Voz, órgão, teclados.
Paulo Pinto - Guitarras.
Alexandre Almeida - Guitarra.
Cláudio Souto - Teclados, analógicos.
João André - Baixo.
Alexandre Frazão - Bateria.
 

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Da-me tudo o que tens para me dar
Pedro Abrunhosa
Composição: Indisponível

Da-me tudo o que tens para me dar
que eu quero ir-me embora
Sem nada para te deixar.
Vai-te foder, tu nao estas a perceber
Que esta tudo acabado, estou farto do teu fado.
Vou levar o teu retrato,
Queimar o guarda-fato
Que eu quero é ter tempo para perder,
Vou ver televisao
E talvez cuspir no chao,
Tomar banho de ano a ano
E amar, só por engano.

Sai-me da frente, ou de repente
Ainda vou desatinar.
Nao quero estar contigo, nem ser o teu amigo
Onde tu estas é sempre o pior lugar.
Vou ser como o vampiro, vender-me por um suspiro,
Ter o poder de ser eu a escolher.
Vou deitar-me de manha,
Passear-me no ecra,
À noite vou ser rei, e tu para mim ja és ninguém.

Da-me tudo o que tens para me dar
Da-me tudo o que tens para me dar
Da-me tudo o que tens para me dar
Da-me tudo o que tens para me dar


 

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Daniela
Pedro Abrunhosa
Composição: Helder Soares

Hoje eu vou ficar assim
Mais perto de um Mundo só para nós
Tão seguro aqui
O meu peito é um mundo cor-de-rosa
Que só tu podes ter

Hoje eu quero ficar aqui
O futuro no teu amor
E um final só para nós
A vida são dois passos
Seguros por um nosso
Um fio de amor e verdade

Tu és tudo
O que eu sempre quis
Uma verdade
Para sermos felizes
Eu não sei
O que hei de esperar por nós
Pois a vida são dois dias e nós

Eu quero, ficar perto de ti
Eu não quero, ficar longe de ti
Eu não sei o que hei de mais dizer
Pois tu és, e serás, tudo para mim.

Amor....

Eu quero estar assim.
 

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Dealer E Dilema
Pedro Abrunhosa
Composição: (Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa)

Tenho um quadrado de cimento em que me deito,
Não há lugar para um futuro tão estreito,
Sigo o asfalto, lá do alto do meu prédio
Tenho pr'a mim que a tentação não tem remédio.
E se me mato, se me trato em directo,
Abro o jornal, qualquer canal, sou predilecto,
E na TV, no DVD, fazem-me estrela,
Ontem ninguém, hoje, quem sabe, uma novela.
Tanto barulho, tanto engulho no deserto,
Está aqui escrito que este plano bate certo,
Mato o juíz, mato a perdiz, mato o sobreiro
Com um só tiro, mas um tiro bem certeiro.
Diz quanto custa à minha custa o teu perdão,
Um carro novo com motor de foguetão,
Uma vivenda, uma merenda a vida inteira
Fazer Domingo de Segunda a Sexta-feira.
Eu não sei onde é a saída,
Se é no beco ou na avenida.
Ai, País, País é um problema, vive
Entre o dealer e o dilema,
Entre a sesta e o sistema.
Entre o dealer e o dilema
Entre a sesta e o sistema.
Tenho um petardo lá na cave do anexo,
Vem nos jornais que sou um gajo complexo,
No futebol talvez o leve pr'a tribuna,
Não há lugar onde o país mais se desuna.
Sou visionário ao contrário do que se pensa,
Ter tantos cargos faz a vida tão intensa,
Entre a medalha, e a canalha nunca vai,
Se é de madeira esta cadeira um dia cai.
Tenho a certeza que à mesa sou honesto,
Um envelope no decote compra o resto,
Um escadote pra subir até ao fundo,
Lugar cativo lá no céu do outro mundo.
Quero uma estátua de prata à minha porta,
Que a redenção é coisa que não me importa,
Quero um cavalo, quero um trono onde me sente
Se não for rei, porque não ser presidente?
Eu não sei onde é a saída,
Se é no beco ou na avenida.
Ai, País, País é um problema, vive
Entre o Dealer e o dilema,
Entre a sesta e o sistema.
Entre Dealer e o dilema
Entre a sesta e o sistema.
 

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Deixas Em Mim Tanto De Ti
Pedro Abrunhosa
Composição: Indisponível

A noite não tem braços
Que te impeçam de partir,
Nas sombras do meu quarto
H mil sonhos por cumprir.

No sei quanto tempo fomos,
Nem sei se te trago em mim,
Sei do vento onde te invento, assim.
Não sei se luz da manha,
Nem sei o que resta em nos,
Sei das ruas que corremos sos,
Porque tu,

Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As mãos vazias de ti.

A estrada ainda longa,
Cem quilmetros de chao,
Quando a espera não tem fim,
Há distãncias sem perdao.

No sei quanto tempo fomos,
Nem sei se te trago em mim,
Sei do vento onde te invento, assim.
Nao sei se luz da manha,
Nem sei o que resta em nos,
Sei das ruas que corremos sos,
Porque tu,

Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As mos vazias de ti.

Navegas escondida,
Perdes nas mos o meu corpo,
Beijas-me um sopro de vida,
Como um barco abraa o porto.

Porque tu,
Deixas em mim
Tanto de ti, (2x)
Matam-me os dias,
As maos vazias de ti.

 

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Diabo No Corpo
Pedro Abrunhosa
Composição: Pedro Abrunhosa

Corpo!
Como um mapa sagrado
Em ti desenho o pecado
Escrevo no mundo
No meu corpo...

Com um toque divino
Faço da pele o destino
Sente nas mãos
Este meu corpo
Uma estátua ardente
E a cada toque teu...

Até a passarela devagar
Se vai abrir por ti
E toda a música que ouvires
Irá ser por existires
Sempre que digo:
Uhuuuuuuu!
Tenho o Diabo no Corpo
Uhuuuuuuu!
Tenho o Diabo no Corpo
Oh! Oh! Oh!...

Leva meu corpo
Por um momento eterno
Fazes-me a vida um inferno
Escondo um louco
No meu corpo
Um infinito prazer
Por isso:
"Qu'est-ce qu'on va faire?".
Só tenho tempo
Pr'o o meu corpo
Como uma sombra inquieta
E nessa voz discreta...

Até a passarela devagar
Se vai abrir por ti
E toda a música que ouvires
Irá ser por existir
Sempre que digo:
Uhuuuuuu! ah! ah!
Tenho o Diabo no Corpo
Uhuuuuuu!
Tenho o Diabo no Corpo...

Uhuuuuuu!
Tenho o Diabo no Corpo
Uhuuuuuu!
Tenho o Diabo no Corpo
(Tenho o Diabo no Corpo!)...(3x)

 

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É Dificil
Pedro Abrunhosa
Composição: Pedro Abrunhosa

Hoje acordei, e senti-me sozinho
Um barco sem vela, um corpo sem ritmo
Amanheci e vesti-me de preto
Um gesto cansado um olhar no deserto

Quando todos vão dormir
É mais fácil desistir
Quando a noite está a chegar
É difícil não chorar

Eu não quero ser
A luz que já não sou
Não quero ser primeiro
Sou o tempo que acabou
Eu não quero ser
As lágrimas que vês
Não quero ser primeiro
Sou um barco nas marés

Adormeci, sem te ter a meu lado
Um corpo sem alma, guitarra sem fado
Um sonho na noite e olhei-me ao espelho
Umas mãos de criança num rosto de velho

Quando todos vão dormir
É mais fácil desistir
Quando a noite está a chegar
É difícil não chorar

Eu não quero ser
A luz que já não sou
Não quero ser primeiro
Sou o tempo que acabou
Eu não quero ser
As lágrimas que vês
Não quero ser primeiro
Sou um barco nas marés

 

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É Preciso Ter Calma
Pedro Abrunhosa
Composição: Indisponível

Amor, essa palavra que me mata
me corta (como uma faca)
me deixa no chão, como um cão
nu sem sossego, como o prazer que te nego.
Dor, cativa, privada,
bruma que te cobre o corpo de fada,
sonho, distante na mente
e de repente, saber que se esta só.
É duro, é puro o futuro,
sempre presente como o céu na tua frente
pintado, queimado, vazio assumido
um corpo triste despido
e uma mão que se estende,
depende de quem vier
e é mesmo assim que se quer.
Longe ou perto,
tudo é deserto
Tudo é montanha que te arranha a alma
com fúria, com calma

É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma

Vês o passado dorido, ferido,
agora tudo te é querido.
Memória, vitória, não é esta a tua história.
Voou a tua vida, perdida,
por entre os braços da SIDA.
Mentira, roubada, pesada,
uma seringa trocada, um prazer que agora é nada.
Perdoa se não sei que fazer,
Mas sei que deve doer,
dá-me o teu olhar e eu dou-te o meu amor,
e o beijo urgente, premente,
esperança que não dorme, conforme,
e dita o eu estar aqui.
Amanhã, sei lá, para já o som da guitarra
que me agarra, me prende, me solta,
e a ti dá-te a volta, ao sorriso,
tem calma...

Refrao

Juízo, não tenho medo, não temo
só tremo de pensar...
mas não penso, e tenso te faço viajar
com a voz.
Lembro Novembro passado
quando os dias eram curtos
e as noites de fado,
rasgado, cantado, sentido.
No Deus que criamos
aprendemos a viver, de cor,
meu amor,
e agora é hora,
tudo fica por fazer,
quero-te dizer mais uma vez
que te amo, talvez, te quero,
te espero e desespero por ti,
e que isso só por si
me chega pra viver,
mesmo quando só houver...
silêncio...
imenso,
e dor, e pior, meu amor,
a lembranca que descansa
os olhos teus nos meus...
Adeus.

Refrao (2X)

É preciso ter calma.
 

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É Sempre Tarde Demais
Pedro Abrunhosa
Composição: (Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa)

Se um dia
O chão te disser
Que os teus passos
Penetram as sombras
Da sorte,
E os néons
Crepitam palavras
Em vãos de escada
Onde fintas a morte,
[Então] mil carros atravessam a tua vida
E a tua alma, que é de luz,
Foge das mãos,
Esconde-se em “Nãos”
Que o teu preço seduz.
É tempo de fechares os olhos
É tempo de pensares em ti
É tempo de fechares os olhos
É tempo de pensares em ti
E cada dia é um dia a mais para o céu
E para ti é sempre
Tarde demais
Tarde demais...
Tarde demais
Tarde demais...
Se uma noite
O fim te chegar
Na calada de um beijo
Tardio,
E os faróis
De um carro de prata
Te perderem na mata
Ou na bruma do cio,
Vais querer voltar ao princípio
Mas afinal só se nasce uma vez
E essa vez morreu.
E depois é tudo assim,
Um pouco louco,

Distante, constante
Essa dor, essa cor,
Que a vida te deu.
É tempo de fechares os olhos
É tempo de pensares em ti
É tempo de fechares os olhos
É tempo de pensares em ti
E cada dia é um dia a mais para o céu
E para ti é sempre
Tarde demais
Tarde demais...
Tarde demais
Tarde demais...
É cedo demais…
 

helldanger1

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Estrada
Pedro Abrunhosa
Composição: Indisponível

Estrada fora estrada dentro, de Bayonne a Milao,
coracao ao relento, mundos e fundos na mao.
Corpo negro macadame, de Milao a Budapeste,
voar, "chercher la femme", norte, sul, oeste, leste.
Polaroid, por do sol, vénus na concha da Shell,
Sexo, sonho e rock'n'roll, noite branca no motel.

Anjo perdido na bruma, leva-me ao sétimo céu,
abre o teu manto de espuma, deixa cair o teu véu,
deixa cair o teu véu, deixa cair o teu véu,
deixa cair o teu véu...

Chuva, bréu e gasolina, bar aberto, companhia,
cheiro a erva na latrina, cha, café e fantasia.
Ultrapasso um camiao, passo fronteira e portagem.
O écran do alcatrao devorou a tua imagem.
Estou tao longe, estou tao perto, sei que nunca
hei-de chegar
onde vou nao sei ao certo, ja nao posso mais parar.

Refrao

Contigo leio o futuro nas gotas do para brisas,
coracao inseguro, maos vazias, indecisas.
Néon palido, luar, Via Lactea, solidao,
tenho ganas de beijar o espelho da escuridao.
A grande roda da sorte é uma curva sem fim,
do outro lado da morte ha uma estrada só p'ra mim.

Refrao (2x).
 

helldanger1

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Eu E Tu Somos Iguais
Pedro Abrunhosa
Composição: Indisponível

Saiu pela noite,
Pelas ruas do Porto,
Procurando os seus olhos
Num copo já morto.
Perdeu-se na vida
Encontrou-a na Foz,
Entre o Molhe e a Avenida
Há tanta gente a sós.
E eu e tu somos iguais.
Esconderam palavras
Por trás das palavras,
Disseram amor
Sem se perceberem.
Dançaram na estrada,
No asfalto dos loucos,
Entre o céu e o nada
Foram morrendo aos poucos.
E eu e tu somos iguais.
E pediram-se um beijo,
Uma mão que os agarre,
Parados no tempo,
Para que o tempo não pare.
E eu e tu somos iguais.

E quando perceberam
Que a noite era só deles,
Mataram desejos
E rolaram beijos
Colados ao corpo,
Perdidos no chão.

Então os dois foram um,
E o tempo nenhum
Para o que tinham para se dar,
Põe o teu corpo no meu,
Deixa a noite acabar.

Então de um fez-se dois,
E o tempo depois
Foi tão pouco para viver,
Põe o teu corpo no meu
Sente o meu a amanhecer.

Hei, hei, hei, X 4
Eu e tu somos iguais...

Enrolou um cigarro
Que fumaram a dois,
Revivendo o prazer
Que viria depois.
Beberam olhares,
Lugares de veneno,
Nas paredes do quarto
O mundo é tão pequeno.
E eu e tu somos iguais.
Partiram no carro
A voar na cidade,
Encantados nas luzes,
Despistando a vontade.
Deram-se as mãos,
E os corpos também,
A 200 à hora
Não os vai vencer ninguém.
E eu e tu somos iguais.
E pararam o mundo
Numa rua qualquer,
Num abraço sereno
Sem ninguém perceber...
E eu e tu somos iguais.

E quando perceberam
Que a noite era só deles,
Mataram desejos
E rolaram beijos
Colados ao corpo,
Perdidos no chão.

Refrão

Pedro Abrunhosa - Voz, teclados, loop.
Leanne Carol - Background vocal.
Paulo Pinto - Guitarras acústicas, slide guitar.
Cláudio Souto - Órgão.
João André - Baixo.
Alexandre Frazão - Bateria.
Mr. Cool - Pandeireta.
Ian Humphries - Violino.
Charles Mutter - Violino.
Nic Pendelbury - Viola.
Philip Sheppard - Violoncelo.
 
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