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Simbiose «catastrófica»

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Fev 29, 2008
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«Os Europeus» tem estreia marcada para sexta-feira no «Carlos Alberto»

Simbiose «catastrófica»

O «teatro da catástrofe» está no sangue de Howard Barker. A peça «Os Europeus» estará em cena no Teatro Carlos Alberto.

Joaquim Sousa


«Os Europeus», de Howard Barker, com encenação de Rogério de Carvalho, tem a sua estreia marcada para sexta-feira no Teatro Carlos Alberto, no Porto, e com um duplo significado. Trata-se da primeira adaptação feita em Portugal desta obra do dramaturgo britânico, bem como é a primeira co-produção entre a companhia de teatro portuense As Boas Raparigas e o Teatro Nacional São João.
Esta peça, que estará em cena até dia 31 de Maio (terça-feira a sábado às 21h30 e domingo às 16h00), tem como pano de fundo uma Europa fria e desumana que remonta a Viena no ano de 1683, uma cidade arrasada pelos turcos.
Howard Barker, autor do «teatro da catástrofe» – assente no conflito, na dor e no êxtase da tragédia, conceito que desenvolve em todas as suas peças –, é um dos mais polémicos dramaturgos britânicos contemporâneos. Nascido em 1946, nos arredores de Londres, Barker é também encenador, poeta, pintor e autor de vários textos de teoria de teatro. Em 1988 fundou a sua própria companhia, a Wrestling School com o objectivo de produzir exclusivamente as suas próprias peças.
Rogério de Carvalho já dirigiu peças como «Depois de Possibilidades» (1998), «Tio Vânia» (2000) e «Mãos Mortas» (2006) e «As Boas Raparigas».
Considerado como um «conto cruel», «Os Europeus» conta com as interpretações de Carla Miranda, Cláudia Chéu, Elmano Sancho, Laura Barbeiro, Maria do Céu Ribeiro, Maria Ladeira, Miguel Eloy, Nuno Geraldo, Paula Garcia, Paulo Duarte e Wagner Borges.
A responsabilidade da tradução da obra cabe a Francisco Frazão que considera que Katrin, personagem interpretada por Paula Garcia, 'conquista as palavras para poder falar da sua terrível experiência', 'É de uma luta que se trata, não devido à vergonha da auto-exposição mas por causa das armadilhas da linguagem: os automatismos afastam-na do que realmente aconteceu, as frases partem à desfilada, caem em cascata, é fácil encontrar esconderijos semânticos para fugir à verdade', afirma o tradutor.
'Este é um discurso que se corrige à procura da expressão rigorosa, por palavras suas, do vivido. Trata-se de uma preocupação, de uma exigência. É o próprio texto de Barker que reclama esse esforço constante de adequação, sem que se possa baixar a guarda diante de uma grande plasticidade linguística: as personagens falam com um domínio, uma veemência e uma intensidade que as afastam do realismo banal', explica Francisco Frazão.

«Os Europeus». Peça que estará em cena até dia 31 de Maio

João Tuna (DR)
 
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